Este pertinente desafio lançado por João Rodrigues, que, aliás, tem aparecido recorrentemente na blogosfera, deverá ser levado a sério. No entanto, tenho uma observação: do meu ponto de vista o suposto debate à esquerda deve ultrapassar a questão económica e, sobretudo, deverá representar mais do que uma mera discussão em torno da viabilidade económica do Estado social. Trinta anos depois do 25 de Abril, Portugal continua a ser um país muito assimétrico, não só em termos socioecónomicos, mas, também, em termos territoriais e urbanísticos, ou em termos culturais e educacionais. Apesar de ter existido uma evolução significativa desde os anos 60, continuamos a ser uma sociedade estruturalmente dualista. Para um verdadeiro debate à esquerda (com consequências) é necessário, por um lado, denunciar as causas e os mecanismos que reproduzem esse perene dualismo, e, por outro lado, encetar um caminho programático que avance com propostas concretas e viáveis para inverter de vez com os ciclos que teimam num contínuo vicioso.
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Este pertinente desafio lançado por João Rodrigues, que, aliás, tem aparecido recorrentemente na blogosfera, deverá ser levado a sério. No entanto, tenho uma observação: do meu ponto de vista o suposto debate à esquerda deve ultrapassar a questão económica e, sobretudo, deverá representar mais do que uma mera discussão em torno da viabilidade económica do Estado social. Trinta anos depois do 25 de Abril, Portugal continua a ser um país muito assimétrico, não só em termos socioecónomicos, mas, também, em termos territoriais e urbanísticos, ou em termos culturais e educacionais. Apesar de ter existido uma evolução significativa desde os anos 60, continuamos a ser uma sociedade estruturalmente dualista. Para um verdadeiro debate à esquerda (com consequências) é necessário, por um lado, denunciar as causas e os mecanismos que reproduzem esse perene dualismo, e, por outro lado, encetar um caminho programático que avance com propostas concretas e viáveis para inverter de vez com os ciclos que teimam num contínuo vicioso.