Rui Rio, o antigo velocista que já não quer sprintar

01-09-2019
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- Antes era bom a sprintar, mas agora já não consigo fazer isso. De resto, não tenho jeito para isto. A confissão é de Rui Rio - antigo atleta federado - e não tem a ver com política, mas com futebol. À sua volta orbitam dirigentes, deputados e militantes sociais-democratas em posição de prancha, a dar uns toques na bola ou a praticar penáltis. O calor é abrasador - afinal, trata-se de uma manhã do final de agosto, em pleno Algarve serrano - mas os ‘atletas’ convocados para o jogo de futebol amigável entre sociais-democratas não desmobilizam.

TIAGO MIRANDA

Rio avisa e insiste: não é velocista, apesar de no passado ter sido federado em atletismo. Do mesmo modo, na política não está a pensar no curto prazo nem nos casos do dia, apesar de as eleições legislativas estarem à porta - e as sondagens trazerem previsões cada vez piores ao seu partido. - A sua liderança no PSD é uma prova de resistência?, pergunta um jornalista. - Não, isto é de meio-fundo. Os congressos são de dois em dois anos, portanto, se quiser, pode-se fazer a analogia com os 1500 metros. Mas isto é meio-fundo.

TIAGO MIRANDA

As comparações entre política e desporto poderiam soar a cliché, mas neste caso é o próprio Rui Rio quem as assume. Em pleno período de pré-campanha - esta manhã é passada em Monchique, a vila algarvia escolhida para assinalar a rentrée do PSD - Rio prefere frisar o seu estilo, prometer que veio para fazer diferente, não veio para “sprintar”. Os exemplos sucedem-se ao longo do dia. Depois de plantar o primeiro medronheiro numa zona que no ano passado se viu fustigada pelos incêndios, fala aos jornalistas. O estilo é o habitual: muita ironia, desvalorizando as polémicas do dia e as sondagens que lhe atribuem um resultado arrasador (20,4% das intenções de voto, diz o estudo de opinião da Pitagórica para TSF e Jornal de Notícias), e prometendo que é diferente dos outros. Por um lado, explica Rio, não gosta de cair no “insulto ao adversário”. “As pessoas gostam disso”, assume, mas não é o seu estilo. Será, aliás, uma das características que não caem bem mesmo dentro de boa parte do PSD: a oposição mais suave, por vezes encontrando pontos comuns, ao PS de António Costa. Por outro, o estilo de campanha: desta vez vai ser diferente, assegura, vai apostar menos nos comícios tradicionais, “aqueles jantares e almoços em que as pessoas estão lá, ora comem a sopa, ora levantam a bandeira, ora falam para o lado, ora não ouvem quem fala.. Isso está descredibilizado”. Com Rio, promete o próprio, haverá “mais conteúdo” e “menos gritaria”. Menos “emoção”, mais “racionalidade”. Rio não é velocista mas faz de ponta de lança: após a plantação simbólica de medronheiros, lança-se ao campo de futebol onde faz equipa ao lado de dirigentes como Maló de Abreu, José Silvano ou Salvador Malheiro. Aqui, os colegas de partido atribuem-lhe a responsabilidade do ataque e Rio faz pontaria certeira à baliza, marcando o primeiro e único golo do jogo. Já pode ir descansar para a linha lateral; dentro de campo não se importa de atacar e tentar sprintar.

TIAGO MIRANDA

Mas é à noite que, na verdade, o presidente do PSD mostra a sua capacidade ofensiva. O cenário já é outro: depois da manhã quente de atividades e de uma pausa para almoço, ultimam-se os preparativos para pintar de cor de laranja o miradouro de Monchique, o mesmo miradouro em que Francisco Sá Carneiro protagonizou, em 1975, o primeiro comício social-democrata em terras algarvias. 44 anos depois, o recinto é colorido com bandeiras do PSD e de Portugal, as mesas preparadas para receber mais de mil pessoas (nunca se chegarão a encher completamente), os quiosques de produtos regionais cheios de gin, medronho ou bolo do tacho.

