O adeus do senhor Startup

16-07-2019
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Há momentos em que a página fica em branco bem mais tempo que o esperado. Escrever um obituário é um desses momentos que deveriam ser rotineiros para qualquer jornalista que tanto tem de escrever sobre os sucessos de uma startup criada por jovens cientistas cobertos de acne e cabelos em pé como da fatalidade que está reservada a todos os seres humanos. Desta vez, foi João Vasconcelos. Aconteceu na segunda-feira passada, com um ataque cardíaco, aos 43 anos.

Se as notícias têm por base os factos, então assim fica a triste notícia dada. Mas não se julgue que o desfecho chega para contar a história toda – até porque é insuficiente para fazer justiça ao filho e neto de empresários, oriundo da zona de Leiria que os portugueses em geral, e dos lisboetas em especial, talvez até não saibam quem é, mas é um dos principais rostos da “geração startup” que fez de Lisboa uma das cidades mais atrativas do mundo para lançar um novo negócio.

Por um momento, esqueçamos a lenga-lenga dos Descobrimentos, da confluência de culturas, do espírito hospitaleiro, do desenrasquismo, da curiosidade lusitana e de outros traços de personalidade mais ou menos reais ou fantasiosos que surgem nos cartões de visita da Capital. A verdade é esta e nem mesmo o lojista mais otimista da Rua da Prata a poderá desmentir: na década passada, a baixa Lisboeta estava moribunda. A partir das 20h00, era raro ver vivalma. E as que se viam nem sempre eram as mais amistosas. Hoje, qualquer metro quadrado naquelas ruas quadriculares é vendido como se tivesse petróleo no subsolo, mas há 10 anos parecia que ninguém queria ir para lá morar – ou mesmo trabalhar.

E é neste cenário de depressão urbana que Vasconcelos começa a operar em Lisboa. No currículo, traz vários anos de dirigente na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), e experiência enquanto mentor daquela que foi a primeira incubadora de negócios do segmento industrial (a Open, na Marinha Grande). Antes disso, já se havia iniciado (aos 18 anos!) enquanto gestor do Mariparque, um parque aquático de Vieira de Leiria, e trabalhou nas empresas EcoChoice e Zook.

O curso de Relações Internacionais haveria de ficar remetido para as calendas – mas essa aparente fragilidade dos currículos convencionados, que não têm em conta as reais competências, não o impediu de prodigalizar o estatuto de ilustre desconhecido. E é esse o mérito que lhe pode ser atribuído quando passa para a cena política.

Vasconcelos, no auge da idade dos jovens turcos, começa a trabalhar com o executivo camarário então liderado por António Costa, e é nessa função que vê o orçamento participativo de 2009-2012 aprovar o montante necessário para a criação da incubadora Startup Lisboa. Além do apoio político da câmara, conta com dois aliados: o Banco Montepio Geral e o IAPMEI. O que ajuda a confirmar que há funções em que os denominados soft skills são tão ou mais importantes que os conhecimentos aferidos em cursos e exames de universidade. Vasconcelos confirmou que era possível fazer a quadratura do círculo em Lisboa; e mostrou aos pessimistas e até à oposição à direita, tradicionalmente, mais ligada ao tecido empresarial e ao estereótipo de self-made man, que era possível ser militante socialista e ter uma visão para o empreendedorismo nacional.

Onde os outros protestavam, pressionavam, ou intrigavam, João Vasconcelos costumava influenciar ou persuadir – sem perder o sentido da função. Pode parecer um princípio de menino bem-comportado que nem sempre produz os resultados esperados, mas terá sido suficiente para abrir muitas portas no mundo empresarial, e evitar os anticorpos que se geram pela maledicência ou pelas fronteiras definidas pelas cores partidárias. E em plena crise financeira, com um governo de cor diferente e a troika a mandar e a desmandar ao ritmo de protestos e manifestações, nasce a Startup Lisboa, curiosamente, sem grandes pressões ou aparatos. Gostaria de saber quantos jovens americanos em Silicon Valley não gostariam de ter um escritório com vista para o Tejo ou para a Praça da Figueira, mas repito: na década passada, os jovens empreendedores estavam mais tentados em imitar Silicon Valley – mesmo nos edifícios descaracterizados que pautam os arredores das maiores cidades americanas. Quem ouvisse falar numa incubadora de startups em Lisboa seguramente que haveria de ser acometido por um ataque de riso – que não tardou a revelar-se injustificado.

