“Os transportes continuam a ser o elefante na sala” quando se fala de alterações climáticas

18-12-2018
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“Os transportes continuam a ser o elefante na sala”, quando se fala em descarbonizar a economia para travar as alterações climáticas, afirma ao Expresso o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, em vésperas de partir para a 24ª Conferência do Clima. A COP24 começa este domingo em Katowice, na Polónia, e tem por objetivo pôr o Acordo de Paris nos carris, aumentando a ambição das metas traçadas até agora, de forma a que as temperaturas médias globais não subam mais de 1,5ºC até ao final do século.

O secretário de Estado, que preside à Aliança para a Descarbonização dos Transportes (TDA), lembra que “apesar de as emissões de CO2 terem caído 22%, entre 1990 e 2016, as emissões só dos transportes aumentaram 20%, o que revela que é o sector que está fora da pista”. Por isso, uma das propostas que vai estar em cima da mesa é a proibição de venda de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035. Esta é pelo menos a proposta avançada pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente num relatório divulgado esta semana.

No documento, esta organização lembra que 27% das emissões de CO2 na Europa têm origem nos transportes e que, para se atingir o objetivo de “emissões zero” em 2050, “todos os veículos de transporte, dos carros aos aviões, terão de ser movidos a zero emissões” em meados do século, o que implica a proibição da comercialização de veículos movidos a combustíveis fósseis década e meia antes.

Para já, a proposta avançada pelo Governo português aponta para que a proibição de venda de veículos de motor de combustão interna só entre em vigor em Portugal em 2040 e que 95% dos veículos em circulação nas estradas nacionais em 2050 serão movidos a baterias elétricas ou de hidrogénio. Porém este objetivo “pode ser atingido mais cedo”, admite José Mendes tendo em conta a tendência já verificada. E explica: “Em três anos, entre 2015 e 2018, mais que quintuplicámos os veículos elétricos e Portugal, de 1 para 5%” e, acrescenta, “continuando este crescimento exponencial (e não há nenhum indicador que indique o contrário)”, não será difícil antecipar essa meta.

José Mendes sublinha, também, que no inquérito à mobilidade recentemente divulgado três problemas principais afetam as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: “O automóvel continua a reinar”, com 68% das viagens por carro a transportar 1,5 pessoas em média; “as pessoas perdem muito tempo em viagens” (mais de 73 minutos em Lisboa e 67 minutos no Porto); e os novos modos de mobilidade ativa, como a bicicleta, continuam “muito pouco expressivos” face à média europeia, com apenas 0,5% dos portugueses a movimentarem-se desta forma.

Esta realidade tem de ser corrigida, o que implica, segundo José Mendes, “um caderno de encargos para as áreas metropolitanas e para o Governo” com vista a ter menos automóveis nas estradas, transportes públicos mais eficazes e maior promoção do transporte público, assim como de novas formas de mobilidade.

A mobilidade é o tema que estará em cima da mesa da reunião de alto nível que será moderada por José Mendes, na qualidade de “chairman” da Aliança Global para a Descarbonização dos Transportes, na COP24, na terça-feira. O evento conta com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, do presidente da COP, do ministro polaco do Ambiente, e dos chefes de Estado ou de Governo da Polónia, Áustria, Luxemburgo e Nepal. Deste encontro espera-se que saia a Declaração de Katowice para que emissões dos transportes cheguem a zero em 2050.

“Os transportes continuam a ser o elefante na sala”, quando se fala em descarbonizar a economia para travar as alterações climáticas, afirma ao Expresso o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, em vésperas de partir para a 24ª Conferência do Clima. A COP24 começa este domingo em Katowice, na Polónia, e tem por objetivo pôr o Acordo de Paris nos carris, aumentando a ambição das metas traçadas até agora, de forma a que as temperaturas médias globais não subam mais de 1,5ºC até ao final do século.

O secretário de Estado, que preside à Aliança para a Descarbonização dos Transportes (TDA), lembra que “apesar de as emissões de CO2 terem caído 22%, entre 1990 e 2016, as emissões só dos transportes aumentaram 20%, o que revela que é o sector que está fora da pista”. Por isso, uma das propostas que vai estar em cima da mesa é a proibição de venda de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2035. Esta é pelo menos a proposta avançada pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente num relatório divulgado esta semana.

No documento, esta organização lembra que 27% das emissões de CO2 na Europa têm origem nos transportes e que, para se atingir o objetivo de “emissões zero” em 2050, “todos os veículos de transporte, dos carros aos aviões, terão de ser movidos a zero emissões” em meados do século, o que implica a proibição da comercialização de veículos movidos a combustíveis fósseis década e meia antes.

Para já, a proposta avançada pelo Governo português aponta para que a proibição de venda de veículos de motor de combustão interna só entre em vigor em Portugal em 2040 e que 95% dos veículos em circulação nas estradas nacionais em 2050 serão movidos a baterias elétricas ou de hidrogénio. Porém este objetivo “pode ser atingido mais cedo”, admite José Mendes tendo em conta a tendência já verificada. E explica: “Em três anos, entre 2015 e 2018, mais que quintuplicámos os veículos elétricos e Portugal, de 1 para 5%” e, acrescenta, “continuando este crescimento exponencial (e não há nenhum indicador que indique o contrário)”, não será difícil antecipar essa meta.

José Mendes sublinha, também, que no inquérito à mobilidade recentemente divulgado três problemas principais afetam as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto: “O automóvel continua a reinar”, com 68% das viagens por carro a transportar 1,5 pessoas em média; “as pessoas perdem muito tempo em viagens” (mais de 73 minutos em Lisboa e 67 minutos no Porto); e os novos modos de mobilidade ativa, como a bicicleta, continuam “muito pouco expressivos” face à média europeia, com apenas 0,5% dos portugueses a movimentarem-se desta forma.

Esta realidade tem de ser corrigida, o que implica, segundo José Mendes, “um caderno de encargos para as áreas metropolitanas e para o Governo” com vista a ter menos automóveis nas estradas, transportes públicos mais eficazes e maior promoção do transporte público, assim como de novas formas de mobilidade.

A mobilidade é o tema que estará em cima da mesa da reunião de alto nível que será moderada por José Mendes, na qualidade de “chairman” da Aliança Global para a Descarbonização dos Transportes, na COP24, na terça-feira. O evento conta com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, do presidente da COP, do ministro polaco do Ambiente, e dos chefes de Estado ou de Governo da Polónia, Áustria, Luxemburgo e Nepal. Deste encontro espera-se que saia a Declaração de Katowice para que emissões dos transportes cheguem a zero em 2050.

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