Pedro Marques na sombra de um beirão, de um holandês e de um “amazing man”

22-05-2019
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Um dia depois de ser acusado pelo PSD de não ser o verdadeiro cabeça de lista do PS às Europeias - esse seria António Costa - Pedro Marques recebeu este domingo três ajudas de peso num mega almoço em Mangualde, distrito de Viseu: o histórico socialista Jorge Coelho, Frans Timmermans - candidato dos socialistas a presidente da comissão - e o cada vez mais presente primeiro-ministro e secretário-geral do PS. O almoço juntou 2100 apoiantes, mas Pedro Marques continuou a não ser a estrela da campanha. Jorge Coelho estava em casa, onde tem uma fábrica de queijos que foi financiada com fundos comunitários.

Jorge Coelho, que participa todas as semanas no programa "Circulatura do Quadrado", atacou a direita, dizendo que "tem que ser punida" nas próximas eleições europeias, depois de ter criado condições para uma crise que poderia colocar em causa o futuro do país. "Isto não pode ter acontecido e ficar tudo na mesma", atirou o antigo homem-forte de António Guterres. "Não pode ter acontecido eles criarem condições para fazer Portugal andar para trás, a nossa vida andar para trás, e ficar tudo na mesma". O velho 'bulldozer' socialista referia-se à crise da carreira dos professores para elogiar a "coragem" de António Costa por ter ameaçado demitir-se caso o diploma fosse aprovado: "Não teve medo de perder um lugar para levar Portugal para a frente". E o PSD? "Um autêntico catavento".

Os socialistas arrancaram a campanha cujo início oficial é segunda-feira, com esta forte mobilização. Antes do meio-dia, já o acesso ao pavilhão onde decorreu o comício, localizado estrategicamente na confluência da A-25 com o IC-12, estava congestionado e eram feitas filas para entrar para o almoço.

A citação e o vinho de um social-democrata

A abrir os discursos, a citação de um ilustre militante do PSD. “A frase do dia é de um insuspeito social-democrata”, anunciou António Borges, presidente dos socialistas no distrito e primeiro a discursar, que citou Carlos Moedas que em declarações ao Dinheiro Vivo considerou que “António Costa conquistou, por direito próprio a liderança dos socialistas europeus”.

“Somos todos Europa”, gritavam os socialistas que arrancaram um forte aplauso quando João Azevedo, diretor nacional de campanha e presidente da câmara local, avisou que “quem com ferros mata com ferros morre. Os que quiseram fazer uma campanha negra têm aqui a resposta”, afirmou João Azevedo que pediu aos socialistas para “votarem como se fossem umas autárquicas. Levem pessoas a votar, mobilizem-se”, pediu.

Dois mil e 100 lugares sentados, pagos a 5 euros por pessoa. No exterior foram distribuídas bandeiras, algumas da União Europeia e t-shirts. A música ficou a cargo do Grupo Folclórico da Mesquitela e dos Bombos de Lobelhe, localidades do concelho. Vendeu-se se cerveja, a um euro, e aperitivos, a dois euros. Tudo produção nacional na terra natal de Jorge Coelho, que ainda acusou Paulo Rangel de ter um discurso “cheio de conceitos infantis, ridículos e impróprios”.

No interior do pavilhão, comida sobre as mesas, vinho do Dão, o tinto e o branco fornecido pela adega local e o rosé fornecido pela empresa de um conhecido militante social-democrata. “Está mal”, queixaram-se alguns dos presentes.

A mobilização foi grande. Só as gentes de Celorico da Beira ocuparam um corredor, com lugar para 120 apoiantes. Apesar da demora no arranque dos discursos à chegada ao pavilhão havia comida na mesa, muita e conversas. “Estamos mobilizados”, garantia José Albano, antigo presidente da Federação da Guarda, conhecido por fazer grandes mobilizações e de encher autocarros com dezenas de militantes. “Vamos fazer uma grande campanha, exemplar e mobilizadora”, garantiu Francisco Carvalho, autarca de Penalva do Castelo.

Costa, o "amazing man"

O tom de clivagem entre direita e esquerda foi dado por Pedro Marques. O cabeça de lista seguiu o guião que costuma debitar para invocar as sanções pedidas por Manfred Weber (o candidato do PPE, de direita a presidente da comissão), “para castigar Portugal”, e introduziu uma nova nuance no discurso contra Rangel, acusando-o de “não ter feito nada para o impedir”. O tom acusatório foi uma constante e não faltaram “os muitos cargos desempenhados por Paulo Rangel que não servem para defender Portugal. Em 10 anos não se lhe conhece uma medida, uma ação na defesa de Portugal”.

Também Frans Timmermans, candidato socialista à Presidência da Comissão Europeia, insistiu na defesa de uma Europa “com mais justiça social”, construída por “socialistas como António Costa, um 'amazing men’. Último a discursar o secretário-geral dos socialistas insistiu na mobilização eleitoral. “Viseu era o Cavaquistão e há quem diga que a campanha não está a correr bem. Têm aqui a resposta”. Costa apontou ainda os sucessos eleitorais dos socialistas na Europa: “Suécia, Espanha e Finlândia” e prometeu “não esquecer nem perdoar a quem, estando Portugal sob o jugo da austeridade ainda nos quis castigar com sanções”. A receita, frisou o primeiro-ministro, “é contas certas e defesa dos direitos sociais mas para isso é preciso somar os votos de todos os socialistas europeus para que 15 anos depois possamos voltar a ter um socialista a presidir à Comissão Europeia”, pediu.

Entre os comensais pontuaram socialistas ilustres e menos notados todos a convergirem para um concelho industrial, que tem beneficiado do investimento comunitário, que não esqueceu a requalificação da linha ferroviária da Beira Alta e que calou agora a principal reivindicação da região, a reabilitação do IP-3.

