Debate dos Candidatos à Câmara Municipal da Figueira da Foz

12-11-2018
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A minha apreciação pessoal ao debate de ontem no Casino, perante uma plateia numerosa.Javier Vigo (MMS) - o candidato mais irreverente, na linguagem e forma de se expressar, proporcionou os momentos mais hilariantes. Joga bem com as palavras e trocadilhos, mas desconhece os temas principais da governação local,assumindo-o. Um outsider sem ambições a ser poder que muito incomodou Duarte Silva.Duarte Silva (PSD) - como ele próprio afirmou está há 20 anos na Câmara, mas continua a culpar sempre "os outros" (sem nunca concretizar) pela sua incapacidade em gerir a Figueira. Vitimiza-se constantemente, como se nunca tivesse tido poder para mudar o rumo que a Câmara leva. Durante o debate foi ultrapassado pelos acontecimentos, fugindo às questões concretas, nunca explicando como foi possível chegar a uma dívida de quase 90 milhões de euros (3.500 euros por família). Absolutamente constrangedor relativamente à revisão do PDM (datado de 1994): não fizemos porque as Leis não o permitiram... mas houve outros concelhos que conseguiram rever o PDM!Silvina Queiroz (CDU) - um discurso pobre, vago q.b. , implicitamente defendendo a continuação da FGT. Não apresenta soluções concretas, nem sequer falou dos trabalhadores da Câmara (destacados nas Águas da Figueira) cujas carreiras estão congeladas há anos impedindo-se a sua promoção,ou não. Defendeu a dispersão da construção, com alteração do PDM de forma a que se possa construir nas periferias, sem atender aos enormes custos que tal implica para o país (transportes, infra-estruturas, desertificação dos centros da cidade e das vilas e aldeias; morte do comércio local). Mais uma vez renovou a oposição da CDU ao Provedor Municipal. Pouco de esquerda, nenhuma proposta interessante.Geraldes (CDS/PP) - conseguiu mostrar que a dívida da Câmara tem um impacto muito negativo sobre as PME locais. Relativamente aos desafios que a Figueira enfrenta,foi vaga, e não avançou com soluções para a desertificação do centro da cidade, problema por si levantado. Daniel Santos (100%) - não foi claro relativamente às soluções que preconiza para o urbanismo. Confrontado com o excesso de habitação (1,7 fogos por família no concelho; 2,7 fogos por família em Buarcos) não afirmou que vamos ter que "parar" com a ocupação desenfreada do território, como aconteceu até agora. Deixou em aberto a possibilidade de não assumir o cargo. Pela positiva destaca-se o apelo à participação interactiva dos cidadãos e freguesias na gestão do interesse público. Não conseguiu demarcar-se claramente do tempo em que foi apoiante de Duarte Silva, evitando a crítica forte ao opositor directo do PSD.Ataíde das Neves (PS) - muito racional na análise, e bem preparado, conseguiu expor algumas ideias base: redução da despesa com maior recurso aos técnicos/trabalhadores da Câmara; fim das "mordomias na FGT"; maior transparência e eficácia dos serviços; orçamento participativo; aproveitamento dos recursos endógenos. Poderia ter sido mais emocional na exposição das ideias, conferindo assim mais vida às suas intervenções. Mostrou que concorre para vir a ser Presidente da Câmara. Assumiu a defesa da DOMUS na sua função social.Rui Silva (BE) - o mais jovem dos candidatos, foi também o mais contundente, associando Duarte Silva ao processo do Vale do Galante (referindo a sua condição de arguido), à dívida colossal e ao caos urbanístico. Propôs modelos de gestão mais virados para um crescimento em harmonia com respeito pelas singularidades do território. Teve a ousadia característica do Bloco, propondo rupturas com as actuais práticas camarárias. Contudo, faltou concretizar com mais detalhe as suas propostas. Ultrapassou a candidata da CDU pela esquerda, ao repetidamente falar dos direitos dos trabalhadores e dos Bairros Sociais.Moderador (Luís Ferreira) da Universidade Sénior - esteve muito bem, profissional, preparou bem as perguntas e mostrou-se conhecedor dos "dossiers". Parabéns.


