portugal dos pequeninos

26-03-2020
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Vinha no carro e surge-me a voz desse peculiar bispo das Forças Armadas que é D. Januário Torgal Ferreira. Bento XVI acabara de aterrar em Ancara. D. Januário referia-se à "coragem" do Papa - dando a entender que, se fosse ele, ficava quietinho - e rematou com esta pérola: se o Papa fosse "assassinado, morria no seu posto". D. Januário não entende - nem os freis Bento Domingues desta vida - que Joseph Ratzinger não vai à Turquia para se exibir ou penitenciar. Não é da sua índole nem uma coisa nem a outra. A sua visita é política e é religiosa, e destina-se a marcar uma fronteira inquebrantável. O seu encontro com a hiper-minoria católica turca tem um significado extraordinário e representa a consagração prática da doutrina do "grão de mostarda" que guia Bento XVI. O Papa é avesso às multidões mas não as evita. Prefere que a fé e a palavra de Cristo se espalhem a partir de pequenos núcleos, sobretudo no meio da hostilidade ignorante e da intelectualidade desonesta. Basta ver, por exemplo, como os media se referem sempre às "chamas ateadas pelo Papa" numa subserviência patética perante a "correcção" política e o "multiculturalismo". Ratzinger apenas não se curva perante a intolerância irracional. Por definição, todos aqueles que o agredirem pelo verbo ou o tentarem pela força, são homens abençoados pelo Papa. A esperança é mais forte que o rancor. E a fé moldada pela razão também. "Nós somos fortes", como lembrou Ratzinger em Setembro. Boa viagem.


Vinha no carro e surge-me a voz desse peculiar bispo das Forças Armadas que é D. Januário Torgal Ferreira. Bento XVI acabara de aterrar em Ancara. D. Januário referia-se à "coragem" do Papa - dando a entender que, se fosse ele, ficava quietinho - e rematou com esta pérola: se o Papa fosse "assassinado, morria no seu posto". D. Januário não entende - nem os freis Bento Domingues desta vida - que Joseph Ratzinger não vai à Turquia para se exibir ou penitenciar. Não é da sua índole nem uma coisa nem a outra. A sua visita é política e é religiosa, e destina-se a marcar uma fronteira inquebrantável. O seu encontro com a hiper-minoria católica turca tem um significado extraordinário e representa a consagração prática da doutrina do "grão de mostarda" que guia Bento XVI. O Papa é avesso às multidões mas não as evita. Prefere que a fé e a palavra de Cristo se espalhem a partir de pequenos núcleos, sobretudo no meio da hostilidade ignorante e da intelectualidade desonesta. Basta ver, por exemplo, como os media se referem sempre às "chamas ateadas pelo Papa" numa subserviência patética perante a "correcção" política e o "multiculturalismo". Ratzinger apenas não se curva perante a intolerância irracional. Por definição, todos aqueles que o agredirem pelo verbo ou o tentarem pela força, são homens abençoados pelo Papa. A esperança é mais forte que o rancor. E a fé moldada pela razão também. "Nós somos fortes", como lembrou Ratzinger em Setembro. Boa viagem.

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