É verdade que, bem ou mal, a política dos vistos dourados acabou por dar um “empurrão” a uma nova geração de investidores vindos dos estrangeiro, mas João Vasconcelos fez por não desmerecer a missão que lhe calhou em sorte: com um inglês de sotaque forte e indisfarçável que só era suplantado pelo à vontade com que falava, fazia de mestre de cerimónias em mostras e demonstrações de startups à frente de investidores e empresários de várias latitudes. Não havia cá o tradicional paroquialismo lusitano, nem vergonha de ser quem era, nem sequer a mania de superioridade criada pelo sucesso. E a prova disso mesmo é que da mesma forma que batalhava pelo seu quinhão mediático respondia aos telefonemas, mesmo sabendo que do lado de cá vinham perguntas incómodas, como aquelas com que o persegui no intuito de saber se a expansão para um novo prédio na Baixa estava ou não atrasada.

Do sucesso da Startup Lisboa, que já tinha alinhavada a expansão para o Hub Criativo do Beato, passou para a Secretaria de Estado da Indústria. O que o confirmou como o “embaixador” privilegiado de António Costa nas relações com o tecido empresarial. Além de escolha natural para um cargo que exigia uma agenda recheada de contactos da “velha guarda” empresarial e da “nova geração” da denominada economia digital, o empresário convertido em político revelou um pragmatismo salutar – e raro nos dias que correm – aquando do lançamento do programa Startup Portugal. Uma parte das medidas elencadas neste programa já havia sido preconizada pelo governo anterior, durante a passagem de Carlos Oliveira pela secretaria de Estado que detinha a pasta da inovação e do empreendedorismo.

Os detratores poderão dizer que a adoção de medidas de um governo de outra cor mais não é que uma imitação ou aproveitamento do trabalho alheio. Para mim, é uma prova de que João Vasconcelos poderia não ser cientista ou engenheiro, mas era sábio. E a sabedoria até pode ser a melhor das virtudes possíveis numa classe política que, muitas vezes, desbarata recursos e esforços com leis, iniciativas e programas que reinventam a roda, destroem o que já foi feito ou que apenas servem para beneficiar uma insidiosa minoria. Sem ter de encher a boca com o sentido de Estado, Vasconcelos aproveitou o que de bom havia de um dos antecessores levando à prática o verdadeiro sentido de Estado, como algo que pode ser aplicado sem ser propalado.

Aconteceu o mesmo com a Web Summit: valha a verdade, a Web Summit é uma conquista política de Paulo Portas, enquanto ministro da Economia que se recusava a mexer num computador, mas tem a ousadia de tentar convencer Paddy Cosgrave a mudar a mostra de empreendedorismo e inovação para Lisboa.

Na última edição em Dublin, em 2014, João Vasconcelos ainda não estava no Governo – mas já estava em Dublin a tratar do networking que a direção da Startup Lisboa exigia – e sem descurar a vertente política, tratou de ir mantendo o contacto com os jornalistas portugueses que estavam no local. Se fosse um dos buldogues partidários que por aí proliferam, poderia ter aproveitado para criticar a conquista alcançada pelo adversário político pegando logo no argumento previsível do dinheiro desperdiçado numa empresa estrangeira, mas não foi isso que aconteceu durante o anúncio da vinda da Web Summit para Lisboa, nem sequer quando passou a integrar o governo socialista para funcionar como elemento “invisível” que criou as condições necessárias para a captação de investimentos de marcas como a Mercedes, a Google, a Cisco, a BMW em Lisboa e arredores e, não menos importante, para o lançamento das bases do futuro Hub Criativo do Beato.

A apresentação do projeto do Hub Criativo do Beato já não viria a ser feita por Vasconcelos no Governo. Uma polémica relacionada com os convites para viagens, refeições e bilhetes do Campeonato Europeu de Futebol de França haveria de ditar a saída da secretaria de Estado da Indústria numa posição notoriamente desconfortável. Apesar de estar no centro das atenções, nunca deixou de falar com quem sempre falou – e de respeitar a função dos jornalistas da mesma forma que os tratava por tu sem incorrer no abuso de confiança. E foi com esta naturalidade que regressou ao empreendedorismo assumindo função na empresa de aluguer de trotinetes Flash.

Sim, pela lei em vigor, somos todos levados a concordar que um governante deve recusar certos convites, mas esse é apenas um pecadilho demasiado pequeno para fazer esquecer um percurso sem paralelo na cena empreendedora nacional: o de homem providencial que fazia acontecer as coisas, sem impingir opiniões e sem se pôr em bicos dos pés; que não desperdiçou oportunidades geradas pelos adversários políticos; que soube pensar Lisboa sem preconceitos ou quinquilharias partidárias; que pôs a cena empreendedora a “rolar” através de uma capacidade de influência que nenhum curso de Relações Internacionais alguma vez será capaz de ensinar; que não estragou aquilo que herdou – e que melhorou o legado para benefício do maior número de pessoas possível.

Sim, João Vasconcelos não era perfeito. Se tivesse sido, provavelmente esta página teria ficado em branco, na mais sublime pureza e perfeição – sem nada para contar.

Obrigado, João Vasconcelos. Até sempre!