A minha apreciação pessoal ao debate de ontem no Casino, perante uma plateia numerosa.Javier Vigo (MMS) - o candidato mais irreverente, na linguagem e forma de se expressar, proporcionou os momentos mais hilariantes. Joga bem com as palavras e trocadilhos, mas desconhece os temas principais da governação local,assumindo-o. Um outsider sem ambições a ser poder que muito incomodou Duarte Silva.Duarte Silva (PSD) - como ele próprio afirmou está há 20 anos na Câmara, mas continua a culpar sempre "os outros" (sem nunca concretizar) pela sua incapacidade em gerir a Figueira. Vitimiza-se constantemente, como se nunca tivesse tido poder para mudar o rumo que a Câmara leva. Durante o debate foi ultrapassado pelos acontecimentos, fugindo às questões concretas, nunca explicando como foi possível chegar a uma dívida de quase 90 milhões de euros (3.500 euros por família). Absolutamente constrangedor relativamente à revisão do PDM (datado de 1994): não fizemos porque as Leis não o permitiram... mas houve outros concelhos que conseguiram rever o PDM!Silvina Queiroz (CDU) - um discurso pobre, vago q.b. , implicitamente defendendo a continuação da FGT. Não apresenta soluções concretas, nem sequer falou dos trabalhadores da Câmara (destacados nas Águas da Figueira) cujas carreiras estão congeladas há anos impedindo-se a sua promoção,ou não. Defendeu a dispersão da construção, com alteração do PDM de forma a que se possa construir nas periferias, sem atender aos enormes custos que tal implica para o país (transportes, infra-estruturas, desertificação dos centros da cidade e das vilas e aldeias; morte do comércio local). Mais uma vez renovou a oposição da CDU ao Provedor Municipal. Pouco de esquerda, nenhuma proposta interessante.Geraldes (CDS/PP) - conseguiu mostrar que a dívida da Câmara tem um impacto muito negativo sobre as PME locais. Relativamente aos desafios que a Figueira enfrenta,foi vaga, e não avançou com soluções para a desertificação do centro da cidade, problema por si levantado. Daniel Santos (100%) - não foi claro relativamente às soluções que preconiza para o urbanismo. Confrontado com o excesso de habitação (1,7 fogos por família no concelho; 2,7 fogos por família em Buarcos) não afirmou que vamos ter que "parar" com a ocupação desenfreada do território, como aconteceu até agora. Deixou em aberto a possibilidade de não assumir o cargo. Pela positiva destaca-se o apelo à participação interactiva dos cidadãos e freguesias na gestão do interesse público. Não conseguiu demarcar-se claramente do tempo em que foi apoiante de Duarte Silva, evitando a crítica forte ao opositor directo do PSD.Ataíde das Neves (PS) - muito racional na análise, e bem preparado, conseguiu expor algumas ideias base: redução da despesa com maior recurso aos técnicos/trabalhadores da Câmara; fim das "mordomias na FGT"; maior transparência e eficácia dos serviços; orçamento participativo; aproveitamento dos recursos endógenos. Poderia ter sido mais emocional na exposição das ideias, conferindo assim mais vida às suas intervenções. Mostrou que concorre para vir a ser Presidente da Câmara. Assumiu a defesa da DOMUS na sua função social.Rui Silva (BE) - o mais jovem dos candidatos, foi também o mais contundente, associando Duarte Silva ao processo do Vale do Galante (referindo a sua condição de arguido), à dívida colossal e ao caos urbanístico. Propôs modelos de gestão mais virados para um crescimento em harmonia com respeito pelas singularidades do território. Teve a ousadia característica do Bloco, propondo rupturas com as actuais práticas camarárias. Contudo, faltou concretizar com mais detalhe as suas propostas. Ultrapassou a candidata da CDU pela esquerda, ao repetidamente falar dos direitos dos trabalhadores e dos Bairros Sociais.Moderador (Luís Ferreira) da Universidade Sénior - esteve muito bem, profissional, preparou bem as perguntas e mostrou-se conhecedor dos "dossiers". Parabéns.

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