Joe Berardo: "Não me refugiei em ataques de amnésia selectiva no Parlamento." Verdadeiro ou falso?

25-05-2019
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Joe Berardo: "Não me refugiei em ataques de amnésia selectiva no Parlamento." Verdadeiro ou falso? 24 mai 2019 19:45 Polígrafo Polígrafo Partilhar Partilhar Partilhar O que está em causa? Na sua passagem-relâmpago pela Assembleia da República, Joe Berardo não deixou pedra sobre pedra. Depois das ondas de choque que percorreram o país, o empresário madeirense emitiu um comunicado em que afirma que, por respeito aos portugueses e ao Parlamento, não se escondeu em crises de memória. Será que não? ANTÓNIO COTRIM/LUSA © 2019 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. Na já célebre audição na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, Joe Berardo chocou o país. O comendador  foi unanimemente criticado pela sua postura alegadamente arrogante e desafiante. O sonoro “Ah, ah, ah” com que respondeu a uma pergunta da deputada do CDS Cecília Meireles foi a gota de água que fez eclodir uma tempestade mesmo em cima da cabeça de Berardo, que agora até a sua comenda tem em risco.Esta semana, 13 dias depois do sucedido, o empresário madeirense decidiu, finalmente, quebrar o silêncio a que se remeteu desde esse dia. Fê-lo através de um comunicado. E o que disse Berardo? Que é  “o bode expiatório” de “todos os males do sistema financeiro português desde 2007” - e que recusa aceitar “passivamente” esse rótulo.   Continuar a ler   Mais: que durante 5 horas e 30 minutos foi “sujeito a um intenso interrogatório regido por regras políticas que não domino, nem quero dominar”. O “mea culpa” surgiu mais à frente: “Tenho de admitir que no calor da discussão me excedi, dando algumas respostas impulsivas e não devidamente ponderadas”. Quais foram essas respostas? Berardo não as identificou.Ainda assim, afirmou que, “por respeito ao Parlamento e aos Portugueses”, decidiu ser claro na sua intervenção: “Teria sido mais fácil para mim não responder às perguntas e esconder-me em ataques de 'amnésia seletiva’, como tem acontecido com frequência nesta comissão. Não o fiz.” O Berardo-Gate foi o tema principal do programa semanal de Ricardo Araújo Pereira na TVI Mas será que não o fez mesmo? Será que Berardo, à imagem do que aconteceu com Vítor Constâncio e outras figuras já ouvidas no Parlamento, não sofreu também de um súbito ataque de amnésia seletiva?A resposta é sim: também Berardo manifestou problemas de memória na Comissão de Inquérito. Deixamos quatro exemplos:Afirmou que, “por ser disléxico” [SIC], não se recordava de alguns pormenores sobre os primeiros contactos com o BCP e Jardim Gonçalves;Quando interrogado sobre se os bancos insistiram consigo no sentido de dar um aval pessoal a um empréstimo de 350 milhões de euros, respondeu: “Eu acho que nessa altura nem falavam disso. Não me lembro.”Quando a deputada bloquista Mariana Mortágua lhe perguntou quem são os acionistas da Associação Coleção Berardo, afirmou: “Quem tem a maioria não sei, tenho que ver”. Perante a insistência de Mortágua, acrescentou: “Não sei, não me lembro de todos”.Sobre a casa em que vive, Joe Berardo afirmou que se trata de um imóvel alugado e que, portanto, não lhe pertence, pagando renda pelo seu usufruto. Interrogado por Mariana Mortágua sobre o valor da mesma, afirmou não saber.Avaliação do Polígrafo: Notificações Subscrever Na sua rede favorita Siga-nos na sua rede favorita. Pimenta na Língua   Partilhar Partilhar Partilhar   Em destaque Editorial · 14 mai 2019 09:56 Sobre o Polígrafo SIC e os perigos do WhatsApp Política · 21 mai 2019 10:58 Europeias: O Polígrafo propôs e ele aceitou: leia o pedido de fact-check que Nuno Melo nos fez via WhatsApp Política · 21 mai 2019 09:00 Europeias: Pedimos aos candidatos que sugerissem um fact-check ao Polígrafo via WhatsApp. Leia o de Pedro Marques Política · 20 mai 2019 19:57 Europeias: pedimos aos candidatos que sugerissem um fact-check ao Polígrafo. Leia o de Paulo Rangel Mais populares Política · 21 mai 2019 09:00 Europeias: Pedimos aos candidatos que sugerissem um fact-check ao Polígrafo via WhatsApp. Leia o de Pedro Marques Política · 21 mai 2019 10:58 Europeias: O Polígrafo propôs e ele aceitou: leia o pedido de fact-check que Nuno Melo nos fez via WhatsApp Política · 21 mai 2019 10:25 Europeias: Leia o fact-check que Marisa Matias pediu ao Polígrafo para fazer Política · 20 mai 2019 19:57 Europeias: pedimos aos candidatos que sugerissem um fact-check ao Polígrafo. Leia o de Paulo Rangel Internacional · 19 mai 2019 20:00 Conheça sete dos boatos que ainda circulam na Internet sobre Lula da Silva Últimas Polígrafo · 24 mai 2019 19:45 Joe Berardo: "Não me refugiei em ataques de amnésia selectiva no Parlamento." Verdadeiro ou falso? Polígrafo · 24 mai 2019 13:31 Guerra aberta: Marisa Matias acusa Nuno Melo, que acusa Marisa Matias, que acusa Nuno Melo. A bloquista tem razão? Polígrafo · 24 mai 2019 08:30 O endividamento da economia portuguesa "interrompeu queda e agravou-se para 356,8% do PIB"? Polígrafo · 23 mai 2019 21:38 "Domingão do Faustão", programa-estrela da estação de televisão Globo, vai acabar? Polígrafo · 23 mai 2019 20:38 Deputados portugueses são 40 vezes mais caros do que os espanhóis?

