Costa não avisou parceiros: como a "geringonça" vê a remodelação

21-10-2018
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"O País foi apanhado um bocadinho desprevenido", disse Catarina Martins sobre a remodelação. A líder do Bloco de Esquerda reagiu a partir de Madrid e, na surpresa com que o País foi apanhado, incluiu o BE. Na verdade, e apesar das muitas oportunidades de contacto, numa altura em que se sucedem as rondas de negociações entre bloquistas e Governo para fechar o Orçamento do Estado, não houve comunicação prévia aos parceiros da solução governativa sobre as mudanças no Executivo.

O Bloco não foi infomado. Nem o PCP. "Nem tinham de ser", disse um dirigente comunista ao Expresso. Ninguém quer daqui tirar conclusões diretas sobre o estado das relações à esquerda e as primeiras reações são cautelosas. "As remodelações dos governos são normais, fazem parte da vida. Não nos importa discutir os nomes, o que importa são as decisões", disse Catarina Martins.

Na mesma linha, o comunicado do Gabinete de Imprensa do PCP sublinha que se trata de uma "estrita decisão do primeiro ministro" e que mais do que "a perspetiva pessoal de cada ministro", o que os comunistas acham "determinante" é "a política do Governo".

Um problema chamado Energia

Numa altura em que as fricções na "geringonça" incidem na guerra dos professores ou nas questões dos aumentos salariais da função pública, o facto de o primeiro ministro ter optado por manter no cargo, tanto Tiago Brandão Rodrigues, como toda a equipa das Finanças, é tido como um sinal de que o Governo não está disponível para mudar uma virgula na linha (dura) até aqui seguida. O mesmo é válido, para a manutenção de Vieira da Silva - um peso pesado - nas pastas do Trabalho e da Segurança Social, onde questões como a lei laboral ou o aumento do salário mínimo são para continuar a ser trabalhadas com o aval da Concertação Social, ou seja, como aval das confederações patronais.

Também a saída de Adalberto Campos Ferreira ou de Manuel Caldeira Cabral e a passagem da Energia para a tutela do Ambiente (por impedimento do ministro Siza Vieira) não deixa tranquilos os parceiros dos socialistas. Catarina Martins assumiu mesmo "preocupação" por esta mudança de cadeiras, lembrando como o Bloco tem intenção de voltar à carga com o projeto de reforma do SNS, deixado em herança política por João Semedo e por António Arnaut. Não se sabe se a nova ministra irá tomar este objetivo a peito, ou deixá-lo cair.

Já quanto à Energia, as nuvens parecem igualmente negras, ou pelo menos ainda permanecem dúvidas. "Pela primeira vez há alguma capacidade de fazer a EDP pagar pelos sobrecustos que tem tido. Espero que este trabalho seja para aprofundar e continuar e que não haja nenhum retrocesso", disse Catarina Martins.

Jorge Costa, o dirigente do Bloco responsável por esta área e um dos negociadores do Orçamento com o Governo foi mais longe. Num tweet publicado logo a seguir à noticia da remodelação, recuperava as declarações de Eduardo Catroga ao ECO, no dia anterior. Catroga referia a existência de "alguma indignação dos accionistas da EDP em relação ao Governo" que esperava fosse "passageira". "O secretário de Estado da Energia Jorge Seguro foi hoje remodelado", registava Jorge Costa. Coincidência ou não, os próximos desenvolvimentos dirão.

Os secretários de Estado caem automaticamente com os ministros. Ainda não se sabe se Jorge Seguro será de novo chamado para secretário de Estado, desta vez junto do ministro do Ambiente. A SIC Notícias avançou que este não seguiria com a pasta para o ministério de João Matos Fernandes.

"O País foi apanhado um bocadinho desprevenido", disse Catarina Martins sobre a remodelação. A líder do Bloco de Esquerda reagiu a partir de Madrid e, na surpresa com que o País foi apanhado, incluiu o BE. Na verdade, e apesar das muitas oportunidades de contacto, numa altura em que se sucedem as rondas de negociações entre bloquistas e Governo para fechar o Orçamento do Estado, não houve comunicação prévia aos parceiros da solução governativa sobre as mudanças no Executivo.

O Bloco não foi infomado. Nem o PCP. "Nem tinham de ser", disse um dirigente comunista ao Expresso. Ninguém quer daqui tirar conclusões diretas sobre o estado das relações à esquerda e as primeiras reações são cautelosas. "As remodelações dos governos são normais, fazem parte da vida. Não nos importa discutir os nomes, o que importa são as decisões", disse Catarina Martins.

Na mesma linha, o comunicado do Gabinete de Imprensa do PCP sublinha que se trata de uma "estrita decisão do primeiro ministro" e que mais do que "a perspetiva pessoal de cada ministro", o que os comunistas acham "determinante" é "a política do Governo".

Um problema chamado Energia

Numa altura em que as fricções na "geringonça" incidem na guerra dos professores ou nas questões dos aumentos salariais da função pública, o facto de o primeiro ministro ter optado por manter no cargo, tanto Tiago Brandão Rodrigues, como toda a equipa das Finanças, é tido como um sinal de que o Governo não está disponível para mudar uma virgula na linha (dura) até aqui seguida. O mesmo é válido, para a manutenção de Vieira da Silva - um peso pesado - nas pastas do Trabalho e da Segurança Social, onde questões como a lei laboral ou o aumento do salário mínimo são para continuar a ser trabalhadas com o aval da Concertação Social, ou seja, como aval das confederações patronais.

Também a saída de Adalberto Campos Ferreira ou de Manuel Caldeira Cabral e a passagem da Energia para a tutela do Ambiente (por impedimento do ministro Siza Vieira) não deixa tranquilos os parceiros dos socialistas. Catarina Martins assumiu mesmo "preocupação" por esta mudança de cadeiras, lembrando como o Bloco tem intenção de voltar à carga com o projeto de reforma do SNS, deixado em herança política por João Semedo e por António Arnaut. Não se sabe se a nova ministra irá tomar este objetivo a peito, ou deixá-lo cair.

Já quanto à Energia, as nuvens parecem igualmente negras, ou pelo menos ainda permanecem dúvidas. "Pela primeira vez há alguma capacidade de fazer a EDP pagar pelos sobrecustos que tem tido. Espero que este trabalho seja para aprofundar e continuar e que não haja nenhum retrocesso", disse Catarina Martins.

Jorge Costa, o dirigente do Bloco responsável por esta área e um dos negociadores do Orçamento com o Governo foi mais longe. Num tweet publicado logo a seguir à noticia da remodelação, recuperava as declarações de Eduardo Catroga ao ECO, no dia anterior. Catroga referia a existência de "alguma indignação dos accionistas da EDP em relação ao Governo" que esperava fosse "passageira". "O secretário de Estado da Energia Jorge Seguro foi hoje remodelado", registava Jorge Costa. Coincidência ou não, os próximos desenvolvimentos dirão.

Os secretários de Estado caem automaticamente com os ministros. Ainda não se sabe se Jorge Seguro será de novo chamado para secretário de Estado, desta vez junto do ministro do Ambiente. A SIC Notícias avançou que este não seguiria com a pasta para o ministério de João Matos Fernandes.

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