Cabo Raso: Tribunal de Contas

30-08-2019
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O Tribunal de Contas é uma instituição que ninguém sabe o que faz e muito menos para o que serve. Poucos portugueses têm conhecimento de que é dirigido pelo Dr. Guilherme de Oliveira Martins e, se o virem aparecer nas televisões, acidentalmente à hora dos telejornais, pensarão mesmo que ele é governo, presidente de uma junta de freguesia, concorrente de um qualquer híbrido do "big brother" ou a última aquisição feita pelo Benfica para ganhar o campeonato de futebol. Porque os famosos de longa data, com currículo e carteira profissional, como o licenciado em engenharia civil José Sócrates, o menino-guerreiro Santana Lopes ou o "marchand" José Castelo Branco, conhecem eles bem.Mas felizmente o país é uma coisa digna e séria e tem homens sensatos e lúcidos para além dos famosos e dos arguidos no processo do apito dourado. Pelo menos dois! Pouco notáveis ainda, mas inteligências promissoras e responsáveis como os Drs. Fernando Ruas e Jorge Lacão. Ambos, a bem da verdade, da justiça e do futuro dos portugueses, vieram a público, num curto período de tempo, chamar aldrabão ao Dr. Guilherme e incompetentes aos seus auditores. Sem papas na língua e falando a linguagem popular que toda a gente entende, seja doutor, licenciado ou trolha. Como fez o major Loureiro quando se referiu aos árbitros que não fizeram as arbitragens que convinham ao seu filho e ao seu vice-presidente.Do primeiro já se falou, a Associação Nacional de Municípios aplaudiu, as televisões passaram as imagens, os portugueses ficaram esclarecidos e tranquilos. É caso arrumado, não vale a pena, como diz o povo, gastar mais cera com tão ruim defunto. Mesmo que não pudesse lembrar nem ao diabo ir auditar remunerações dos gestores das empresas municipais antes de haver legislação que as limitasse. Porque, como se sabe, mesmo sem se ter andado na escola, a honestidade dos homens públicos e a sua transparência de processos, é resultado das leis que houver sobre o assunto. O que quer dizer que se não houver lei não há homens públicos honestos. Mas apenas homens vulgares cuja competência está limitada à aprovação de leis que definam um padrão para a honestidade. Como aliás existe há muito tempo e muito bem, um padrão para o metro linear, o quilograma e as sondagens sobre a popularidade do governo.O caso do Dr. Lacão é diferente porque ele é estreante na matéria. E o Dr. Lacão faz sempre falta seja onde for: onde não está, onde gostaria de estar e até mesmo onde está. Em boa verdade ele faz falta até onde não faz falta nenhuma! Desde Santarém ele levou primeiro a verdejante lezíria ribatejana a S. Bento, a festa brava a uma qualquer comissão parlamentar e, agora, a discreta e eficiente inteligência das chocas a uma cinzenta secretaria de estado. Onde produziu uma réplica sintética de apenas 55 folhas para dizer que o relatório do Tribunal de Contas apenas dizia mentiras, tinha sido escrito por daltónicos que tomavam o preto pelo branco - sem racismo, apesar de tudo! - e confundiam linearmente toucinho com velocidade. O Dr. Lacão equipara-se ao pároco da sua freguesia, mesmo não usando hábito, e as qualidades do chefe do governo ao somatório das qualidades dos pastorinhos de Fátima. Que o licenciado em engenharia civil tenha na devida conta tão incondicional e lúcida dedicação e dê emprego a mais uns rapazes!

O Tribunal de Contas é uma instituição que ninguém sabe o que faz e muito menos para o que serve. Poucos portugueses têm conhecimento de que é dirigido pelo Dr. Guilherme de Oliveira Martins e, se o virem aparecer nas televisões, acidentalmente à hora dos telejornais, pensarão mesmo que ele é governo, presidente de uma junta de freguesia, concorrente de um qualquer híbrido do "big brother" ou a última aquisição feita pelo Benfica para ganhar o campeonato de futebol. Porque os famosos de longa data, com currículo e carteira profissional, como o licenciado em engenharia civil José Sócrates, o menino-guerreiro Santana Lopes ou o "marchand" José Castelo Branco, conhecem eles bem.Mas felizmente o país é uma coisa digna e séria e tem homens sensatos e lúcidos para além dos famosos e dos arguidos no processo do apito dourado. Pelo menos dois! Pouco notáveis ainda, mas inteligências promissoras e responsáveis como os Drs. Fernando Ruas e Jorge Lacão. Ambos, a bem da verdade, da justiça e do futuro dos portugueses, vieram a público, num curto período de tempo, chamar aldrabão ao Dr. Guilherme e incompetentes aos seus auditores. Sem papas na língua e falando a linguagem popular que toda a gente entende, seja doutor, licenciado ou trolha. Como fez o major Loureiro quando se referiu aos árbitros que não fizeram as arbitragens que convinham ao seu filho e ao seu vice-presidente.Do primeiro já se falou, a Associação Nacional de Municípios aplaudiu, as televisões passaram as imagens, os portugueses ficaram esclarecidos e tranquilos. É caso arrumado, não vale a pena, como diz o povo, gastar mais cera com tão ruim defunto. Mesmo que não pudesse lembrar nem ao diabo ir auditar remunerações dos gestores das empresas municipais antes de haver legislação que as limitasse. Porque, como se sabe, mesmo sem se ter andado na escola, a honestidade dos homens públicos e a sua transparência de processos, é resultado das leis que houver sobre o assunto. O que quer dizer que se não houver lei não há homens públicos honestos. Mas apenas homens vulgares cuja competência está limitada à aprovação de leis que definam um padrão para a honestidade. Como aliás existe há muito tempo e muito bem, um padrão para o metro linear, o quilograma e as sondagens sobre a popularidade do governo.O caso do Dr. Lacão é diferente porque ele é estreante na matéria. E o Dr. Lacão faz sempre falta seja onde for: onde não está, onde gostaria de estar e até mesmo onde está. Em boa verdade ele faz falta até onde não faz falta nenhuma! Desde Santarém ele levou primeiro a verdejante lezíria ribatejana a S. Bento, a festa brava a uma qualquer comissão parlamentar e, agora, a discreta e eficiente inteligência das chocas a uma cinzenta secretaria de estado. Onde produziu uma réplica sintética de apenas 55 folhas para dizer que o relatório do Tribunal de Contas apenas dizia mentiras, tinha sido escrito por daltónicos que tomavam o preto pelo branco - sem racismo, apesar de tudo! - e confundiam linearmente toucinho com velocidade. O Dr. Lacão equipara-se ao pároco da sua freguesia, mesmo não usando hábito, e as qualidades do chefe do governo ao somatório das qualidades dos pastorinhos de Fátima. Que o licenciado em engenharia civil tenha na devida conta tão incondicional e lúcida dedicação e dê emprego a mais uns rapazes!

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