Joe Berardo: "Não me refugiei em ataques de amnésia selectiva no Parlamento." Verdadeiro ou falso? 24 mai 2019 19:45 Polígrafo Polígrafo Partilhar Partilhar Partilhar O que está em causa? Na sua passagem-relâmpago pela Assembleia da República, Joe Berardo não deixou pedra sobre pedra. Depois das ondas de choque que percorreram o país, o empresário madeirense emitiu um comunicado em que afirma que, por respeito aos portugueses e ao Parlamento, não se escondeu em crises de memória. Será que não? ANTÓNIO COTRIM/LUSA © 2019 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. Na já célebre audição na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, Joe Berardo chocou o país. O comendador  foi unanimemente criticado pela sua postura alegadamente arrogante e desafiante. O sonoro “Ah, ah, ah” com que respondeu a uma pergunta da deputada do CDS Cecília Meireles foi a gota de água que fez eclodir uma tempestade mesmo em cima da cabeça de Berardo, que agora até a sua comenda tem em risco.Esta semana, 13 dias depois do sucedido, o empresário madeirense decidiu, finalmente, quebrar o silêncio a que se remeteu desde esse dia. Fê-lo através de um comunicado. E o que disse Berardo? Que é  “o bode expiatório” de “todos os males do sistema financeiro português desde 2007” - e que recusa aceitar “passivamente” esse rótulo.   Continuar a ler   Mais: que durante 5 horas e 30 minutos foi “sujeito a um intenso interrogatório regido por regras políticas que não domino, nem quero dominar”. O “mea culpa” surgiu mais à frente: “Tenho de admitir que no calor da discussão me excedi, dando algumas respostas impulsivas e não devidamente ponderadas”. Quais foram essas respostas? Berardo não as identificou.Ainda assim, afirmou que, “por respeito ao Parlamento e aos Portugueses”, decidiu ser claro na sua intervenção: “Teria sido mais fácil para mim não responder às perguntas e esconder-me em ataques de 'amnésia seletiva’, como tem acontecido com frequência nesta comissão. Não o fiz.” O Berardo-Gate foi o tema principal do programa semanal de Ricardo Araújo Pereira na TVI Mas será que não o fez mesmo? Será que Berardo, à imagem do que aconteceu com Vítor Constâncio e outras figuras já ouvidas no Parlamento, não sofreu também de um súbito ataque de amnésia seletiva?A resposta é sim: também Berardo manifestou problemas de memória na Comissão de Inquérito. Deixamos quatro exemplos:Afirmou que, “por ser disléxico” [SIC], não se recordava de alguns pormenores sobre os primeiros contactos com o BCP e Jardim Gonçalves;Quando interrogado sobre se os bancos insistiram consigo no sentido de dar um aval pessoal a um empréstimo de 350 milhões de euros, respondeu: “Eu acho que nessa altura nem falavam disso. Não me lembro.”Quando a deputada bloquista Mariana Mortágua lhe perguntou quem são os acionistas da Associação Coleção Berardo, afirmou: “Quem tem a maioria não sei, tenho que ver”. Perante a insistência de Mortágua, acrescentou: “Não sei, não me lembro de todos”.Sobre a casa em que vive, Joe Berardo afirmou que se trata de um imóvel alugado e que, portanto, não lhe pertence, pagando renda pelo seu usufruto. Interrogado por Mariana Mortágua sobre o valor da mesma, afirmou não saber.Avaliação do Polígrafo: Notificações Subscrever Na sua rede favorita Siga-nos na sua rede favorita. 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