Censura no doclisboa

26-07-2018
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No programa do único festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao cinema documental, que vai agora na sua terceira edição, um dos filmes que constava na programação era o de Leonor Noivo, intitulado Excursão. A sua exibição estava prevista para a passada segunda-feira. Mas não houve projecção. Ao público foi lido um comunicado em que se “explicava” que a empresa que organiza as excursões com vendas e mais vendas – cuja publicidade é recebida, por muitos de nós, nas caixas de correio – não autorizava a organização do festival – leia-se apordoc – e a Culturgest a divulgar a curta-metragem, ameaçando com uma acção judicial.

Portanto, o filme foi censurado. Embora, evidentemente, não tenha tido a oportunidade de ver o documentário, sei que se trata da exposição do que se passa nestas excursões, que muitas vezes são mais viagens de extorsão do que de excursão.

A realizadora, durante as filmagens, terá sido pressionada para deixar com a empresa as suas cassetes. Contudo, guardou-as e avisou a empresa que faria, não obstante as ameaças, o dito filme. Concorreu para o doclisboa e foi apurada. Agora, perante nova investida da companhia de extorsionismo, a organização do festival bateu em retirada.

É espantoso que, em 2006 e num país europeu, isto suceda. E que suceda sem que a comunicação social preste qualquer atenção. Nos jornais de hoje, a única referência ao caso é uma carta de um leitor no Público, Manuel Caldeira Cabral, que se espanta com o facto de, no documentário de Inês Medeiros, aparecerem testemunhos a gabar Salazar- o que só pode ser interpretado como sinal de “uma sociedade verdadeiramente livre”, enquanto a censura sobre a liberdade de expressão e de criação artística faz o seu caminho, recaindo sobre o silenciamento da revelação da publicidade enganosa, da manipulação e extorsão de turistas – muitos idosos. Que tempos estes!

Quero ver o documentário da Leonor Noivo. O tema, desde logo, é pertinente. A censura é inaceitável. Apelo que escrevam também à apordoc, exigindo a correcção desta decisão lamentável.

No programa do único festival de cinema em Portugal exclusivamente dedicado ao cinema documental, que vai agora na sua terceira edição, um dos filmes que constava na programação era o de Leonor Noivo, intitulado Excursão. A sua exibição estava prevista para a passada segunda-feira. Mas não houve projecção. Ao público foi lido um comunicado em que se “explicava” que a empresa que organiza as excursões com vendas e mais vendas – cuja publicidade é recebida, por muitos de nós, nas caixas de correio – não autorizava a organização do festival – leia-se apordoc – e a Culturgest a divulgar a curta-metragem, ameaçando com uma acção judicial.

Portanto, o filme foi censurado. Embora, evidentemente, não tenha tido a oportunidade de ver o documentário, sei que se trata da exposição do que se passa nestas excursões, que muitas vezes são mais viagens de extorsão do que de excursão.

A realizadora, durante as filmagens, terá sido pressionada para deixar com a empresa as suas cassetes. Contudo, guardou-as e avisou a empresa que faria, não obstante as ameaças, o dito filme. Concorreu para o doclisboa e foi apurada. Agora, perante nova investida da companhia de extorsionismo, a organização do festival bateu em retirada.

É espantoso que, em 2006 e num país europeu, isto suceda. E que suceda sem que a comunicação social preste qualquer atenção. Nos jornais de hoje, a única referência ao caso é uma carta de um leitor no Público, Manuel Caldeira Cabral, que se espanta com o facto de, no documentário de Inês Medeiros, aparecerem testemunhos a gabar Salazar- o que só pode ser interpretado como sinal de “uma sociedade verdadeiramente livre”, enquanto a censura sobre a liberdade de expressão e de criação artística faz o seu caminho, recaindo sobre o silenciamento da revelação da publicidade enganosa, da manipulação e extorsão de turistas – muitos idosos. Que tempos estes!

Quero ver o documentário da Leonor Noivo. O tema, desde logo, é pertinente. A censura é inaceitável. Apelo que escrevam também à apordoc, exigindo a correcção desta decisão lamentável.

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