TIAGO MIRANDA

- Antes era bom a sprintar, mas agora já não consigo fazer isso. De resto, não tenho jeito para isto. A confissão é de Rui Rio - antigo atleta federado - e não tem a ver com política, mas com futebol. À sua volta orbitam dirigentes, deputados e militantes sociais-democratas em posição de prancha, a dar uns toques na bola ou a praticar penáltis. O calor é abrasador - afinal, trata-se de uma manhã do final de agosto, em pleno Algarve serrano - mas os ‘atletas’ convocados para o jogo de futebol amigável entre sociais-democratas não desmobilizam.

TIAGO MIRANDA

Rio avisa e insiste: não é velocista, apesar de no passado ter sido federado em atletismo. Do mesmo modo, na política não está a pensar no curto prazo nem nos casos do dia, apesar de as eleições legislativas estarem à porta - e as sondagens trazerem previsões cada vez piores ao seu partido. - A sua liderança no PSD é uma prova de resistência?, pergunta um jornalista. - Não, isto é de meio-fundo. Os congressos são de dois em dois anos, portanto, se quiser, pode-se fazer a analogia com os 1500 metros. Mas isto é meio-fundo.

TIAGO MIRANDA

As comparações entre política e desporto poderiam soar a cliché, mas neste caso é o próprio Rui Rio quem as assume. Em pleno período de pré-campanha - esta manhã é passada em Monchique, a vila algarvia escolhida para assinalar a rentrée do PSD - Rio prefere frisar o seu estilo, prometer que veio para fazer diferente, não veio para “sprintar”. Os exemplos sucedem-se ao longo do dia. Depois de plantar o primeiro medronheiro numa zona que no ano passado se viu fustigada pelos incêndios, fala aos jornalistas. O estilo é o habitual: muita ironia, desvalorizando as polémicas do dia e as sondagens que lhe atribuem um resultado arrasador (20,4% das intenções de voto, diz o estudo de opinião da Pitagórica para TSF e Jornal de Notícias), e prometendo que é diferente dos outros. Por um lado, explica Rio, não gosta de cair no “insulto ao adversário”. “As pessoas gostam disso”, assume, mas não é o seu estilo. Será, aliás, uma das características que não caem bem mesmo dentro de boa parte do PSD: a oposição mais suave, por vezes encontrando pontos comuns, ao PS de António Costa. Por outro, o estilo de campanha: desta vez vai ser diferente, assegura, vai apostar menos nos comícios tradicionais, “aqueles jantares e almoços em que as pessoas estão lá, ora comem a sopa, ora levantam a bandeira, ora falam para o lado, ora não ouvem quem fala.. Isso está descredibilizado”. Com Rio, promete o próprio, haverá “mais conteúdo” e “menos gritaria”. Menos “emoção”, mais “racionalidade”. Rio não é velocista mas faz de ponta de lança: após a plantação simbólica de medronheiros, lança-se ao campo de futebol onde faz equipa ao lado de dirigentes como Maló de Abreu, José Silvano ou Salvador Malheiro. Aqui, os colegas de partido atribuem-lhe a responsabilidade do ataque e Rio faz pontaria certeira à baliza, marcando o primeiro e único golo do jogo. Já pode ir descansar para a linha lateral; dentro de campo não se importa de atacar e tentar sprintar.

TIAGO MIRANDA

Mas é à noite que, na verdade, o presidente do PSD mostra a sua capacidade ofensiva. O cenário já é outro: depois da manhã quente de atividades e de uma pausa para almoço, ultimam-se os preparativos para pintar de cor de laranja o miradouro de Monchique, o mesmo miradouro em que Francisco Sá Carneiro protagonizou, em 1975, o primeiro comício social-democrata em terras algarvias. 44 anos depois, o recinto é colorido com bandeiras do PSD e de Portugal, as mesas preparadas para receber mais de mil pessoas (nunca se chegarão a encher completamente), os quiosques de produtos regionais cheios de gin, medronho ou bolo do tacho.

TIAGO MIRANDA

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