OE 2016: PS queixa-se da “má oposição”, PSD ataca “totalitarismo” do Governo

03-02-2016
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Debate tenso no Parlamento a propósito das negociações em Bruxelas do Orçamento do Estado. “Ainda esta semana vimos o PSD a comportar-se como a má oposição que nenhum país democrático deseja”, “o PS inventa agora uma narrativa própria das correntes totalitárias”, “a direita portuguesa sabe que só sobrevive se esmagar este Orçamento” foram algumas das frases e acusações ouvidas

O PS acusou esta quarta-feira o PSD de se comportar como "má oposição" nas negociações do Orçamento entre Governo e Bruxelas, com os sociais-democratas a contraporem que os socialistas tentam reescrever a História e recorrem a táticas totalitárias.

Estas posições foram trocadas em plenário da Assembleia da República entre o vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia e o dirigente do grupo parlamentar do PSD Miguel Morgado, num debate tenso sobre o processo de negociação do Orçamento do Estado para 2016 com a Comissão Europeia.

O vice da bancada socialista sustentou a tese de que nas negociações com Bruxelas "o que está verdadeiramente em causa é aquilo que o anterior Governo mentiu aos portugueses", numa alusão à controvérsia sobre se medidas como a devolução de salários da administração pública são estruturais ou temporárias - António Costa já acusou Passos de ter dito a Bruxelas que as medidas era definitivas e não temporárias.

"Ainda esta semana vimos o PSD a comportar-se como a má oposição que nenhum país democrático deseja. No momento em que o Governo defende o interesse nacional em Bruxelas, lá veio o PSD atacar o Governo. O PSD ataca o Governo no momento em que o Governo defende em Bruxelas o fim da austeridade", declarou João Paulo Correia.

Na resposta, Miguel Morgado considerou que o PS está a recorrer a um discurso filosófico-político próprio das correntes "milenaristas", falando num passado de "trevas" quando se refere aos últimos quatro anos e procurando ao mesmo tempo "apagar da memória dos portugueses" quem na realidade conduziu Portugal a uma situação de bancarrota em 2011.

"O PS inventa agora uma narrativa própria das correntes totalitárias, aludindo a supostos inimigos da pátria e a traidores nacionais. O PS pretende agora transformar derrotas em vitórias", atacou o dirigente do grupo parlamentar do PSD.

Na mesma linha, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles acusou o PS de ensaiar "uma operação de branqueamento" em relação à conduta do executivo de José Sócrates, o que levou João Paulo Correia a contra-argumentar logo a seguir: "O CDS-PP é bipolar, porque quando está na oposição faz-se passar pelo partido do contribuinte ou do agricultor, mas quando chega ao Governo veste a pele do lobo", disse.

Uma das críticas mais cerradas dirigidas às bancadas do PSD e do CDS-PP partiu da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. "A direita, que sempre disse que só procedia a cortes porque era obrigatório e a única solução, vai agora a correr ter com a imposição externa [Bruxelas] pedir-lhe que trave o Orçamento do Estado para 2016 e trave a democracia portuguesa. A direita portuguesa sabe que só sobrevive se esmagar este Orçamento", sustentou Mariana Mortágua.

Pela parte do PCP, Paulo Sá criticou a "chantagem e a pressão inaceitável que está a ser exercida pela Comissão Europeia sobre Portugal, com o apoio do PSD e CDS-PP", enquanto o deputado de "Os Verdes" José Luís Ferreira observou que "o parlamento está dividido". "Temos uma parte deste parlamento apenas preocupada com a 'santa' União Europeia", disse.

Debate tenso no Parlamento a propósito das negociações em Bruxelas do Orçamento do Estado. “Ainda esta semana vimos o PSD a comportar-se como a má oposição que nenhum país democrático deseja”, “o PS inventa agora uma narrativa própria das correntes totalitárias”, “a direita portuguesa sabe que só sobrevive se esmagar este Orçamento” foram algumas das frases e acusações ouvidas

O PS acusou esta quarta-feira o PSD de se comportar como "má oposição" nas negociações do Orçamento entre Governo e Bruxelas, com os sociais-democratas a contraporem que os socialistas tentam reescrever a História e recorrem a táticas totalitárias.

Estas posições foram trocadas em plenário da Assembleia da República entre o vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia e o dirigente do grupo parlamentar do PSD Miguel Morgado, num debate tenso sobre o processo de negociação do Orçamento do Estado para 2016 com a Comissão Europeia.

O vice da bancada socialista sustentou a tese de que nas negociações com Bruxelas "o que está verdadeiramente em causa é aquilo que o anterior Governo mentiu aos portugueses", numa alusão à controvérsia sobre se medidas como a devolução de salários da administração pública são estruturais ou temporárias - António Costa já acusou Passos de ter dito a Bruxelas que as medidas era definitivas e não temporárias.

"Ainda esta semana vimos o PSD a comportar-se como a má oposição que nenhum país democrático deseja. No momento em que o Governo defende o interesse nacional em Bruxelas, lá veio o PSD atacar o Governo. O PSD ataca o Governo no momento em que o Governo defende em Bruxelas o fim da austeridade", declarou João Paulo Correia.

Na resposta, Miguel Morgado considerou que o PS está a recorrer a um discurso filosófico-político próprio das correntes "milenaristas", falando num passado de "trevas" quando se refere aos últimos quatro anos e procurando ao mesmo tempo "apagar da memória dos portugueses" quem na realidade conduziu Portugal a uma situação de bancarrota em 2011.

"O PS inventa agora uma narrativa própria das correntes totalitárias, aludindo a supostos inimigos da pátria e a traidores nacionais. O PS pretende agora transformar derrotas em vitórias", atacou o dirigente do grupo parlamentar do PSD.

Na mesma linha, a deputada do CDS-PP Cecília Meireles acusou o PS de ensaiar "uma operação de branqueamento" em relação à conduta do executivo de José Sócrates, o que levou João Paulo Correia a contra-argumentar logo a seguir: "O CDS-PP é bipolar, porque quando está na oposição faz-se passar pelo partido do contribuinte ou do agricultor, mas quando chega ao Governo veste a pele do lobo", disse.

Uma das críticas mais cerradas dirigidas às bancadas do PSD e do CDS-PP partiu da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua. "A direita, que sempre disse que só procedia a cortes porque era obrigatório e a única solução, vai agora a correr ter com a imposição externa [Bruxelas] pedir-lhe que trave o Orçamento do Estado para 2016 e trave a democracia portuguesa. A direita portuguesa sabe que só sobrevive se esmagar este Orçamento", sustentou Mariana Mortágua.

Pela parte do PCP, Paulo Sá criticou a "chantagem e a pressão inaceitável que está a ser exercida pela Comissão Europeia sobre Portugal, com o apoio do PSD e CDS-PP", enquanto o deputado de "Os Verdes" José Luís Ferreira observou que "o parlamento está dividido". "Temos uma parte deste parlamento apenas preocupada com a 'santa' União Europeia", disse.

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