Ministério Público abre inquérito às incongruências no currículo de candidata à JS

16-12-2018
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Política Ministério Público abre inquérito às incongruências no currículo de candidata à JS 11.12.2018 às 18h45 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: D.R. Investigação sobre discrepâncias no currículo de Maria Begonha já foi aberta. Militante tentou impedir realização do congresso que vai eleger o líder da Juventude Socialista, mas pedido foi considerado “intempestivo” Mariana Lima Cunha Jornalista O Ministério Público (MP) de Lisboa abriu um inquérito ao caso dos erros e incongruências no currículo de Maria Begonha, candidata à liderança da Juventude Socialista. A queixa-crime que deu origem ao processo deu entrada no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e está agora em investigação, confirmou fonte oficial do MP ao Expresso. A investigação decorre da queixa interposta por um militante da JS, Gustavo Ambrósio, e noticiada na segunda-feira pelo Expresso. Tudo por causa dos erros detetados no currículo de Maria Begonha, que envolvem também contratos que a jovem assinou com a junta de Freguesia de Benfica e com a Câmara de Lisboa entre 2014 e 2017. Os problemas para a candidatura de Begonha começaram por surgir quando o “Público” e o “Observador” noticiaram discrepâncias na biografia publicada na página da candidata, onde se lia, por exemplo, que tinha completado um mestrado que afinal só frequentou por um ano. Mas havia mais: em Benfica, Begonha foi contratada em 2014, quando era deputada municipal do PS, para exercer “serviços de apoio ao secretariado”. No entanto, na sua página de candidatura está escrito que trabalhou como “assessora na área de Políticas Públicas Autárquicas.” Foi a própria presidente da junta de Benfica responsável pela contratação de Begonha, Inês Drummond, que confirmou ao Observador que a jovem “nunca foi assessora na junta nessa área e nunca desempenhou esse tipo de funções, a única função que ocupou é a que está no site Base.gov, de apoio ao secretariado”. Ao Expresso, confrontada com o facto de no contrato as funções de Maria Begonha serem classificadas como apoio informático, disse que tudo não passou de um “erro nos serviços”. Depois disto, foi contratada pela Câmara de Lisboa como assessora do vice de Medina e antigo líder da JS Duarte Cordeiro. As discrepâncias entre o que consta do seu currículo e as funções que desempenhou efetivamente, e pelas quais recebeu cerca de 140 mil euros em quatro anos, dão assim origem a uma investigação a apenas três dias do congresso da JS, que decorre de 14 a 16 de dezembro, em Setúbal. Pedido para travar congresso é “intempestivo Mas até a realização do próprio congresso, que consagrará a eleição de Maria Begonha - apoiada pelos últimos cinco secretários-gerais da estrutura - chegou a estar em causa. Um outro militante, João Pedro Tiago, fez junto do Conselho de Jurisdição da JS um pedido de impugnação para impedir a realização do evento, tendo por base alegadas irregularidades, que passavam por falsas assinaturas na moção de estratégia global da candidata ou por ter havido falta de quórum na reunião que serviu para marcar este congresso. Embora na decisão do Conselho de Jurisdição da JS, a que o Expresso teve acesso, sejam rebatidas questões como a validade das assinaturas ou a alegada entrega atrasada da moção de estratégia de Begonha, fica confirmado que não houve quórum na referida reunião da Comissão Nacional da JS, que aconteceu a 7 de outubro e teve presentes apenas 52 membros, quando o mínimo são 64 de um total de 126. Desta forma, lê-se na decisão do Conselho de Jurisdição, "a Comissão Nacional de 7 de outubro não estava habilitada a tomar qualquer tipo de deliberação, por não ter suficientes membros presentes, nem poderia ter aprovado o regulamento do Congresso". Não poderia, mas fê-lo. Agora, o Conselho de Jurisdição rejeita o pedido de impugnação por o considerar "intempestivo". Isto quer dizer que entrou depois de 6 de novembro, data limite para apresentar pedidos relativos a este congresso. A tentativa de impedir a realização do congresso acontece numa altura em que várias estruturas locais da JS se demarcam da candidatura de Begonha, dada a acumulação de polémicas relacionadas com o seu percurso. Socialistas como a eurodeputada Ana Gomes ("[candidata] não me parece que seja credível") ou a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas ("o PS não deve aceitar a candidatura") também já vieram rejeitar a candidatura, adiantava a edição do jornal "i" desta terça-feira. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