Um dia depois de ser acusado pelo PSD de não ser o verdadeiro cabeça de lista do PS às Europeias - esse seria António Costa - Pedro Marques recebeu este domingo três ajudas de peso num mega almoço em Mangualde, distrito de Viseu: o histórico socialista Jorge Coelho, Frans Timmermans - candidato dos socialistas a presidente da comissão - e o cada vez mais presente primeiro-ministro e secretário-geral do PS. O almoço juntou 2100 apoiantes, mas Pedro Marques continuou a não ser a estrela da campanha. Jorge Coelho estava em casa, onde tem uma fábrica de queijos que foi financiada com fundos comunitários.

Jorge Coelho, que participa todas as semanas no programa "Circulatura do Quadrado", atacou a direita, dizendo que "tem que ser punida" nas próximas eleições europeias, depois de ter criado condições para uma crise que poderia colocar em causa o futuro do país. "Isto não pode ter acontecido e ficar tudo na mesma", atirou o antigo homem-forte de António Guterres. "Não pode ter acontecido eles criarem condições para fazer Portugal andar para trás, a nossa vida andar para trás, e ficar tudo na mesma". O velho 'bulldozer' socialista referia-se à crise da carreira dos professores para elogiar a "coragem" de António Costa por ter ameaçado demitir-se caso o diploma fosse aprovado: "Não teve medo de perder um lugar para levar Portugal para a frente". E o PSD? "Um autêntico catavento".

Os socialistas arrancaram a campanha cujo início oficial é segunda-feira, com esta forte mobilização. Antes do meio-dia, já o acesso ao pavilhão onde decorreu o comício, localizado estrategicamente na confluência da A-25 com o IC-12, estava congestionado e eram feitas filas para entrar para o almoço.

A citação e o vinho de um social-democrata

A abrir os discursos, a citação de um ilustre militante do PSD. “A frase do dia é de um insuspeito social-democrata”, anunciou António Borges, presidente dos socialistas no distrito e primeiro a discursar, que citou Carlos Moedas que em declarações ao Dinheiro Vivo considerou que “António Costa conquistou, por direito próprio a liderança dos socialistas europeus”.

“Somos todos Europa”, gritavam os socialistas que arrancaram um forte aplauso quando João Azevedo, diretor nacional de campanha e presidente da câmara local, avisou que “quem com ferros mata com ferros morre. Os que quiseram fazer uma campanha negra têm aqui a resposta”, afirmou João Azevedo que pediu aos socialistas para “votarem como se fossem umas autárquicas. Levem pessoas a votar, mobilizem-se”, pediu.

Dois mil e 100 lugares sentados, pagos a 5 euros por pessoa. No exterior foram distribuídas bandeiras, algumas da União Europeia e t-shirts. A música ficou a cargo do Grupo Folclórico da Mesquitela e dos Bombos de Lobelhe, localidades do concelho. Vendeu-se se cerveja, a um euro, e aperitivos, a dois euros. Tudo produção nacional na terra natal de Jorge Coelho, que ainda acusou Paulo Rangel de ter um discurso “cheio de conceitos infantis, ridículos e impróprios”.

No interior do pavilhão, comida sobre as mesas, vinho do Dão, o tinto e o branco fornecido pela adega local e o rosé fornecido pela empresa de um conhecido militante social-democrata. “Está mal”, queixaram-se alguns dos presentes.

A mobilização foi grande. Só as gentes de Celorico da Beira ocuparam um corredor, com lugar para 120 apoiantes. Apesar da demora no arranque dos discursos à chegada ao pavilhão havia comida na mesa, muita e conversas. “Estamos mobilizados”, garantia José Albano, antigo presidente da Federação da Guarda, conhecido por fazer grandes mobilizações e de encher autocarros com dezenas de militantes. “Vamos fazer uma grande campanha, exemplar e mobilizadora”, garantiu Francisco Carvalho, autarca de Penalva do Castelo.

Costa, o "amazing man"

O tom de clivagem entre direita e esquerda foi dado por Pedro Marques. O cabeça de lista seguiu o guião que costuma debitar para invocar as sanções pedidas por Manfred Weber (o candidato do PPE, de direita a presidente da comissão), “para castigar Portugal”, e introduziu uma nova nuance no discurso contra Rangel, acusando-o de “não ter feito nada para o impedir”. O tom acusatório foi uma constante e não faltaram “os muitos cargos desempenhados por Paulo Rangel que não servem para defender Portugal. Em 10 anos não se lhe conhece uma medida, uma ação na defesa de Portugal”.

Também Frans Timmermans, candidato socialista à Presidência da Comissão Europeia, insistiu na defesa de uma Europa “com mais justiça social”, construída por “socialistas como António Costa, um 'amazing men’. Último a discursar o secretário-geral dos socialistas insistiu na mobilização eleitoral. “Viseu era o Cavaquistão e há quem diga que a campanha não está a correr bem. Têm aqui a resposta”. Costa apontou ainda os sucessos eleitorais dos socialistas na Europa: “Suécia, Espanha e Finlândia” e prometeu “não esquecer nem perdoar a quem, estando Portugal sob o jugo da austeridade ainda nos quis castigar com sanções”. A receita, frisou o primeiro-ministro, “é contas certas e defesa dos direitos sociais mas para isso é preciso somar os votos de todos os socialistas europeus para que 15 anos depois possamos voltar a ter um socialista a presidir à Comissão Europeia”, pediu.

Entre os comensais pontuaram socialistas ilustres e menos notados todos a convergirem para um concelho industrial, que tem beneficiado do investimento comunitário, que não esqueceu a requalificação da linha ferroviária da Beira Alta e que calou agora a principal reivindicação da região, a reabilitação do IP-3.

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