BE e PCP distanciam-se do envio tropas portuguesas para o estrangeiro

14-04-2016
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O Bloco é assertivo, o PCP mais vago. José Manuel Pureza, deputado bloquista, diz que há falta de “coragem política” no envio de militares para a República Centro-Africana (RCA), Mali e Mediterrâneo. Em vez “botas no terreno”, os comunistas dizem que a solução passa pela “cooperação entre estruturas e organismos dos Estados” e pelo “Direito Internacional”

O envio de militares portugueses para a República Centro-Africana (RCA), o Mali e o Mediterrâneo - decisão do Governo que recebeu na quinta-feira passada um parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) - não convence o Bloco de Esquerda nem o PCP.

Na rejeição das medidas, tanto Bloco como PCP dispensam a frontalidade da gíria militar. Optam pela linguagem diplomática, mas são suficientemente claros para se perceber o distanciamento.

"A resposta europeia ao terrorismo foi, até agora, marcada por um duplo fracasso: a securitização das nossas sociedades não preveniu novos e mais letais ataques; e a guerra contra o terrorismo legou-nos mais terrorismo", diz José Manuel Pureza, deputado do BE e vice-presidente do Parlamento, numa declaração feita após um pedido de comentário do Expresso.

Segundo Pureza, "o que está em causa no reforço das missões na RCA e no Mali, ou na militarização, por intermédio da NATO, da fronteira sul da Europa, é a adoção da resposta militar como prioridade".

Secar o financiamento do Daesh

Para o Bloco, "se queremos combater a sério o Daesh e outros grupos afins, a prioridade tem de ser a coragem política para secar, do lado de cá, as suas fontes de financiamento, a compra do seu petróleo e o fornecimento das suas armas".

Assim, conclui José Manuel Pureza: "É essa coragem que tem faltado à Europa. Uma falta de coragem que não se compensa com o envio de tropas para um dos outros nomes da guerra que é a 'estabilização".

Já para o PCP, "o que vem a público das decisões tomadas no CSDN não se insere só no âmbito do combate ao terrorismo".

Numa nota enviada ao Expresso, os comunistas salientam que "o posicionamento do PCP é conhecido, devendo pautar-se pela ação diplomática, a cooperação entre estruturas e organismos dos Estados no âmbito das informações, e ação no respeito pelo Direito Internacional"

O Conselho de Defesa Nacional - o órgão de aconselhamento das decisões do Presidente da República sobre questões de defesa – deu no final da semana passada "luz verde" a um conjunto de decisões do Governo.

É o caso, como o Expresso noticiou na sua edição impressa, do envio de um contingente de militares portugueses (até 160 efetivos) para a RCA, ainda em 2016. Irão pelo período de um ano, numa operação considerada de risco médio.

A missão parte de uma operação das Nações Unidas, como o apoio da União Europeia, após um pedido da França. Após os atentados de novembro, as autoridades francesas pediram ajuda aos seus parceiros para se poderem concentrar no combate ao autoproclamado Estado Islâmico.

Risco elevado no Mali

Já para o Mali, um país de risco elevado (onde Portugal já tem dois militares), seguirá uma aeronave da Força Aérea e um grupo de até 75 militares. Também esta segunda missão é feita no âmbito das Nações Unidas.

A terceira missão enquadra-se na operação 'Sophia', localizada no Mediterrâneo, e visa combater redes de tráfico de migrantes. Será enviada uma aeronave P-3C e até 30 militares, operando a partir de Itália.

Estas operações juntam-se à presença atual de 30 militares portugueses no Iraque e enquadram-se no combate ao terrorismo.

No seu conjunto total, Portugal participa hoje em 12 missões internacionais (seis da UE, 4 da NATO e 2 da ONU), num total de quase 500 homens (número para o qual contribuem os 185 militares da fragata "Vasco da Gama", há três semanas no Golfo da Guiné).

O Bloco é assertivo, o PCP mais vago. José Manuel Pureza, deputado bloquista, diz que há falta de “coragem política” no envio de militares para a República Centro-Africana (RCA), Mali e Mediterrâneo. Em vez “botas no terreno”, os comunistas dizem que a solução passa pela “cooperação entre estruturas e organismos dos Estados” e pelo “Direito Internacional”

O envio de militares portugueses para a República Centro-Africana (RCA), o Mali e o Mediterrâneo - decisão do Governo que recebeu na quinta-feira passada um parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) - não convence o Bloco de Esquerda nem o PCP.

Na rejeição das medidas, tanto Bloco como PCP dispensam a frontalidade da gíria militar. Optam pela linguagem diplomática, mas são suficientemente claros para se perceber o distanciamento.

"A resposta europeia ao terrorismo foi, até agora, marcada por um duplo fracasso: a securitização das nossas sociedades não preveniu novos e mais letais ataques; e a guerra contra o terrorismo legou-nos mais terrorismo", diz José Manuel Pureza, deputado do BE e vice-presidente do Parlamento, numa declaração feita após um pedido de comentário do Expresso.

Segundo Pureza, "o que está em causa no reforço das missões na RCA e no Mali, ou na militarização, por intermédio da NATO, da fronteira sul da Europa, é a adoção da resposta militar como prioridade".

Secar o financiamento do Daesh

Para o Bloco, "se queremos combater a sério o Daesh e outros grupos afins, a prioridade tem de ser a coragem política para secar, do lado de cá, as suas fontes de financiamento, a compra do seu petróleo e o fornecimento das suas armas".

Assim, conclui José Manuel Pureza: "É essa coragem que tem faltado à Europa. Uma falta de coragem que não se compensa com o envio de tropas para um dos outros nomes da guerra que é a 'estabilização".

Já para o PCP, "o que vem a público das decisões tomadas no CSDN não se insere só no âmbito do combate ao terrorismo".

Numa nota enviada ao Expresso, os comunistas salientam que "o posicionamento do PCP é conhecido, devendo pautar-se pela ação diplomática, a cooperação entre estruturas e organismos dos Estados no âmbito das informações, e ação no respeito pelo Direito Internacional"

O Conselho de Defesa Nacional - o órgão de aconselhamento das decisões do Presidente da República sobre questões de defesa – deu no final da semana passada "luz verde" a um conjunto de decisões do Governo.

É o caso, como o Expresso noticiou na sua edição impressa, do envio de um contingente de militares portugueses (até 160 efetivos) para a RCA, ainda em 2016. Irão pelo período de um ano, numa operação considerada de risco médio.

A missão parte de uma operação das Nações Unidas, como o apoio da União Europeia, após um pedido da França. Após os atentados de novembro, as autoridades francesas pediram ajuda aos seus parceiros para se poderem concentrar no combate ao autoproclamado Estado Islâmico.

Risco elevado no Mali

Já para o Mali, um país de risco elevado (onde Portugal já tem dois militares), seguirá uma aeronave da Força Aérea e um grupo de até 75 militares. Também esta segunda missão é feita no âmbito das Nações Unidas.

A terceira missão enquadra-se na operação 'Sophia', localizada no Mediterrâneo, e visa combater redes de tráfico de migrantes. Será enviada uma aeronave P-3C e até 30 militares, operando a partir de Itália.

Estas operações juntam-se à presença atual de 30 militares portugueses no Iraque e enquadram-se no combate ao terrorismo.

No seu conjunto total, Portugal participa hoje em 12 missões internacionais (seis da UE, 4 da NATO e 2 da ONU), num total de quase 500 homens (número para o qual contribuem os 185 militares da fragata "Vasco da Gama", há três semanas no Golfo da Guiné).

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