Política Ministério Público abre inquérito às incongruências no currículo de candidata à JS 11.12.2018 às 18h45 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: D.R. Investigação sobre discrepâncias no currículo de Maria Begonha já foi aberta. Militante tentou impedir realização do congresso que vai eleger o líder da Juventude Socialista, mas pedido foi considerado “intempestivo” Mariana Lima Cunha Jornalista O Ministério Público (MP) de Lisboa abriu um inquérito ao caso dos erros e incongruências no currículo de Maria Begonha, candidata à liderança da Juventude Socialista. A queixa-crime que deu origem ao processo deu entrada no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e está agora em investigação, confirmou fonte oficial do MP ao Expresso. A investigação decorre da queixa interposta por um militante da JS, Gustavo Ambrósio, e noticiada na segunda-feira pelo Expresso. Tudo por causa dos erros detetados no currículo de Maria Begonha, que envolvem também contratos que a jovem assinou com a junta de Freguesia de Benfica e com a Câmara de Lisboa entre 2014 e 2017. Os problemas para a candidatura de Begonha começaram por surgir quando o “Público” e o “Observador” noticiaram discrepâncias na biografia publicada na página da candidata, onde se lia, por exemplo, que tinha completado um mestrado que afinal só frequentou por um ano. Mas havia mais: em Benfica, Begonha foi contratada em 2014, quando era deputada municipal do PS, para exercer “serviços de apoio ao secretariado”. No entanto, na sua página de candidatura está escrito que trabalhou como “assessora na área de Políticas Públicas Autárquicas.” Foi a própria presidente da junta de Benfica responsável pela contratação de Begonha, Inês Drummond, que confirmou ao Observador que a jovem “nunca foi assessora na junta nessa área e nunca desempenhou esse tipo de funções, a única função que ocupou é a que está no site Base.gov, de apoio ao secretariado”. Ao Expresso, confrontada com o facto de no contrato as funções de Maria Begonha serem classificadas como apoio informático, disse que tudo não passou de um “erro nos serviços”. Depois disto, foi contratada pela Câmara de Lisboa como assessora do vice de Medina e antigo líder da JS Duarte Cordeiro. As discrepâncias entre o que consta do seu currículo e as funções que desempenhou efetivamente, e pelas quais recebeu cerca de 140 mil euros em quatro anos, dão assim origem a uma investigação a apenas três dias do congresso da JS, que decorre de 14 a 16 de dezembro, em Setúbal. Pedido para travar congresso é “intempestivo Mas até a realização do próprio congresso, que consagrará a eleição de Maria Begonha - apoiada pelos últimos cinco secretários-gerais da estrutura - chegou a estar em causa. Um outro militante, João Pedro Tiago, fez junto do Conselho de Jurisdição da JS um pedido de impugnação para impedir a realização do evento, tendo por base alegadas irregularidades, que passavam por falsas assinaturas na moção de estratégia global da candidata ou por ter havido falta de quórum na reunião que serviu para marcar este congresso. Embora na decisão do Conselho de Jurisdição da JS, a que o Expresso teve acesso, sejam rebatidas questões como a validade das assinaturas ou a alegada entrega atrasada da moção de estratégia de Begonha, fica confirmado que não houve quórum na referida reunião da Comissão Nacional da JS, que aconteceu a 7 de outubro e teve presentes apenas 52 membros, quando o mínimo são 64 de um total de 126. Desta forma, lê-se na decisão do Conselho de Jurisdição, "a Comissão Nacional de 7 de outubro não estava habilitada a tomar qualquer tipo de deliberação, por não ter suficientes membros presentes, nem poderia ter aprovado o regulamento do Congresso". Não poderia, mas fê-lo. Agora, o Conselho de Jurisdição rejeita o pedido de impugnação por o considerar "intempestivo". Isto quer dizer que entrou depois de 6 de novembro, data limite para apresentar pedidos relativos a este congresso. A tentativa de impedir a realização do congresso acontece numa altura em que várias estruturas locais da JS se demarcam da candidatura de Begonha, dada a acumulação de polémicas relacionadas com o seu percurso. Socialistas como a eurodeputada Ana Gomes ("[candidata] não me parece que seja credível") ou a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas ("o PS não deve aceitar a candidatura") também já vieram rejeitar a candidatura, adiantava a edição do jornal "i" desta terça-feira. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

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