Tancos. Azeredo Lopes desconhece “discrepância” sobre material desaparecido e pressiona MP

23-12-2019
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Azeredo Lopes considera que a investigação sobre o assalto aos paióis de Tancos deve seguir o seu curso e apelou ao “bom senso” de todas as partes envolvidas. Garantindo por diversas vezes que não estava à procura de “alijar responsabilidades”, o governante sublinhou, várias vezes, que a “investigação cabe exclusivamente ao Ministério Público”.

"[É preciso esperar] calmamente que essa aclaração [do Ministério Público] venha a verificar-se, ou seja, que se venha a saber e se sim, porque é que se se verifica uma alegada discrepância quanto àquilo que foi recuperado”, notou Azeredo Lopes.

O ministro da Defesa foi confrontado esta terça-feira, no Parlamento, com as informações avançadas pelo Expresso, na sua edição de sábado, de que há mais material de guerra em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte, além das munições de 9mm. “O bom senso obriga a que esperemos calmamente”, pediu Azeredo Lopes.

Azeredo Lopes acabou por reconhecer que ainda não foi “informado [formalmente] da discrepância” entre material roubado e o que foi efetivamente recuperado. "Se fui informado? Não, não fui informado. Porque provavelmente quem investiga considerou que estaria em segredo de justiça”, sugeriu o ministro.

Ainda assim, o governante garantiu que emendará a mão caso a notícia se venha a confirmar, depois de num primeiro momento ter confiado na informação que lhe fora comunicada oficialmente pela Polícia Judiciária Militar. Apesar da insistência dos deputados do PSD, o ministro da Defesa resistiu em esclarecer se colocará ou não o cargo à disposição.

Confrontado com o alegado conflito entre Polícia Judiciária Militar e a Polícia Judiciária, o ministro da Defesa deixou um recado às duas instituições e ao Ministério Público: “Quem tem que aclarar a existência desses conflitos, que eu espero que não existam, é o Ministério Público”, sublinhou.

Deputado salva ministro?

Em vários momentos, Azeredo Lopes foi confrontado sobre a continuidade Rovisco Duarte no cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército. O ministro acabou por ser evasivo, não respondendo às perguntas dos deputados que questionaram a posição do general em todo o caso.

Ou melhor, Azeredo Lopes foi quase sempre evasivo. Já perto do final da audição, e já depois de ter esgotado o tempo que tinha para responder ao deputado João Rebelo (CDS), que desafiara o governante a esclarecer se mantinha ou não confiança em Rovisco Duarte, o ministro ainda ensaiou um prometedor "se se vier a verificar...". Acabaria, no entanto, por não concluir a ideia, até porque o deputado do PS Ascenso Simões cortou cerce. "Nós temos mais votos que o CDS. Já esgotou o tempo".

A frase do socialista causou uma grande estranheza na sala, com João Rebelo a soltar um inocente "eu nem estava a falar". O gesto de Ascenso Simões foi interpretado, mesmo entre socialistas, como uma forma de proteger o ministro, sabe o Expresso. Não fosse Azeredo Lopes comprometer-se com uma decisão irrevogável e a fragilizar Rovisco Duarte.

Azeredo Lopes considera que a investigação sobre o assalto aos paióis de Tancos deve seguir o seu curso e apelou ao “bom senso” de todas as partes envolvidas. Garantindo por diversas vezes que não estava à procura de “alijar responsabilidades”, o governante sublinhou, várias vezes, que a “investigação cabe exclusivamente ao Ministério Público”.

"[É preciso esperar] calmamente que essa aclaração [do Ministério Público] venha a verificar-se, ou seja, que se venha a saber e se sim, porque é que se se verifica uma alegada discrepância quanto àquilo que foi recuperado”, notou Azeredo Lopes.

O ministro da Defesa foi confrontado esta terça-feira, no Parlamento, com as informações avançadas pelo Expresso, na sua edição de sábado, de que há mais material de guerra em falta entre o que foi recuperado na Chamusca, como granadas de gás lacrimogéneo, uma granada de mão ofensiva, e cargas lineares de corte, além das munições de 9mm. “O bom senso obriga a que esperemos calmamente”, pediu Azeredo Lopes.

Azeredo Lopes acabou por reconhecer que ainda não foi “informado [formalmente] da discrepância” entre material roubado e o que foi efetivamente recuperado. "Se fui informado? Não, não fui informado. Porque provavelmente quem investiga considerou que estaria em segredo de justiça”, sugeriu o ministro.

Ainda assim, o governante garantiu que emendará a mão caso a notícia se venha a confirmar, depois de num primeiro momento ter confiado na informação que lhe fora comunicada oficialmente pela Polícia Judiciária Militar. Apesar da insistência dos deputados do PSD, o ministro da Defesa resistiu em esclarecer se colocará ou não o cargo à disposição.

Confrontado com o alegado conflito entre Polícia Judiciária Militar e a Polícia Judiciária, o ministro da Defesa deixou um recado às duas instituições e ao Ministério Público: “Quem tem que aclarar a existência desses conflitos, que eu espero que não existam, é o Ministério Público”, sublinhou.

Deputado salva ministro?

Em vários momentos, Azeredo Lopes foi confrontado sobre a continuidade Rovisco Duarte no cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército. O ministro acabou por ser evasivo, não respondendo às perguntas dos deputados que questionaram a posição do general em todo o caso.

Ou melhor, Azeredo Lopes foi quase sempre evasivo. Já perto do final da audição, e já depois de ter esgotado o tempo que tinha para responder ao deputado João Rebelo (CDS), que desafiara o governante a esclarecer se mantinha ou não confiança em Rovisco Duarte, o ministro ainda ensaiou um prometedor "se se vier a verificar...". Acabaria, no entanto, por não concluir a ideia, até porque o deputado do PS Ascenso Simões cortou cerce. "Nós temos mais votos que o CDS. Já esgotou o tempo".

A frase do socialista causou uma grande estranheza na sala, com João Rebelo a soltar um inocente "eu nem estava a falar". O gesto de Ascenso Simões foi interpretado, mesmo entre socialistas, como uma forma de proteger o ministro, sabe o Expresso. Não fosse Azeredo Lopes comprometer-se com uma decisão irrevogável e a fragilizar Rovisco Duarte.

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