No Des Arts – Hostel & Suites, em Amarante, o passado interessa

02-09-2017
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Rui Duarte Silva

É feito de inúmeras histórias, o Des Arts-Hostel & Suites, reaberto no final de junho, em Amarante, com vista para o rio Tâmega, a poucos metros da Ponte de S. Gonçalo. Das histórias que relembram o tempo como Grande Hotel Silva (há documentos de 1902, mas deve ter nascido antes), o primeiro e único da cidade durante 40 anos. Recebeu festas, casamentos, tertúlias de escritores, poetas, pintores, muitos deles amigos de Teixeira de Pascoaes, cuja família era proprietária do hotel. Às histórias mais recentes, com os sobrinhos-netos do escritor como protagonistas – as irmãs Francisca e Rita que, com Roberto (marido de Francisca), largaram o Brasil para reabrir o hotel encerrado há dez anos, na terra onde passavam férias na infância. E basta entrar no bar, logo à entrada, para recuarmos ao passado. Seja através das fotografias de Almada Negreiros com a avó Maria Amélia Teixeira Vasconcelos (a atual guardiã da Casa de Pascoaes) e o avô João Vasconcelos, ou de Sophia de Mello Breyner com Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade. Seja através do reaproveitamento dos materiais que decoram o bar – com antigos tubos de canalização, madeiras de viga a servir de prateleiras, cadeiras estofadas –, os quartos e áreas comuns.

Rui Duarte Silva

Além do piso com nove camaratas (para 48 pessoas), o hotel possui 15 suítes com nomes de escritores e pintores que passaram ou nasceram em Amarante – como Agustina (“Sou um produto da região, como o vinho verde, que não embriaga, mas alegra”, escreveu), António Carneiro, João Vasconcelos, Augusto Casimiro, Amadeo de Souza-Cardoso e Teixeira de Pascoaes (estes dois últimos têm jardim privado). E como se todos estes detalhes não bastassem, repare-se no jardim com o desenho da obra A Ascensão do Quadrado Verde e a Mulher do Violino, de Souza-Cardoso. “Há pessoas que nos dizem que é bom demais para ser um hostel, mas porque não pode ser bom demais?”, admira-se Francisca Fonseca, 31 anos, enquanto percorremos a cozinha comunitária com armários a fazer lembrar as antigas mercearias.

Rui Duarte Silva

Des Arts – Hostel & Suites > R. Cândido dos Reis, 53, Amarante > T. 96 228 7457 > suítes: a partir €67/duas pessoas com pequeno-almoço, camaratas: a partir €20 com pequeno-almoço

Rui Duarte Silva

É feito de inúmeras histórias, o Des Arts-Hostel & Suites, reaberto no final de junho, em Amarante, com vista para o rio Tâmega, a poucos metros da Ponte de S. Gonçalo. Das histórias que relembram o tempo como Grande Hotel Silva (há documentos de 1902, mas deve ter nascido antes), o primeiro e único da cidade durante 40 anos. Recebeu festas, casamentos, tertúlias de escritores, poetas, pintores, muitos deles amigos de Teixeira de Pascoaes, cuja família era proprietária do hotel. Às histórias mais recentes, com os sobrinhos-netos do escritor como protagonistas – as irmãs Francisca e Rita que, com Roberto (marido de Francisca), largaram o Brasil para reabrir o hotel encerrado há dez anos, na terra onde passavam férias na infância. E basta entrar no bar, logo à entrada, para recuarmos ao passado. Seja através das fotografias de Almada Negreiros com a avó Maria Amélia Teixeira Vasconcelos (a atual guardiã da Casa de Pascoaes) e o avô João Vasconcelos, ou de Sophia de Mello Breyner com Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade. Seja através do reaproveitamento dos materiais que decoram o bar – com antigos tubos de canalização, madeiras de viga a servir de prateleiras, cadeiras estofadas –, os quartos e áreas comuns.

Rui Duarte Silva

Além do piso com nove camaratas (para 48 pessoas), o hotel possui 15 suítes com nomes de escritores e pintores que passaram ou nasceram em Amarante – como Agustina (“Sou um produto da região, como o vinho verde, que não embriaga, mas alegra”, escreveu), António Carneiro, João Vasconcelos, Augusto Casimiro, Amadeo de Souza-Cardoso e Teixeira de Pascoaes (estes dois últimos têm jardim privado). E como se todos estes detalhes não bastassem, repare-se no jardim com o desenho da obra A Ascensão do Quadrado Verde e a Mulher do Violino, de Souza-Cardoso. “Há pessoas que nos dizem que é bom demais para ser um hostel, mas porque não pode ser bom demais?”, admira-se Francisca Fonseca, 31 anos, enquanto percorremos a cozinha comunitária com armários a fazer lembrar as antigas mercearias.

Rui Duarte Silva

Des Arts – Hostel & Suites > R. Cândido dos Reis, 53, Amarante > T. 96 228 7457 > suítes: a partir €67/duas pessoas com pequeno-almoço, camaratas: a partir €20 com pequeno-almoço

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