Marisa Matias: “Estas eleições podem ser o início da alteração do mapa político à esquerda em Portugal”

27-05-2019
marcar artigo

O jantar-comício de encerramento da campanha do Bloco, realizado numa quinta nos arredores de Coimbra, estava perto do fim. Tanto a candidata como antes dela a coordenadora do BE, Catarina Martins, já haviam repetido a ideia de que os bloquistas fizeram “uma campanha a crescer”.

Foi quando Marisa Matias, quase sem voz e falando com muito custo, disse uma daquelas coisas que ficam logo no ouvido e garantidamente vai fazer muito eco: “Não interessa fazer campanhas para nos ouvirmos uns aos outros e não ouvir as pessoas. Não fechámos os ouvidos aos problemas que persistem. Por isso sentimos, e eu sinto, que estas eleições podem ser início da alteração do mapa político à esquerda em Portugal”.

A candidata do Bloco nada mais disse sobre cenários desse mapa político. Antes, já Marisa recapitulara os eixos fundamentais da sua campanha (a defesa dos direitos sociais, o combate às alterações climáticas e a defesa do emprego com direitos) e demonstrara como estão ligadas as coisas: as decisões de Bruxelas e a vida dos portugueses em Portugal.

Antes ainda de Marisa falara Catarina Martins, que recapitulou igualmente os argumentos apresentados nesta campanha para as europeias. Mesmo quando têm um ´link’ para a realidade da UE, é sempre no plano nacional que a coordenadora do Bloco coloca especialmente as coisas. Por exemplo, o Bloco está empenhado na “defesa do emprego com direitos”, pois “há uma ameaça europeia ao emprego com direitos”.

Antes ainda de Catarina, falara José Manuel Pureza, deputado do Bloco eleito por Coimbra.

Numa referência óbvia a António Costa (mas omitindo o destinatário) e à sua parceria com Macron, Pureza afirmou: “Não fazemos alianças com os liberais. As políticas liberais são as maiores aliadas da extrema-direita”, disse.

E deixou, retoricamente, a farpa mais venenosa da despedida do Bloco nesta campanha: “Aos que defendem alianças com os liberais para combater a extrema direita, deve fazer-se a seguinte pergunta: se essas pessoas contam com políticos liberais como Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Durão Barroso para combater a extrema-direita numa chamada frente progressista?".

Foi assim de Pureza o argumento mais inovador da noite, pois das outras oradoras (Catarina e Marisa) não seria de esperar novidades nos últimos minutos de campanha. Até que Marisa fez a previsão de um novo mapa político na esquerda.

As discussões sobre o “day after” na esquerda não esperam pela noite de domingo: vão começar já no dia de reflexão.

O jantar-comício de encerramento da campanha do Bloco, realizado numa quinta nos arredores de Coimbra, estava perto do fim. Tanto a candidata como antes dela a coordenadora do BE, Catarina Martins, já haviam repetido a ideia de que os bloquistas fizeram “uma campanha a crescer”.

Foi quando Marisa Matias, quase sem voz e falando com muito custo, disse uma daquelas coisas que ficam logo no ouvido e garantidamente vai fazer muito eco: “Não interessa fazer campanhas para nos ouvirmos uns aos outros e não ouvir as pessoas. Não fechámos os ouvidos aos problemas que persistem. Por isso sentimos, e eu sinto, que estas eleições podem ser início da alteração do mapa político à esquerda em Portugal”.

A candidata do Bloco nada mais disse sobre cenários desse mapa político. Antes, já Marisa recapitulara os eixos fundamentais da sua campanha (a defesa dos direitos sociais, o combate às alterações climáticas e a defesa do emprego com direitos) e demonstrara como estão ligadas as coisas: as decisões de Bruxelas e a vida dos portugueses em Portugal.

Antes ainda de Marisa falara Catarina Martins, que recapitulou igualmente os argumentos apresentados nesta campanha para as europeias. Mesmo quando têm um ´link’ para a realidade da UE, é sempre no plano nacional que a coordenadora do Bloco coloca especialmente as coisas. Por exemplo, o Bloco está empenhado na “defesa do emprego com direitos”, pois “há uma ameaça europeia ao emprego com direitos”.

Antes ainda de Catarina, falara José Manuel Pureza, deputado do Bloco eleito por Coimbra.

Numa referência óbvia a António Costa (mas omitindo o destinatário) e à sua parceria com Macron, Pureza afirmou: “Não fazemos alianças com os liberais. As políticas liberais são as maiores aliadas da extrema-direita”, disse.

E deixou, retoricamente, a farpa mais venenosa da despedida do Bloco nesta campanha: “Aos que defendem alianças com os liberais para combater a extrema direita, deve fazer-se a seguinte pergunta: se essas pessoas contam com políticos liberais como Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Durão Barroso para combater a extrema-direita numa chamada frente progressista?".

Foi assim de Pureza o argumento mais inovador da noite, pois das outras oradoras (Catarina e Marisa) não seria de esperar novidades nos últimos minutos de campanha. Até que Marisa fez a previsão de um novo mapa político na esquerda.

As discussões sobre o “day after” na esquerda não esperam pela noite de domingo: vão começar já no dia de reflexão.

marcar artigo