Coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde administra empresas do mesmo setor?

31-12-2020
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“Maló de Abreu é o deputado do PSD que coordena a atividade do seu Grupo Parlamentar na área da Saúde. Inexplicavelmente, em tempo de pandemia, anda desaparecido. Que andará a fazer? Maló de Abreu tem-se ocupado a administrar as empresas Maló Clinic Group, Maló Clinic Aesthetics, Pharmashop e outras empresas do setor da Saúde. E, ao mesmo tempo que ‘fiscaliza’ a atividade do Governo, tem acesso a verbas do Orçamento do Estado na área que tutela e acesso privilegiado aos membros da administração que decidem sobre as convenções com empresas de Saúde", acusa Paulo Morais, em texto datado de 21 de novembro.

"Pode fiscalizar de forma independente? Claro que não. Então, de facto, para Maló, o melhor é andar escondido. Entretanto, a defesa dos cidadãos e a lealdade para com os eleitores… fica de quarentena", conclui.

Confirma que o Coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde "anda desaparecido" e administra empresas do mesmo setor?

António Maló de Abreu protagonizou várias intervenções na Assembleia da República ao longo dos últimos dois meses. O deputado do PSD defendeu a implementação de um plano de emergência para a redução das listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinhou que os portugueses não estão a ter acesso aos cuidados de Saúde de que necessitam, criticou o Governo que insiste em “navegar à vista” e não prepara o SNS para dar resposta aos portugueses e realçou que o PSD tem alertado para a necessidade do reforço das contratações para o SNS, entre outros exemplos de intervenções.

O mesmo deputado também questionou a ministra da Saúde, Marta Temido, no âmbito do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2021. Além de ter participado em duas edições do programa “Parlamento” da RTP, nos dias 27 de outubro e 21 de novembro, e criticou o primeiro-ministro António Costa por causa da gestão da pandemia em declarações à TVI.

Questionado pelo Polígrafo, Maló de Abreu rejeita as acusações de parcialidade na fiscalização do Governo por estar ligado a várias empresas do setor da Saúde. Mais, assegura que já não administra tais empresas, nem mantém qualquer atividade correlacionada.

“A empresa Pharmashop não tem atividade há vários anos e neste momento nem existe, foi extinta. Das duas outras empresas estou absolutamente desligado e não tenho qualquer participação, cargo ou intervenção. Tudo isto consta do meu registo de interesses. Apesar de não estar na Assembleia da República em regime de exclusividade, não exerço qualquer outra atividade e muito menos remunerada”, garante o deputado do PSD.

De acordo com as certidões permanentes das empresas em causa a que o Polígrafo teve acesso, Maló de Abreu deixou a gerência da Maló Esthetics em janeiro de 2020 e a administração da Maló Clinic Group em fevereiro de 2020. A Pharmashop foi dissolvida e encerrada em outubro de 2020.

“A empresa Pharmashop não tem atividade há vários anos e neste momento nem existe, foi extinta. Das duas outras empresas estou absolutamente desligado e não tenho qualquer participação, cargo ou intervenção. Tudo isto consta do meu registo de interesses. Apesar de não estar na Assembleia da República em regime de exclusividade, não exerço qualquer outra atividade e muito menos remunerada”, garante o deputado do PSD.

Ou seja, é verdade que, durante alguns meses, o deputado exerceu estes cargos ao mesmo tempo que era membro efetivo (desde 7 de novembro de 2019) da Comissão de Saúde da Assembleia da República, embora ressalve - em declarações ao Polígrafo - que não intervém “em votações de assuntos que digam respeito à profissão e atividade de médico dentista, pedindo escusa”.

Maló de Abreu mantém "três empresas pequenas [Maló de Abreu, Lda.; DOC XXI, Lda.; António Maló de Abreu, Sociedade Unipessoal, Lda.] até as encerrar assim que possível", mas explica que “constam do registo de interesses, não têm qualquer atividade há anos, não têm funcionários e não aufere nada, nem vencimento ou ordenado”.

“Tinha vida pessoal e profissional antes da política e terei vida pessoal e profissional depois, como médico e exclusivamente nessa componente”, sublinha.

Na resposta ao Polígrafo, o deputado do PSD esclarece ainda que é coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde apenas desde setembro de 2020 e garante que tem exercido as funções "sempre com zelo e proativamente, com intervenções na Assembleia da República e fora dela permanentemente”.

“É certo que o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Ricardo Baptista Leite, tem assumido, naturalmente, o protagonismo e visibilidade no setor, cabendo-me a mim mais as tarefas de trabalho de coordenação, de ‘bastidores’ e na própria Comissão de Saúde. Sou, inclusivamente, o relator da grande petição sobre o Hospital dos Covões”, destaca.

Em suma, não é verdade que Maló de Abreu “anda desaparecido”, como já demonstrámos através de vários exemplos de recente atividade parlamentar e mediática. As certidões permanentes das empresas na área da Saúde de que fez parte provam ainda que o deputado abandonou os cargos em janeiro e fevereiro deste ano. A outra empresa à qual estava ligado foi extinta em outubro, cerca de um mês depois de ter assumido as funções de coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde.

