Maria Begonha. “Nunca utilizei informação falsa”

14-10-2019
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Maria Begonha é, até ao momento, a única candidata à presidência da Juventude Socialista (JS). A socialista, que apresentou a candidatura no fim de outubro, teve um início conturbado. A página da sua candidatura - intitulada “Por Razões de Esquerda” - continha dados biográficos errados: um ano de nascimento incorreto, uma referência a um mestrado em Ciência Política que afinal ficou a meio e a presidência de uma associação de estudantes que não aconteceu. A também antiga deputada municipal socialista e assessora do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro, afirma que se trataram de erros da equipa responsável pelo site.

Como explica os erros no currículo que colocou na sua página de candidatura?

A nota biográfica que eu disponibilizei para o meu site de candidatura continha todas as informações corretas e atualizadas, quer sobre as minhas habilitações académicas quer sobre o meu percurso pessoal e profissional. Eu nunca, em todo o meu percurso, menti ou adulterei qualquer informação académica ou utilizei qualquer informação falsa. Não tenho qualquer razão para mentir, muito menos para efeitos da minha candidatura, onde eu não tenho de ter qualquer grau específico. E não tenho problemas em dizer que decidi ir trabalhar antes de concluir a tese, que está por concluir. Portanto, só tenho o primeiro ano de mestrado feito. De facto, houve erros. A versão da nota biográfica que eu disponibilizei foi alterada por vários colaboradores da candidatura, o que resultou numa versão que não está correta e ficou desvirtuada, nomeadamente sobre a minha idade, a questão do mestrado e também sobre as funções que exerci na associação de estudantes da faculdade onde estudei. Mas nós corrigimos os erros. O meu diretor de campanha tinha e tem a minha confiança política, mas tomou a decisão de sair. Neste momento, estamos todos focados em levar a minha candidatura em frente. E quero centrar o debate nas causas e propostas para o próximo mandato da JS.

Os responsáveis pelos erros foram, portanto, os elementos da sua equipa?

Não é uma questão de eles serem responsáveis ou culpados pelo que aconteceu. Eu não trabalhei com uma empresa. Na Juventude Socialista nós somos militantes e voluntários e, portanto, trabalhamos com voluntarismo e dedicação. De facto, houve erros da parte das pessoas que trabalharam para o site, que alteraram a nota biográfica e fizeram confusões com, por exemplo, a frequência do primeiro ano curricular do mestrado com o mestrado acabado. Houve também uma transposição da minha data de nascimento incorreta. Eu nasci em 1989, tenho 29 anos. E, na primeira nota que estava no site, antes de o corrigirmos, aparecia que tinha nascido em 1990. Eu gostava de explicar frontalmente que ninguém hoje, para nenhuma função, adultera ou tenta fazer de conta que tem uma idade que não tem. Na verdade, até tenho a idade no meu perfil de Facebook.

O erro na data de nascimento não teve nada a ver com o limite de idade que existe para pertencer à JUS (os 30 anos)?

Não. Na Juventude Socialista há um limite de idade dos 14 aos 30 anos. Nós podemos candidatar-nos a qualquer cargo até ao último dia antes de fazermos 30 anos. Eu faço 30 anos a 21 de janeiro de 2019. O congresso vai realizar-se em dezembro, data em que eu tenho 29 anos e estou em total e plena capacidade de me candidatar a qualquer cargo político na JS.

Então não houve uma intenção de alterar os dados propositadamente…

Não, não acho que isso tenha acontecido. Esta é uma organização de voluntários, onde existe naturalmente espaço para o erro. Ninguém que colaborava comigo ou fazia parte da minha equipa alguma vez adulteraria os dados com intenção. Os erros que ocorreram foram lapsos que não deviam ter acontecido. Foi sem intenção e já foram corrigidos.

Acha que este episódio a pode prejudicar nas eleições e fazê-la perder apoiantes?

Tenho apoiantes de norte a sul do país e das regiões autónomas e todos eles estão a reiterar o seu apoio à candidatura. Agora, eu apresentei a candidatura focada nas necessidades dos jovens portugueses e este não era o começo de campanha que tinha imaginado.

Pensando no futuro e na hipótese de mais tarde se candidatar a outros cargos políticos, pensa que isto pode manchar a sua carreira?

A exigência da vida política e deste escrutínio, a que naturalmente os políticos estão sujeitos, são coisas que depois acompanham ou podem acompanhar o nosso percurso. Mas o que é importante para mim é esclarecer cabalmente que não faltei à verdade com nada e deixar bem claro que todos os documentos sobre o meu percurso estão corretos. Não tenho receio nenhum do futuro.

Numa altura em que as pessoas - e nomeadamente os jovens - estão desacreditados da política, não acha que estes episódios podem acentuar esse desagrado para com a política e os políticos?

Existe um défice de confiança um pouco por todas as sociedades ocidentais e europeias nos políticos e na política. As próprias juventudes partidárias são alvo de desconfiança. Existe uma profunda ignorância sobre o que é o papel de uma juventude partidária, o que faz, como se apresenta e qual é o contributo que dá ao país. No nosso caso, a JS é uma organização com mais de 40 anos de história que já conquistou muita coisa no nosso país e, por isso, não vê reduzida a sua imagem por causa destes erros. No entanto, penso que é preciso ultrapassar este acontecimento e explicar aos jovens que existe uma candidatura com propostas e ideias, demonstrando que não contribuímos para o estigma que existe das juventudes partidárias.

