Tragédia no Meco: um mar de dúvidas

22-12-2018
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João Miguel Rodrigues/ Correio da Manhã

Quarenta e dois dias depois da tragédia que vitimou seis estudantes na Praia do Moinho, no Meco, em Sesimbra, os familiares dos jovens e as autoridades competentes continuam sem saber o que é que de facto se passou naquela noite de 15 de Dezembro último. O que se sabe decorre do único relato do único sobrevivente conhecido. O pouco que se sabe provoca ainda mais dúvidas.

Mistérios e suspeitas

Quantas pessoas estavam de facto na praia naquela noite de 15 de Dezembro?

Sabe-se que a casa que os universitários alugaram em Alfarim foi preparada para ser alugada a 12 pessoas. E sabe-se que num encontro organizado pelos familiares das vítimas surgiu a informação de que poderá ter havido outra testemunha da tragédia além de João Gouveia, único sobrevivente conhecido. Até ao dia anterior à tragédia, outros confirmaram que iriam àquele fim de semana académico. Mas a hipótese de um ex-Dux da Lusófona ter estado no areal naquela noite foi denunciada naquele encontro familiar das vítimas e depois confirmada por alunos daquela universidade.

Qual é a verdadeira razão para que João Gouveia (único sobrevivente conhecido) não fale nem com as autoridades nem com os familiares das vítimas?

Desde a fatídica noite de 15 de Dezembro último, João Gouveia foi ouvido apenas uma vez. Falou naquela mesma noite com agentes da Polícia Marítima. Depois disso, remeteu-se ao silêncio com todos. Incluindo com os familiares dos seus colegas falecidos.

Por que razão foi preciso um requerimento para que as autoridades se dispusessem a ouvir o João?

Dez dias depois da tragédia, ainda não havia qualquer investigação sobre o desaparecimento dos seis jovens (que entretanto o mar devolveu já sem vida). Foram os familiares de Pedro Negrão – último a ser devolvido pelo mar – quem pressionou o Ministério Público (MP) a solicitar uma inquirição ao único sobrevivente conhecido. Os familiares das vítimas constituíram-se assistentes no processo de inquérito.

Porque é que só o João Gouveia tinha levado telemóvel para a praia?

Não é conhecido o modelo que João Gouveia usava. Sabe-se apenas que ele era o único tinha telemóvel no momento da tragédia. Porquê, é um mistério. Contou que também foi embrulhado pela onda mas que conseguiu safar--se. Depois, sabe-se que ligou a pedir socorro. Um telemóvel resistente à água. Alguém confirmou? Se os telemóveis dos outros seis ficaram em casa, quererá isso dizer que sabiam que iam para a água? Segundo o “Correio da Manhã”, antes de ir para Sesimbra, Joana Barroso, terá enviado um sms a um colega prevendo uma actividade de risco: “[...] tou para ver se sobrevivo lol”. Já agora, como é que a mochila que foi encontrada nessa noite estava seca?

Onde é que estava cada um deles quando “foram apanhados” pelo mar?

Desde a casa que alugaram em Alfarim até à praia onde o mar os engoliu distam 7 km. Os jovens terão percorrido essa distância trajados com as roupas académicas. Já na praia, por volta da uma da manhã, ter-se-á dado a tragédia. João conseguiu sobreviver. Mas como João não fala, nada se sabe. Fala-se de uma violenta onda. Seja. Mas onde estava cada uma das vítimas e em que circunstâncias? Por ora, os familiares dizem estar convencidos de que se tratava de uma praxe universitária, por as vítimas estarem todas vestidas com os trajes académicos.

Porque é que a casa onde estavam alojados, em Alfarim, foi “arrumada” ainda naquela noite? Faltam alguns pertences de Pedro Negrão, de Joana Barroso e de Tiago André Campos. Apenas se sabe que João Gouveia terá arrumado a casa e os bens das vítimas, ainda naquela mesma noite, depois de ter falado com a Polícia Marítima.

