Carta de Berardo não comove deputados: “Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”

11-07-2019
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A carta que José Berardo enviou a Eduardo Ferro Rodrigues não comoveu os deputados. Nenhum considera que o empresário tenha sido maltratado na comissão parlamentar de inquérito e todos consideram que os portugueses é que têm razão de queixa. A justiça também fará a sua avaliação, devido aos documentos que não foram entregues ao Parlamento. Mas, além disso, já há uma investigação em curso.

“Diz o Sr. Berardo que está indignado com o que se passou. Indignados estão os portugueses. Quem é que já pagou isto? Os portugueses, através dos impostos”, afirmou o deputado social-democrata Duarte Pacheco esta terça-feira, 2 de julho, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, reagindo à carta que chegou a Ferro Rodrigues ontem.

José Berardo enviou uma missiva ao presidente da Assembleia da República, que foi noticiada pelos jornais, em que criticou o trabalho dos deputados do inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (já no próprio dia tinha dito que tinha sido o principal prejudicado) e em que argumentou que pagou 231 milhões de euros em juros à banca (que está a executar em 962 milhões de euros a Fundação José Berardo).

Duarte Pacheco ataca o facto de haver uma carta enviada por José Berardo ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que foi logo de conhecimento público. “Se havia queixas, se queria escrever ao segundo titular do Estado, tem de se ter o bom senso e a reserva que a mesma merece”, comentou o deputado social-democrata. É uma “falta de decoro”, disse.

O Partido Socialista também reagiu com críticas. João Paulo Correia classificou o comportamento de Berardo como “arrogante e irresponsável”. “Todo o país ficou indignado com audição de Sr. José Berardo”, acrescentou.

A carta “não passa de manobra de distração da defesa de Joe Berardo”, considerou o deputado socialista, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. “Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”, continuou.

“Ar jocoso” e “carta autoexplicativa”

Também Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, não dá razão a Berardo em relação às críticas sobre o comportamento dos deputados: foi ele que se apresentou de uma maneira incorreta na comissão de inquérito, incluído com um “ar jocoso”. Um ar que se justifica com o facto de, diz a deputada, desde 2008 se saber que havia "truques jurídicos" que iriam sempre impedir a banca de recuperar os seus empréstimos.

Uma “carta autoexplicativa”, chamou-lhe a centrista Cecília Meireles, sem querer fazer considerações adicionais. “Mais do que entrar em polémicas com o Sr. Joe Berardo, o que é importante é que, no fim desta comissão parlamentar de inquérito, termos bastante mais informação”, disse.

Duarte Alves, do PCP, alinha pelo mesmo diapasão. "Esta carta de José Berardo ao presidente da Assembleia da República insere-se num ensaio de vitimização, que já ensaiou na comissão de inquérito e que não conseguiu impor", declarou o deputado comunista.

O relatório final da comissão será discutido no próximo dia 19. Será da autoria de João Almeida, do CDS.

A carta que José Berardo enviou a Eduardo Ferro Rodrigues não comoveu os deputados. Nenhum considera que o empresário tenha sido maltratado na comissão parlamentar de inquérito e todos consideram que os portugueses é que têm razão de queixa. A justiça também fará a sua avaliação, devido aos documentos que não foram entregues ao Parlamento. Mas, além disso, já há uma investigação em curso.

“Diz o Sr. Berardo que está indignado com o que se passou. Indignados estão os portugueses. Quem é que já pagou isto? Os portugueses, através dos impostos”, afirmou o deputado social-democrata Duarte Pacheco esta terça-feira, 2 de julho, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, reagindo à carta que chegou a Ferro Rodrigues ontem.

José Berardo enviou uma missiva ao presidente da Assembleia da República, que foi noticiada pelos jornais, em que criticou o trabalho dos deputados do inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (já no próprio dia tinha dito que tinha sido o principal prejudicado) e em que argumentou que pagou 231 milhões de euros em juros à banca (que está a executar em 962 milhões de euros a Fundação José Berardo).

Duarte Pacheco ataca o facto de haver uma carta enviada por José Berardo ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que foi logo de conhecimento público. “Se havia queixas, se queria escrever ao segundo titular do Estado, tem de se ter o bom senso e a reserva que a mesma merece”, comentou o deputado social-democrata. É uma “falta de decoro”, disse.

O Partido Socialista também reagiu com críticas. João Paulo Correia classificou o comportamento de Berardo como “arrogante e irresponsável”. “Todo o país ficou indignado com audição de Sr. José Berardo”, acrescentou.

A carta “não passa de manobra de distração da defesa de Joe Berardo”, considerou o deputado socialista, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. “Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele”, continuou.

“Ar jocoso” e “carta autoexplicativa”

Também Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, não dá razão a Berardo em relação às críticas sobre o comportamento dos deputados: foi ele que se apresentou de uma maneira incorreta na comissão de inquérito, incluído com um “ar jocoso”. Um ar que se justifica com o facto de, diz a deputada, desde 2008 se saber que havia "truques jurídicos" que iriam sempre impedir a banca de recuperar os seus empréstimos.

Uma “carta autoexplicativa”, chamou-lhe a centrista Cecília Meireles, sem querer fazer considerações adicionais. “Mais do que entrar em polémicas com o Sr. Joe Berardo, o que é importante é que, no fim desta comissão parlamentar de inquérito, termos bastante mais informação”, disse.

Duarte Alves, do PCP, alinha pelo mesmo diapasão. "Esta carta de José Berardo ao presidente da Assembleia da República insere-se num ensaio de vitimização, que já ensaiou na comissão de inquérito e que não conseguiu impor", declarou o deputado comunista.

O relatório final da comissão será discutido no próximo dia 19. Será da autoria de João Almeida, do CDS.

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