Maria Begonha é, até ao momento, a única candidata à presidência da Juventude Socialista (JS). A socialista, que apresentou a candidatura no fim de outubro, teve um início conturbado. A página da sua candidatura - intitulada “Por Razões de Esquerda” - continha dados biográficos errados: um ano de nascimento incorreto, uma referência a um mestrado em Ciência Política que afinal ficou a meio e a presidência de uma associação de estudantes que não aconteceu. A também antiga deputada municipal socialista e assessora do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro, afirma que se trataram de erros da equipa responsável pelo site.

Como explica os erros no currículo que colocou na sua página de candidatura?

A nota biográfica que eu disponibilizei para o meu site de candidatura continha todas as informações corretas e atualizadas, quer sobre as minhas habilitações académicas quer sobre o meu percurso pessoal e profissional. Eu nunca, em todo o meu percurso, menti ou adulterei qualquer informação académica ou utilizei qualquer informação falsa. Não tenho qualquer razão para mentir, muito menos para efeitos da minha candidatura, onde eu não tenho de ter qualquer grau específico. E não tenho problemas em dizer que decidi ir trabalhar antes de concluir a tese, que está por concluir. Portanto, só tenho o primeiro ano de mestrado feito. De facto, houve erros. A versão da nota biográfica que eu disponibilizei foi alterada por vários colaboradores da candidatura, o que resultou numa versão que não está correta e ficou desvirtuada, nomeadamente sobre a minha idade, a questão do mestrado e também sobre as funções que exerci na associação de estudantes da faculdade onde estudei. Mas nós corrigimos os erros. O meu diretor de campanha tinha e tem a minha confiança política, mas tomou a decisão de sair. Neste momento, estamos todos focados em levar a minha candidatura em frente. E quero centrar o debate nas causas e propostas para o próximo mandato da JS.

Os responsáveis pelos erros foram, portanto, os elementos da sua equipa?

Não é uma questão de eles serem responsáveis ou culpados pelo que aconteceu. Eu não trabalhei com uma empresa. Na Juventude Socialista nós somos militantes e voluntários e, portanto, trabalhamos com voluntarismo e dedicação. De facto, houve erros da parte das pessoas que trabalharam para o site, que alteraram a nota biográfica e fizeram confusões com, por exemplo, a frequência do primeiro ano curricular do mestrado com o mestrado acabado. Houve também uma transposição da minha data de nascimento incorreta. Eu nasci em 1989, tenho 29 anos. E, na primeira nota que estava no site, antes de o corrigirmos, aparecia que tinha nascido em 1990. Eu gostava de explicar frontalmente que ninguém hoje, para nenhuma função, adultera ou tenta fazer de conta que tem uma idade que não tem. Na verdade, até tenho a idade no meu perfil de Facebook.

O erro na data de nascimento não teve nada a ver com o limite de idade que existe para pertencer à JUS (os 30 anos)?

Não. Na Juventude Socialista há um limite de idade dos 14 aos 30 anos. Nós podemos candidatar-nos a qualquer cargo até ao último dia antes de fazermos 30 anos. Eu faço 30 anos a 21 de janeiro de 2019. O congresso vai realizar-se em dezembro, data em que eu tenho 29 anos e estou em total e plena capacidade de me candidatar a qualquer cargo político na JS.

Então não houve uma intenção de alterar os dados propositadamente…

Não, não acho que isso tenha acontecido. Esta é uma organização de voluntários, onde existe naturalmente espaço para o erro. Ninguém que colaborava comigo ou fazia parte da minha equipa alguma vez adulteraria os dados com intenção. Os erros que ocorreram foram lapsos que não deviam ter acontecido. Foi sem intenção e já foram corrigidos.

Acha que este episódio a pode prejudicar nas eleições e fazê-la perder apoiantes?

Tenho apoiantes de norte a sul do país e das regiões autónomas e todos eles estão a reiterar o seu apoio à candidatura. Agora, eu apresentei a candidatura focada nas necessidades dos jovens portugueses e este não era o começo de campanha que tinha imaginado.

Pensando no futuro e na hipótese de mais tarde se candidatar a outros cargos políticos, pensa que isto pode manchar a sua carreira?

A exigência da vida política e deste escrutínio, a que naturalmente os políticos estão sujeitos, são coisas que depois acompanham ou podem acompanhar o nosso percurso. Mas o que é importante para mim é esclarecer cabalmente que não faltei à verdade com nada e deixar bem claro que todos os documentos sobre o meu percurso estão corretos. Não tenho receio nenhum do futuro.

Numa altura em que as pessoas - e nomeadamente os jovens - estão desacreditados da política, não acha que estes episódios podem acentuar esse desagrado para com a política e os políticos?

Existe um défice de confiança um pouco por todas as sociedades ocidentais e europeias nos políticos e na política. As próprias juventudes partidárias são alvo de desconfiança. Existe uma profunda ignorância sobre o que é o papel de uma juventude partidária, o que faz, como se apresenta e qual é o contributo que dá ao país. No nosso caso, a JS é uma organização com mais de 40 anos de história que já conquistou muita coisa no nosso país e, por isso, não vê reduzida a sua imagem por causa destes erros. No entanto, penso que é preciso ultrapassar este acontecimento e explicar aos jovens que existe uma candidatura com propostas e ideias, demonstrando que não contribuímos para o estigma que existe das juventudes partidárias.

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