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Avaliação do Polígrafo:

“Maló de Abreu é o deputado do PSD que coordena a atividade do seu Grupo Parlamentar na área da Saúde. Inexplicavelmente, em tempo de pandemia, anda desaparecido. Que andará a fazer? Maló de Abreu tem-se ocupado a administrar as empresas Maló Clinic Group, Maló Clinic Aesthetics, Pharmashop e outras empresas do setor da Saúde. E, ao mesmo tempo que ‘fiscaliza’ a atividade do Governo, tem acesso a verbas do Orçamento do Estado na área que tutela e acesso privilegiado aos membros da administração que decidem sobre as convenções com empresas de Saúde", acusa Paulo Morais, em texto datado de 21 de novembro.

"Pode fiscalizar de forma independente? Claro que não. Então, de facto, para Maló, o melhor é andar escondido. Entretanto, a defesa dos cidadãos e a lealdade para com os eleitores… fica de quarentena", conclui.

Confirma que o Coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde "anda desaparecido" e administra empresas do mesmo setor?

António Maló de Abreu protagonizou várias intervenções na Assembleia da República ao longo dos últimos dois meses. O deputado do PSD defendeu a implementação de um plano de emergência para a redução das listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinhou que os portugueses não estão a ter acesso aos cuidados de Saúde de que necessitam, criticou o Governo que insiste em “navegar à vista” e não prepara o SNS para dar resposta aos portugueses e realçou que o PSD tem alertado para a necessidade do reforço das contratações para o SNS, entre outros exemplos de intervenções.

O mesmo deputado também questionou a ministra da Saúde, Marta Temido, no âmbito do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2021. Além de ter participado em duas edições do programa “Parlamento” da RTP, nos dias 27 de outubro e 21 de novembro, e criticou o primeiro-ministro António Costa por causa da gestão da pandemia em declarações à TVI.

Questionado pelo Polígrafo, Maló de Abreu rejeita as acusações de parcialidade na fiscalização do Governo por estar ligado a várias empresas do setor da Saúde. Mais, assegura que já não administra tais empresas, nem mantém qualquer atividade correlacionada.

“A empresa Pharmashop não tem atividade há vários anos e neste momento nem existe, foi extinta. Das duas outras empresas estou absolutamente desligado e não tenho qualquer participação, cargo ou intervenção. Tudo isto consta do meu registo de interesses. Apesar de não estar na Assembleia da República em regime de exclusividade, não exerço qualquer outra atividade e muito menos remunerada”, garante o deputado do PSD.

De acordo com as certidões permanentes das empresas em causa a que o Polígrafo teve acesso, Maló de Abreu deixou a gerência da Maló Esthetics em janeiro de 2020 e a administração da Maló Clinic Group em fevereiro de 2020. A Pharmashop foi dissolvida e encerrada em outubro de 2020.

“A empresa Pharmashop não tem atividade há vários anos e neste momento nem existe, foi extinta. Das duas outras empresas estou absolutamente desligado e não tenho qualquer participação, cargo ou intervenção. Tudo isto consta do meu registo de interesses. Apesar de não estar na Assembleia da República em regime de exclusividade, não exerço qualquer outra atividade e muito menos remunerada”, garante o deputado do PSD.

Ou seja, é verdade que, durante alguns meses, o deputado exerceu estes cargos ao mesmo tempo que era membro efetivo (desde 7 de novembro de 2019) da Comissão de Saúde da Assembleia da República, embora ressalve - em declarações ao Polígrafo - que não intervém “em votações de assuntos que digam respeito à profissão e atividade de médico dentista, pedindo escusa”.

Maló de Abreu mantém "três empresas pequenas [Maló de Abreu, Lda.; DOC XXI, Lda.; António Maló de Abreu, Sociedade Unipessoal, Lda.] até as encerrar assim que possível", mas explica que “constam do registo de interesses, não têm qualquer atividade há anos, não têm funcionários e não aufere nada, nem vencimento ou ordenado”.

“Tinha vida pessoal e profissional antes da política e terei vida pessoal e profissional depois, como médico e exclusivamente nessa componente”, sublinha.

Na resposta ao Polígrafo, o deputado do PSD esclarece ainda que é coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde apenas desde setembro de 2020 e garante que tem exercido as funções "sempre com zelo e proativamente, com intervenções na Assembleia da República e fora dela permanentemente”.

“É certo que o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Ricardo Baptista Leite, tem assumido, naturalmente, o protagonismo e visibilidade no setor, cabendo-me a mim mais as tarefas de trabalho de coordenação, de ‘bastidores’ e na própria Comissão de Saúde. Sou, inclusivamente, o relator da grande petição sobre o Hospital dos Covões”, destaca.

Em suma, não é verdade que Maló de Abreu “anda desaparecido”, como já demonstrámos através de vários exemplos de recente atividade parlamentar e mediática. As certidões permanentes das empresas na área da Saúde de que fez parte provam ainda que o deputado abandonou os cargos em janeiro e fevereiro deste ano. A outra empresa à qual estava ligado foi extinta em outubro, cerca de um mês depois de ter assumido as funções de coordenador do Grupo Parlamentar do PSD na área da Saúde.

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Avaliação do Polígrafo:

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