Há momentos em que a página fica em branco bem mais tempo que o esperado. Escrever um obituário é um desses momentos que deveriam ser rotineiros para qualquer jornalista que tanto tem de escrever sobre os sucessos de uma startup criada por jovens cientistas cobertos de acne e cabelos em pé como da fatalidade que está reservada a todos os seres humanos. Desta vez, foi João Vasconcelos. Aconteceu na segunda-feira passada, com um ataque cardíaco, aos 43 anos.

Se as notícias têm por base os factos, então assim fica a triste notícia dada. Mas não se julgue que o desfecho chega para contar a história toda – até porque é insuficiente para fazer justiça ao filho e neto de empresários, oriundo da zona de Leiria que os portugueses em geral, e dos lisboetas em especial, talvez até não saibam quem é, mas é um dos principais rostos da “geração startup” que fez de Lisboa uma das cidades mais atrativas do mundo para lançar um novo negócio.

Por um momento, esqueçamos a lenga-lenga dos Descobrimentos, da confluência de culturas, do espírito hospitaleiro, do desenrasquismo, da curiosidade lusitana e de outros traços de personalidade mais ou menos reais ou fantasiosos que surgem nos cartões de visita da Capital. A verdade é esta e nem mesmo o lojista mais otimista da Rua da Prata a poderá desmentir: na década passada, a baixa Lisboeta estava moribunda. A partir das 20h00, era raro ver vivalma. E as que se viam nem sempre eram as mais amistosas. Hoje, qualquer metro quadrado naquelas ruas quadriculares é vendido como se tivesse petróleo no subsolo, mas há 10 anos parecia que ninguém queria ir para lá morar – ou mesmo trabalhar.

E é neste cenário de depressão urbana que Vasconcelos começa a operar em Lisboa. No currículo, traz vários anos de dirigente na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), e experiência enquanto mentor daquela que foi a primeira incubadora de negócios do segmento industrial (a Open, na Marinha Grande). Antes disso, já se havia iniciado (aos 18 anos!) enquanto gestor do Mariparque, um parque aquático de Vieira de Leiria, e trabalhou nas empresas EcoChoice e Zook.

O curso de Relações Internacionais haveria de ficar remetido para as calendas – mas essa aparente fragilidade dos currículos convencionados, que não têm em conta as reais competências, não o impediu de prodigalizar o estatuto de ilustre desconhecido. E é esse o mérito que lhe pode ser atribuído quando passa para a cena política.

Vasconcelos, no auge da idade dos jovens turcos, começa a trabalhar com o executivo camarário então liderado por António Costa, e é nessa função que vê o orçamento participativo de 2009-2012 aprovar o montante necessário para a criação da incubadora Startup Lisboa. Além do apoio político da câmara, conta com dois aliados: o Banco Montepio Geral e o IAPMEI. O que ajuda a confirmar que há funções em que os denominados soft skills são tão ou mais importantes que os conhecimentos aferidos em cursos e exames de universidade. Vasconcelos confirmou que era possível fazer a quadratura do círculo em Lisboa; e mostrou aos pessimistas e até à oposição à direita, tradicionalmente, mais ligada ao tecido empresarial e ao estereótipo de self-made man, que era possível ser militante socialista e ter uma visão para o empreendedorismo nacional.

Onde os outros protestavam, pressionavam, ou intrigavam, João Vasconcelos costumava influenciar ou persuadir – sem perder o sentido da função. Pode parecer um princípio de menino bem-comportado que nem sempre produz os resultados esperados, mas terá sido suficiente para abrir muitas portas no mundo empresarial, e evitar os anticorpos que se geram pela maledicência ou pelas fronteiras definidas pelas cores partidárias. E em plena crise financeira, com um governo de cor diferente e a troika a mandar e a desmandar ao ritmo de protestos e manifestações, nasce a Startup Lisboa, curiosamente, sem grandes pressões ou aparatos. Gostaria de saber quantos jovens americanos em Silicon Valley não gostariam de ter um escritório com vista para o Tejo ou para a Praça da Figueira, mas repito: na década passada, os jovens empreendedores estavam mais tentados em imitar Silicon Valley – mesmo nos edifícios descaracterizados que pautam os arredores das maiores cidades americanas. Quem ouvisse falar numa incubadora de startups em Lisboa seguramente que haveria de ser acometido por um ataque de riso – que não tardou a revelar-se injustificado.

