Assunção Cristas defende referendo sobre a eutanásia e não compreende “urgência” em decidir sobre o tema

27-03-2020
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“Desculpem, mas não compreendo a urgência. Nem compreendo que quem não se quis comprometer num programa eleitoral sufragado em outubro queira agora vedar a possibilidade de ouvir todos os portugueses sobre um tema tão estruturante da nossa vida coletiva”, escreve.

É a primeira intervenção pública de Assunção Cristas após abandonar a liderança do CDS, no congresso de Aveiro, em janeiro. Numa publicação no Facebook, esta sexta-feira, a ex-ministra da Agricultura do Governo de Pedro Passos Coelho defende a realização de um referendo sobre a despenalização da eutanásia, que apelida de “barbárie”, e critica a forma e o momento que os partidos escolheram para decidir sobre o assunto na Assembleia da República.

Assunção Cristas assume “perplexidade” pela “repentina reintrodução do tema da eutanásia no nosso país”, em contraste, diz, com a demora no reforço dos cuidados médicos aos doentes terminais ou em grave sofrimento.

“Não conseguimos executar aquilo em que estamos de acordo - a universalização do acesso aos cuidados paliativos ou a execução prática de um efetivo estatuto do cuidador informal - e quer o Parlamento, com rapidez, legislar sobre um tema que nem mereceu uma linha nos programas eleitorais dos partidos mais votados: Partido Socialista e Partido Social Democrata”, pergunta.

A publicação tem como título “Cuidem de mim, não me matem”, uma referência à parte final do texto, em que a centrista sublinha que pretende que a sociedade lhe dê “meios para viver até ao fim, sem dor insuportável e acompanhada”.

“Nesta matéria da eutanásia não podemos chegar a uma tomada de posição esclarecida e fundada se antes não nos colocarmos uma questão prévia: queremos ser uma solidária e compassiva, uma sociedade que cuida sempre dos que mais precisam ou preferimos que cada um se feche na sua esfera de ‘liberdade’ para fazer uma ‘escolha’ definitiva quanto ao momento em quer ser morto por outro? Queremos promover a vida ou impulsionar a morte”, volta a perguntar.

Cristas junta-se assim a outros ex-líderes de centro-direita que manifestaram nos últimos dias posições públicas contra a descriminalização da eutanásia, como o próprio Passos Coelho e o ex-Presidente e primeiro-ministro Cavaco Silva.

Desde que anunciou a saída da liderança do partido, a ex-ministra apenas tinha comunicado via Facebook em mais três ocasiões, todas em vídeo: uma mensagem de Natal, a sua última intervenção na Assembleia da República e a sua despedida no congresso em Aveiro.

Esta quinta-feira, vão a debate e votação na Assembleia da República cinco projetos de lei sobre o tema, todos no sentido da despenalização, por parte de PS, Bloco de Esquerda, PAN, PEV e Iniciativa Liberal.

“Desculpem, mas não compreendo a urgência. Nem compreendo que quem não se quis comprometer num programa eleitoral sufragado em outubro queira agora vedar a possibilidade de ouvir todos os portugueses sobre um tema tão estruturante da nossa vida coletiva”, escreve.

É a primeira intervenção pública de Assunção Cristas após abandonar a liderança do CDS, no congresso de Aveiro, em janeiro. Numa publicação no Facebook, esta sexta-feira, a ex-ministra da Agricultura do Governo de Pedro Passos Coelho defende a realização de um referendo sobre a despenalização da eutanásia, que apelida de “barbárie”, e critica a forma e o momento que os partidos escolheram para decidir sobre o assunto na Assembleia da República.

Assunção Cristas assume “perplexidade” pela “repentina reintrodução do tema da eutanásia no nosso país”, em contraste, diz, com a demora no reforço dos cuidados médicos aos doentes terminais ou em grave sofrimento.

“Não conseguimos executar aquilo em que estamos de acordo - a universalização do acesso aos cuidados paliativos ou a execução prática de um efetivo estatuto do cuidador informal - e quer o Parlamento, com rapidez, legislar sobre um tema que nem mereceu uma linha nos programas eleitorais dos partidos mais votados: Partido Socialista e Partido Social Democrata”, pergunta.

A publicação tem como título “Cuidem de mim, não me matem”, uma referência à parte final do texto, em que a centrista sublinha que pretende que a sociedade lhe dê “meios para viver até ao fim, sem dor insuportável e acompanhada”.

“Nesta matéria da eutanásia não podemos chegar a uma tomada de posição esclarecida e fundada se antes não nos colocarmos uma questão prévia: queremos ser uma solidária e compassiva, uma sociedade que cuida sempre dos que mais precisam ou preferimos que cada um se feche na sua esfera de ‘liberdade’ para fazer uma ‘escolha’ definitiva quanto ao momento em quer ser morto por outro? Queremos promover a vida ou impulsionar a morte”, volta a perguntar.

Cristas junta-se assim a outros ex-líderes de centro-direita que manifestaram nos últimos dias posições públicas contra a descriminalização da eutanásia, como o próprio Passos Coelho e o ex-Presidente e primeiro-ministro Cavaco Silva.

Desde que anunciou a saída da liderança do partido, a ex-ministra apenas tinha comunicado via Facebook em mais três ocasiões, todas em vídeo: uma mensagem de Natal, a sua última intervenção na Assembleia da República e a sua despedida no congresso em Aveiro.

Esta quinta-feira, vão a debate e votação na Assembleia da República cinco projetos de lei sobre o tema, todos no sentido da despenalização, por parte de PS, Bloco de Esquerda, PAN, PEV e Iniciativa Liberal.

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