trofa – Aventar

10-10-2017
marcar artigo

by

Comentando a composição do novo governo Costa, esta manhã no Fórum TSF, o deputado do PSD André Coelho Lima afirmou que a orgânica reflecte aquilo a que o PS nos habituou, um cenário em que o governo se confunde com o partido.

A colocação de sucessores em posições-chave [do Governo] expõe uma confusão entre o que é o Estado e o Partido [Socialista]

Confesso que fiquei perplexo, com este comentário de André Coelho Lima. E não ficaria, tivesse o comentário sido proferido por um deputado de qualquer outro partido (com excepção do PS, claro). Não sei se o deputado laranja está como o seu líder – parado no tempo, numa galáxia far far away – e não percebeu ainda que o PSD não será junior partner governamental do PS. De outra forma, o que esperava Coelho Lima? Que o PS, com maioria absoluta, fosse recrutar ministros a outros partidos? O que fez o PSD, sempre que esteve no governo? Não o preencheu com os seus? Com os quadros partidários que Cavaco, Durão ou Passos consideraram mais aptos (e com toda a legitimidade, sublinhe-se)? Não colonizaram também eles a administração pública, com militantes e familiares de militantes do PSD?

Em boa verdade, diga-se, este tipo de comentário até se compreende. É que o PSD está cada vez mais longe do poder e cada vez mais próximo de partidos de protesto, de tal maneira que começa a soar como eles. Mas basta dar um salto às autarquias governadas pelo PSD, e são muitas, para ver que mais do que autarquias, há concelhos inteiros que se confundem com os aparelhos locais do PSD. O concelho da Trofa, governando pelo conselheiro nacional do PSD Sérgio Humberto, é um bom exemplo. Da colonização da administração pública local até aos inúmeros ajustes directos que pagam tudo, de iPhones até jornais ilegais de propaganda, não falta cá nada (alguns exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). De maneira que a diferença entre o PS e o PSD, actualmente, é apenas uma: o PS é, actualmente, mais competente na obtenção e manutenção de poder. O que não é de estranhar, sendo Rui Rio o líder do partido.

by

Comentando a composição do novo governo Costa, esta manhã no Fórum TSF, o deputado do PSD André Coelho Lima afirmou que a orgânica reflecte aquilo a que o PS nos habituou, um cenário em que o governo se confunde com o partido.

A colocação de sucessores em posições-chave [do Governo] expõe uma confusão entre o que é o Estado e o Partido [Socialista]

Confesso que fiquei perplexo, com este comentário de André Coelho Lima. E não ficaria, tivesse o comentário sido proferido por um deputado de qualquer outro partido (com excepção do PS, claro). Não sei se o deputado laranja está como o seu líder – parado no tempo, numa galáxia far far away – e não percebeu ainda que o PSD não será junior partner governamental do PS. De outra forma, o que esperava Coelho Lima? Que o PS, com maioria absoluta, fosse recrutar ministros a outros partidos? O que fez o PSD, sempre que esteve no governo? Não o preencheu com os seus? Com os quadros partidários que Cavaco, Durão ou Passos consideraram mais aptos (e com toda a legitimidade, sublinhe-se)? Não colonizaram também eles a administração pública, com militantes e familiares de militantes do PSD?

Em boa verdade, diga-se, este tipo de comentário até se compreende. É que o PSD está cada vez mais longe do poder e cada vez mais próximo de partidos de protesto, de tal maneira que começa a soar como eles. Mas basta dar um salto às autarquias governadas pelo PSD, e são muitas, para ver que mais do que autarquias, há concelhos inteiros que se confundem com os aparelhos locais do PSD. O concelho da Trofa, governando pelo conselheiro nacional do PSD Sérgio Humberto, é um bom exemplo. Da colonização da administração pública local até aos inúmeros ajustes directos que pagam tudo, de iPhones até jornais ilegais de propaganda, não falta cá nada (alguns exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). De maneira que a diferença entre o PS e o PSD, actualmente, é apenas uma: o PS é, actualmente, mais competente na obtenção e manutenção de poder. O que não é de estranhar, sendo Rui Rio o líder do partido.

marcar artigo