Está a circular nas redes sociais um meme com origem na página “PS - Partido da Bancarrota” (cerca de 20 mil seguidores no Facebook), com as imagens do primeiro-ministro António Costa e do presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, ilustrando a seguinte mensagem: “Costa convidou Valdemar para ser o candidato do PS em Pedrógão Grande logo após a tragédia; Valdemar desviou milhões que eram para as vítimas e Ministério Público arquivou o caso”. Vários leitores do Polígrafo solicitaram a verificação dos factos invocados nesta publicação.
Quanto ao “desvio de milhões que eram para as vítimas” dos incêndios que assolaram Pedrógão Grande em 2017, na medida em que o próprio Ministério Público acaba de arquivar um inquérito sobre a suspeita de desvio dos donativos, a mensagem da publicação em análise é contraditória. Poderão vir a realizar-se novos inquéritos com conclusões distintas, mas neste momento não há dados fidedignos que comprovem o alegado “desvio de milhões que eram para as vítimas”.
Relativamente ao suposto convite de Costa a Alves para ser o candidato do PS, não se sabe se foi um convite direto de Costa, mas o facto é que o PS apoiou a candidatura de Alves à presidência da Câmara Municipal de Pedrógão Grande (CMPG), nas eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017. Alves já exercia o cargo de presidente da CMPG, mas em 2013 tinha sido eleito na lista do PSD. No dia 14 de maio de 2017, o PS anunciou que iria apoiar Alves nas eleições autárquicas, com o estatuto de candidato independente.
Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, António Sales, afirmou que os socialistas estavam “muito satisfeitos, orgulhosos e honrados com a apresentação desta candidatura, cujo valor é conhecido de todos os munícipes”.
“Não nos movem interesses partidários, nem cores ou guerras políticas, mas a certeza de que estamos do lado que melhor serve os interesses dos eleitores”, acrescentou, na mesma nota. António Sales justificou a escolha do nome de Valdemar Alves, aprovado poucos dias antes pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, com um “conjunto de provas dadas nos últimos quatro anos pelo autarca”.
Costa não parece ter estado diretamente envolvido no convite a Alves nem na decisão tomada pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, num processo acompanhado também pela Federação Distrital de Leiria do PS.
O presidente da Federação Distrital de Leiria do PS destacou a “criação de uma zona empresarial, cujas projeções apontam para a criação de 163 postos de trabalho, um investimento já admitido no âmbito dos fundos comunitários do Portugal 2020, e a requalificação de vários espaços públicos, tais como a criação do parque verde de Graça, mercado de Vila Facaia, o recinto da Feira de Pedrógão Grande, a piscina municipal ou o centro de saúde”.
Ou seja, mesmo que tivesse sido Costa a convidar diretamente Alves para ser o candidato do PS, ou apoiado pelo PS, esse convite teria sido anterior aos incêndios e não “logo após a tragédia”
Ora, Costa não parece ter estado diretamente envolvido no convite a Alves nem na decisão tomada pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, num processo acompanhado também pela Federação Distrital de Leiria do PS.
Mais, o anúncio do apoio do PS à recandidatura de Alves foi noticiado no dia 14 de maio de 2017, cerca de um mês antes dos trágicos incêndios florestais que deflagraram em Pedrógão Grande e noutras localidades próximas no dia 18 de junho de 2017, provocando mais de seis dezenas de vítimas mortais.
Ou seja, mesmo que tivesse sido Costa a convidar diretamente Alves para ser o candidato do PS, ou apoiado pelo PS, esse convite teria sido anterior aos incêndios e não “logo após a tragédia”, como sublinha o meme em análise, interligando aliás esse convite ao “desvio de milhões” que também não fundamenta.
Avaliação do Polígrafo:
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Está a circular nas redes sociais um meme com origem na página “PS - Partido da Bancarrota” (cerca de 20 mil seguidores no Facebook), com as imagens do primeiro-ministro António Costa e do presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, ilustrando a seguinte mensagem: “Costa convidou Valdemar para ser o candidato do PS em Pedrógão Grande logo após a tragédia; Valdemar desviou milhões que eram para as vítimas e Ministério Público arquivou o caso”. Vários leitores do Polígrafo solicitaram a verificação dos factos invocados nesta publicação.
Quanto ao “desvio de milhões que eram para as vítimas” dos incêndios que assolaram Pedrógão Grande em 2017, na medida em que o próprio Ministério Público acaba de arquivar um inquérito sobre a suspeita de desvio dos donativos, a mensagem da publicação em análise é contraditória. Poderão vir a realizar-se novos inquéritos com conclusões distintas, mas neste momento não há dados fidedignos que comprovem o alegado “desvio de milhões que eram para as vítimas”.
Relativamente ao suposto convite de Costa a Alves para ser o candidato do PS, não se sabe se foi um convite direto de Costa, mas o facto é que o PS apoiou a candidatura de Alves à presidência da Câmara Municipal de Pedrógão Grande (CMPG), nas eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017. Alves já exercia o cargo de presidente da CMPG, mas em 2013 tinha sido eleito na lista do PSD. No dia 14 de maio de 2017, o PS anunciou que iria apoiar Alves nas eleições autárquicas, com o estatuto de candidato independente.
Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, António Sales, afirmou que os socialistas estavam “muito satisfeitos, orgulhosos e honrados com a apresentação desta candidatura, cujo valor é conhecido de todos os munícipes”.
“Não nos movem interesses partidários, nem cores ou guerras políticas, mas a certeza de que estamos do lado que melhor serve os interesses dos eleitores”, acrescentou, na mesma nota. António Sales justificou a escolha do nome de Valdemar Alves, aprovado poucos dias antes pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, com um “conjunto de provas dadas nos últimos quatro anos pelo autarca”.
Costa não parece ter estado diretamente envolvido no convite a Alves nem na decisão tomada pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, num processo acompanhado também pela Federação Distrital de Leiria do PS.
O presidente da Federação Distrital de Leiria do PS destacou a “criação de uma zona empresarial, cujas projeções apontam para a criação de 163 postos de trabalho, um investimento já admitido no âmbito dos fundos comunitários do Portugal 2020, e a requalificação de vários espaços públicos, tais como a criação do parque verde de Graça, mercado de Vila Facaia, o recinto da Feira de Pedrógão Grande, a piscina municipal ou o centro de saúde”.
Ou seja, mesmo que tivesse sido Costa a convidar diretamente Alves para ser o candidato do PS, ou apoiado pelo PS, esse convite teria sido anterior aos incêndios e não “logo após a tragédia”
Ora, Costa não parece ter estado diretamente envolvido no convite a Alves nem na decisão tomada pela Concelhia de Pedrógão Grande do PS, num processo acompanhado também pela Federação Distrital de Leiria do PS.
Mais, o anúncio do apoio do PS à recandidatura de Alves foi noticiado no dia 14 de maio de 2017, cerca de um mês antes dos trágicos incêndios florestais que deflagraram em Pedrógão Grande e noutras localidades próximas no dia 18 de junho de 2017, provocando mais de seis dezenas de vítimas mortais.
Ou seja, mesmo que tivesse sido Costa a convidar diretamente Alves para ser o candidato do PS, ou apoiado pelo PS, esse convite teria sido anterior aos incêndios e não “logo após a tragédia”, como sublinha o meme em análise, interligando aliás esse convite ao “desvio de milhões” que também não fundamenta.
Avaliação do Polígrafo: