A polícia recebeu 1.898 queixas de 'bullying' ocorridas em ambiente escolar: 1.285 diziam respeito a ofensas corporais e as restantes 613 eram relativas a injúrias e ameaças.
Os números foram avançados à agência Lusa pelo comissário João Moura, do gabinete de imprensa da Direção Nacional da PSP, que acredita que os casos reais de injúrias e ameaças sejam muito superiores às denúncias.
"Há muitas ameaças e coação psicológica que não vêm nas estatísticas", lamenta, explicando que muitas vezes as vítimas não denunciam porque não existe uma agressão física, algo visível.
No dia 20 assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a PSP, através das Equipas do "Programa Escola Segura" (EPES), irá lançar uma "operação" orientada para a prevenção deste tipo de crimes junto dos alunos do ensino obrigatório.
Nos últimos anos registou-se uma ligeira diminuição de queixas (em 2015/2016 registaram-se 2.015 ocorrências) e o comissário acredita que esta tendência poderá estar diretamente relacionada com a intervenção da PSP nas escolas.
A presença diária de agentes em meio escolar fez nascer e até fortalecer relações. Há histórias de polícias e crianças que se tornaram "amigos e confessores", sublinha João Moura, explicando que os agentes passaram a ser vistos como alguém em quem os estudantes podem confiar e pedir ajuda.
A maioria das denúncias que chegam à polícia parte das próprias vítimas ou de professores, mas também existe uma rede que tem funcionado no combate a este crime. Diretores das escolas, professores e restantes funcionários estão alerta para o fenómeno, saúda o comissário.
"Às vezes, são as auxiliares educativas que ouvem uma conversa no corredor ou que se apercebessem que algo está mal e alertam a polícia", lembra.
Já o 'cyberbullying' é um processo mais complexo e a polícia vê o fenómeno como um desafio. Se a maioria dos casos de 'bullying' se passa dentro dos muros da escola ou nas proximidades, o 'cyberbullying' tem como fronteira o 'mapa mundi': "Pode acontecer entre alunos de uma escola de qualquer canto do mundo".
As ameaças de agressão física são o principal motivo de queixa à polícia, seguindo-se os casos em que as crianças e jovens são coagidas a aderir a jogos ou desafios que muitas vezes se revelam perigosos, como aconteceu recentemente com o fenómeno "baleia azul", recorda João Moura.
Atualmente também é através das redes sociais que a polícia tenta estar mais próxima dos mais jovens. No Facebook, a PSP tem 680 mil seguidores e no Instagram são 85 mil. Às vezes é através destas plataformas que chegam pedidos de ajuda ou denúncias, revela Joao Moura.
O comissário da PSP vai participar esta semana num debate sobre 'bullying' nas escolas que está a ser organizado pela associação cultural Zero em Comportamento que conseguiu trazer para Portugal a exibição do filme holandês "Desculpa -- Uma história de Bullying" que será exibido quinta-feira num cinema em Lisboa.
João Moura recorda que o bullying é um crime que não se circunscreve a um determinado grupo populacional: "É transversal, ocorre entre alunos de todos os estatutos sociais e económicos".
Leia Também: Colegas dão roupa a aluno que sofria bullying por vestir sempre o mesmo
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A polícia recebeu 1.898 queixas de 'bullying' ocorridas em ambiente escolar: 1.285 diziam respeito a ofensas corporais e as restantes 613 eram relativas a injúrias e ameaças.
Os números foram avançados à agência Lusa pelo comissário João Moura, do gabinete de imprensa da Direção Nacional da PSP, que acredita que os casos reais de injúrias e ameaças sejam muito superiores às denúncias.
"Há muitas ameaças e coação psicológica que não vêm nas estatísticas", lamenta, explicando que muitas vezes as vítimas não denunciam porque não existe uma agressão física, algo visível.
No dia 20 assinala-se o Dia Mundial de Combate ao Bullying e a PSP, através das Equipas do "Programa Escola Segura" (EPES), irá lançar uma "operação" orientada para a prevenção deste tipo de crimes junto dos alunos do ensino obrigatório.
Nos últimos anos registou-se uma ligeira diminuição de queixas (em 2015/2016 registaram-se 2.015 ocorrências) e o comissário acredita que esta tendência poderá estar diretamente relacionada com a intervenção da PSP nas escolas.
A presença diária de agentes em meio escolar fez nascer e até fortalecer relações. Há histórias de polícias e crianças que se tornaram "amigos e confessores", sublinha João Moura, explicando que os agentes passaram a ser vistos como alguém em quem os estudantes podem confiar e pedir ajuda.
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"Às vezes, são as auxiliares educativas que ouvem uma conversa no corredor ou que se apercebessem que algo está mal e alertam a polícia", lembra.
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As ameaças de agressão física são o principal motivo de queixa à polícia, seguindo-se os casos em que as crianças e jovens são coagidas a aderir a jogos ou desafios que muitas vezes se revelam perigosos, como aconteceu recentemente com o fenómeno "baleia azul", recorda João Moura.
Atualmente também é através das redes sociais que a polícia tenta estar mais próxima dos mais jovens. No Facebook, a PSP tem 680 mil seguidores e no Instagram são 85 mil. Às vezes é através destas plataformas que chegam pedidos de ajuda ou denúncias, revela Joao Moura.
O comissário da PSP vai participar esta semana num debate sobre 'bullying' nas escolas que está a ser organizado pela associação cultural Zero em Comportamento que conseguiu trazer para Portugal a exibição do filme holandês "Desculpa -- Uma história de Bullying" que será exibido quinta-feira num cinema em Lisboa.
João Moura recorda que o bullying é um crime que não se circunscreve a um determinado grupo populacional: "É transversal, ocorre entre alunos de todos os estatutos sociais e económicos".
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