CGD. Centeno clarifica desvio: "Plano em curso está fora dos carris"

03-08-2016
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Mário Centeno, ministro das Finanças, procurou clarificar esta tarde, ao longo da audição na comissão parlamentar de inquérito ao banco público, a referência ao "desvio enormíssimo" que identificou na Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"O plano de restruturação que foi apresentado em 2013, em resultado da operação de capitalização, assentou no compromisso de melhoria de um conjunto de rácios e performance. Apesar do esforço realizado ao longo deste tempo, com melhoramento de alguns indicadores de atividade, a verdade é que, desde o início do plano de restruturação, o desvio da evolução realizada frente ao plano definido tem vindo a ser significativo", apontou Mário Centeno aos deputados.

"Por análise da diferença entre o resultado operacional previsto inicialmente e o esperado para o final do plano de restruturação em 2017, a perspetiva é de uma diferença de cerca de 3000 milhões de euros. Foi a este desvio que me referi. É uma diferença entre um plano e a sua execução. E é assim que deve ser entendido e interpretado."

Mas esta clarificação não caiu bem entre os deputados, especialmente junto de João Almeida, do CDS, que insistiu bastante no tema. Desde logo porque as contas ao desvio que o governo oficializou partem, no fundo, igualmente de previsões e projeções - ou seja, as eventuais perdas da CGD até 2017. "Esse desvio então é uma previsão sobre outra previsão", atirou João Almeida, que acusou Mário Centeno de ter sido o responsável pela criação do turbilhão mediático que atualmente paira sobre a CGD.

"A administração da CGD esteve aqui e demonstrou a mesma situação que o Sr. Ministro sem sensacionalismo nenhum", referiu o deputado centrista.

Face a insistência do CDS no tema do "desvio", Centeno acabou por referir que o "objetivo da minha frase" e da "clarificação" que fez foi só um: "Notar que é necessário olhar para o plano de negócios atual e dar-lhe uma outra dinâmica e outro realismo, foi exatamente isso que quis fazer. Dizer que o plano de reestruturação que foi acompanhado pelo anterior governo estava fora dos carris."

"Urgências mais urgentes"

Antes da intervenção do CDS, a palavra esteve com Moisés Ferreira, deputado do Bloco de Esquerda, que apontou baterias para a fase de transição entre o governo do PSD/CDS e o executivo socialista, durante o mês de novembro de 2015. A CGD e as suas necessidades de capital foi um tema abordado?

"O tema foi abordado mas, dado o contexto em que se dá a transição do governo, em particular na área financeira, a CGD não era de especial prioridade naquele instante", apontou Mário Centeno. Assim que tomou posse, o executivo socialista tinha o Banif prestes a implodir-lhe nas mãos.

Moisés Ferreira perguntou de seguida se não o PS não recebeu qualquer alerta sobre a solvabilidade do banco público, ao que Centeno respondeu que "havia outras urgências, mais urgentes, passe a redundância".

Mário Centeno, ministro das Finanças, procurou clarificar esta tarde, ao longo da audição na comissão parlamentar de inquérito ao banco público, a referência ao "desvio enormíssimo" que identificou na Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"O plano de restruturação que foi apresentado em 2013, em resultado da operação de capitalização, assentou no compromisso de melhoria de um conjunto de rácios e performance. Apesar do esforço realizado ao longo deste tempo, com melhoramento de alguns indicadores de atividade, a verdade é que, desde o início do plano de restruturação, o desvio da evolução realizada frente ao plano definido tem vindo a ser significativo", apontou Mário Centeno aos deputados.

"Por análise da diferença entre o resultado operacional previsto inicialmente e o esperado para o final do plano de restruturação em 2017, a perspetiva é de uma diferença de cerca de 3000 milhões de euros. Foi a este desvio que me referi. É uma diferença entre um plano e a sua execução. E é assim que deve ser entendido e interpretado."

Mas esta clarificação não caiu bem entre os deputados, especialmente junto de João Almeida, do CDS, que insistiu bastante no tema. Desde logo porque as contas ao desvio que o governo oficializou partem, no fundo, igualmente de previsões e projeções - ou seja, as eventuais perdas da CGD até 2017. "Esse desvio então é uma previsão sobre outra previsão", atirou João Almeida, que acusou Mário Centeno de ter sido o responsável pela criação do turbilhão mediático que atualmente paira sobre a CGD.

"A administração da CGD esteve aqui e demonstrou a mesma situação que o Sr. Ministro sem sensacionalismo nenhum", referiu o deputado centrista.

Face a insistência do CDS no tema do "desvio", Centeno acabou por referir que o "objetivo da minha frase" e da "clarificação" que fez foi só um: "Notar que é necessário olhar para o plano de negócios atual e dar-lhe uma outra dinâmica e outro realismo, foi exatamente isso que quis fazer. Dizer que o plano de reestruturação que foi acompanhado pelo anterior governo estava fora dos carris."

"Urgências mais urgentes"

Antes da intervenção do CDS, a palavra esteve com Moisés Ferreira, deputado do Bloco de Esquerda, que apontou baterias para a fase de transição entre o governo do PSD/CDS e o executivo socialista, durante o mês de novembro de 2015. A CGD e as suas necessidades de capital foi um tema abordado?

"O tema foi abordado mas, dado o contexto em que se dá a transição do governo, em particular na área financeira, a CGD não era de especial prioridade naquele instante", apontou Mário Centeno. Assim que tomou posse, o executivo socialista tinha o Banif prestes a implodir-lhe nas mãos.

Moisés Ferreira perguntou de seguida se não o PS não recebeu qualquer alerta sobre a solvabilidade do banco público, ao que Centeno respondeu que "havia outras urgências, mais urgentes, passe a redundância".

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