É verdade que, bem ou mal, a política dos vistos dourados acabou por dar um “empurrão” a uma nova geração de investidores vindos dos estrangeiro, mas João Vasconcelos fez por não desmerecer a missão que lhe calhou em sorte: com um inglês de sotaque forte e indisfarçável que só era suplantado pelo à vontade com que falava, fazia de mestre de cerimónias em mostras e demonstrações de startups à frente de investidores e empresários de várias latitudes. Não havia cá o tradicional paroquialismo lusitano, nem vergonha de ser quem era, nem sequer a mania de superioridade criada pelo sucesso. E a prova disso mesmo é que da mesma forma que batalhava pelo seu quinhão mediático respondia aos telefonemas, mesmo sabendo que do lado de cá vinham perguntas incómodas, como aquelas com que o persegui no intuito de saber se a expansão para um novo prédio na Baixa estava ou não atrasada.

Do sucesso da Startup Lisboa, que já tinha alinhavada a expansão para o Hub Criativo do Beato, passou para a Secretaria de Estado da Indústria. O que o confirmou como o “embaixador” privilegiado de António Costa nas relações com o tecido empresarial. Além de escolha natural para um cargo que exigia uma agenda recheada de contactos da “velha guarda” empresarial e da “nova geração” da denominada economia digital, o empresário convertido em político revelou um pragmatismo salutar – e raro nos dias que correm – aquando do lançamento do programa Startup Portugal. Uma parte das medidas elencadas neste programa já havia sido preconizada pelo governo anterior, durante a passagem de Carlos Oliveira pela secretaria de Estado que detinha a pasta da inovação e do empreendedorismo.

Os detratores poderão dizer que a adoção de medidas de um governo de outra cor mais não é que uma imitação ou aproveitamento do trabalho alheio. Para mim, é uma prova de que João Vasconcelos poderia não ser cientista ou engenheiro, mas era sábio. E a sabedoria até pode ser a melhor das virtudes possíveis numa classe política que, muitas vezes, desbarata recursos e esforços com leis, iniciativas e programas que reinventam a roda, destroem o que já foi feito ou que apenas servem para beneficiar uma insidiosa minoria. Sem ter de encher a boca com o sentido de Estado, Vasconcelos aproveitou o que de bom havia de um dos antecessores levando à prática o verdadeiro sentido de Estado, como algo que pode ser aplicado sem ser propalado.

Aconteceu o mesmo com a Web Summit: valha a verdade, a Web Summit é uma conquista política de Paulo Portas, enquanto ministro da Economia que se recusava a mexer num computador, mas tem a ousadia de tentar convencer Paddy Cosgrave a mudar a mostra de empreendedorismo e inovação para Lisboa.

Na última edição em Dublin, em 2014, João Vasconcelos ainda não estava no Governo – mas já estava em Dublin a tratar do networking que a direção da Startup Lisboa exigia – e sem descurar a vertente política, tratou de ir mantendo o contacto com os jornalistas portugueses que estavam no local. Se fosse um dos buldogues partidários que por aí proliferam, poderia ter aproveitado para criticar a conquista alcançada pelo adversário político pegando logo no argumento previsível do dinheiro desperdiçado numa empresa estrangeira, mas não foi isso que aconteceu durante o anúncio da vinda da Web Summit para Lisboa, nem sequer quando passou a integrar o governo socialista para funcionar como elemento “invisível” que criou as condições necessárias para a captação de investimentos de marcas como a Mercedes, a Google, a Cisco, a BMW em Lisboa e arredores e, não menos importante, para o lançamento das bases do futuro Hub Criativo do Beato.

A apresentação do projeto do Hub Criativo do Beato já não viria a ser feita por Vasconcelos no Governo. Uma polémica relacionada com os convites para viagens, refeições e bilhetes do Campeonato Europeu de Futebol de França haveria de ditar a saída da secretaria de Estado da Indústria numa posição notoriamente desconfortável. Apesar de estar no centro das atenções, nunca deixou de falar com quem sempre falou – e de respeitar a função dos jornalistas da mesma forma que os tratava por tu sem incorrer no abuso de confiança. E foi com esta naturalidade que regressou ao empreendedorismo assumindo função na empresa de aluguer de trotinetes Flash.

Sim, pela lei em vigor, somos todos levados a concordar que um governante deve recusar certos convites, mas esse é apenas um pecadilho demasiado pequeno para fazer esquecer um percurso sem paralelo na cena empreendedora nacional: o de homem providencial que fazia acontecer as coisas, sem impingir opiniões e sem se pôr em bicos dos pés; que não desperdiçou oportunidades geradas pelos adversários políticos; que soube pensar Lisboa sem preconceitos ou quinquilharias partidárias; que pôs a cena empreendedora a “rolar” através de uma capacidade de influência que nenhum curso de Relações Internacionais alguma vez será capaz de ensinar; que não estragou aquilo que herdou – e que melhorou o legado para benefício do maior número de pessoas possível.

Sim, João Vasconcelos não era perfeito. Se tivesse sido, provavelmente esta página teria ficado em branco, na mais sublime pureza e perfeição – sem nada para contar.

Obrigado, João Vasconcelos. Até sempre!

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