João Miguel Rodrigues/ Correio da Manhã

Quarenta e dois dias depois da tragédia que vitimou seis estudantes na Praia do Moinho, no Meco, em Sesimbra, os familiares dos jovens e as autoridades competentes continuam sem saber o que é que de facto se passou naquela noite de 15 de Dezembro último. O que se sabe decorre do único relato do único sobrevivente conhecido. O pouco que se sabe provoca ainda mais dúvidas.

Mistérios e suspeitas

Quantas pessoas estavam de facto na praia naquela noite de 15 de Dezembro?

Sabe-se que a casa que os universitários alugaram em Alfarim foi preparada para ser alugada a 12 pessoas. E sabe-se que num encontro organizado pelos familiares das vítimas surgiu a informação de que poderá ter havido outra testemunha da tragédia além de João Gouveia, único sobrevivente conhecido. Até ao dia anterior à tragédia, outros confirmaram que iriam àquele fim de semana académico. Mas a hipótese de um ex-Dux da Lusófona ter estado no areal naquela noite foi denunciada naquele encontro familiar das vítimas e depois confirmada por alunos daquela universidade.

Qual é a verdadeira razão para que João Gouveia (único sobrevivente conhecido) não fale nem com as autoridades nem com os familiares das vítimas?

Desde a fatídica noite de 15 de Dezembro último, João Gouveia foi ouvido apenas uma vez. Falou naquela mesma noite com agentes da Polícia Marítima. Depois disso, remeteu-se ao silêncio com todos. Incluindo com os familiares dos seus colegas falecidos.

Por que razão foi preciso um requerimento para que as autoridades se dispusessem a ouvir o João?

Dez dias depois da tragédia, ainda não havia qualquer investigação sobre o desaparecimento dos seis jovens (que entretanto o mar devolveu já sem vida). Foram os familiares de Pedro Negrão – último a ser devolvido pelo mar – quem pressionou o Ministério Público (MP) a solicitar uma inquirição ao único sobrevivente conhecido. Os familiares das vítimas constituíram-se assistentes no processo de inquérito.

Porque é que só o João Gouveia tinha levado telemóvel para a praia?

Não é conhecido o modelo que João Gouveia usava. Sabe-se apenas que ele era o único tinha telemóvel no momento da tragédia. Porquê, é um mistério. Contou que também foi embrulhado pela onda mas que conseguiu safar--se. Depois, sabe-se que ligou a pedir socorro. Um telemóvel resistente à água. Alguém confirmou? Se os telemóveis dos outros seis ficaram em casa, quererá isso dizer que sabiam que iam para a água? Segundo o “Correio da Manhã”, antes de ir para Sesimbra, Joana Barroso, terá enviado um sms a um colega prevendo uma actividade de risco: “[...] tou para ver se sobrevivo lol”. Já agora, como é que a mochila que foi encontrada nessa noite estava seca?

Onde é que estava cada um deles quando “foram apanhados” pelo mar?

Desde a casa que alugaram em Alfarim até à praia onde o mar os engoliu distam 7 km. Os jovens terão percorrido essa distância trajados com as roupas académicas. Já na praia, por volta da uma da manhã, ter-se-á dado a tragédia. João conseguiu sobreviver. Mas como João não fala, nada se sabe. Fala-se de uma violenta onda. Seja. Mas onde estava cada uma das vítimas e em que circunstâncias? Por ora, os familiares dizem estar convencidos de que se tratava de uma praxe universitária, por as vítimas estarem todas vestidas com os trajes académicos.

Porque é que a casa onde estavam alojados, em Alfarim, foi “arrumada” ainda naquela noite? Faltam alguns pertences de Pedro Negrão, de Joana Barroso e de Tiago André Campos. Apenas se sabe que João Gouveia terá arrumado a casa e os bens das vítimas, ainda naquela mesma noite, depois de ter falado com a Polícia Marítima.

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