Os momentos que fizeram vibrar o CDS

15-03-2018
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O eixo da roda

A discussão sobre o pragmatismo de Assunção Cristas – e a dúvida sobre se a líder do CDS estará a deixar a ideologia desvanecer – dominou os dias que antecederam o congresso. Por isso, quando finalmente a própria falou do assunto, os congressistas manifestaram-se de forma clara.

“Que não haja qualquer dúvida: o meu CDS é o CDS que tem a democracia-cristã como eixo da roda e se assume como a casa do centro e da direita das liberdades”, disse Cristas. A resposta que os congressistas esperavam, juntamente com a citação de Adriano Moreira, trouxe a euforia e os aplausos ao centro Multiusos de Lamego. Para a líder do CDS, os valores não servem para estar “numa prateleira ou vitrine”: “Não esqueço nem o nosso programa nem a nossa história, mas não me peçam, por um segundo que seja, que me perca em discussões e me esqueça de quem precisa de ajuda”.

“Não há nada que a páre”

No segundo dia, Assunção Cristas voltou ao palco com uma banda sonora sugestiva: “There's nothing holding me back” (algo como “Não há nada que me páre”) e muitos aplausos. Um dos momentos que provocaram uma reação mais efusiva durante o seu discurso foi uma “nota pessoal” que fez questão de deixar: “Tomei a decisão de não responder mais a questões sobre como concilio trabalho e família, até ao momento em que essa mesma questão seja colocada aos homens que são país e têm uma vida profissional e pública ativa”.

Belmiro vs Fidel

‘Chicão’, alcunha por que é conhecido o líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, interveio depois dos nomes mais conhecidos do congresso e teve uma casa composta a ouvi-lo. Foram vários os momentos de aplausos entusiásticos – incluindo uma ovação de pé, no final do discurso – mas talvez não tenha havido maior do que quando atacou a esquerda por chumbar votos de pesar pela morte de “grandes empresários”, como foi o caso de Belmiro de Azevedo, no Parlamento, e por outro lado apresentar votos a favor de “ditadores” como Fidel Castro, “esse grande democrata”.

O momento discoteca

O pavilhão pareceu transformar-se numa discoteca a meio da tarde, quando chegou o momento de homenagear os militantes que se juntaram ao partido recentemente (até porque o CDS se orgulha de ter somado 4 mil novos militantes nos últimos dois anos). A um vídeo que mostrava homens e mulheres de diferentes profissões, idades e locais a mostrarem o seu apoio ao CDS, seguiu-se a chamada para que os novos militantes que estivessem no palco subissem ao palco. Até Assunção Cristas subiu, ao som de música de discoteca alta, para desejar “força” e dizer aos novos membros do partido: “Estamos juntos!”. Quem assistia levantou-se e bateu palmas com vigor, num momento que rompeu a sucessão de discursos e chamou a atenção dos congressistas.

O kung-fu de Cristas e Costa

Não foi a única ocasião em que os centristas preferiram as imagens às palavras: horas antes, Assunção Cristas prescindia da palavra (estava prevista uma intervenção em que resumiria as atividades da Comissão Política do partido) e preferia mostrar uma montagem onde se viam os seus embates acesos com António Costa no Parlamento. As trocas de bocas foram apimentadas com escolhas sugestivas para a banda sonora do vídeo: ouviram-se ‘Eye of the Tiger’ e ‘Kung-fu Fighting’ enquanto no ecrã passavam as imagens de Cristas a oferecer ao primeiro-ministro um par de óculos pelo Natal, para o fazer ver melhor a realidade.

A caridade cristã de Nuno Melo

Nuno Melo foi anunciado como cabeça de lista para as próximas eleições europeias ao início da noite, o que desde logo entusiasmou as hostes. Depois, tomou a palavra para fazer um dos discursos mais longos do dia e recebeu vários aplausos entusiásticos. O maior foi depois de atacar a bloquista Joana Mortágua, que há dias publicou um tweet em que dizia ‘gostar” de não ver o Cristo-rei na viagem para Almada, em dias de nevoeiro. “Queria ao Bloco de Esquerda deixar toda a nossa caridade cristã”, declarou Nuno Melo, conseguindo que os congressistas se levantassem das cadeiras. E acrescentou: “O BE significa a tentativa de destruir tudo aquilo em que nós acreditamos”.

“ O PS que chame a polícia ”

O vice-presidente e coordenador do programa eleitoral do CDS Adolfo Mesquita Nunes foi outro dos nomes que puseram o público de pé, não uma mas várias vezes. Fez sucesso quando apresentou Cristas como verdadeira representante da matriz democrata-cristã do partido; fez os congressistas rir quando apostou que ‘Chicão’ será deputado em breve, comparando esta aposta à que fez quando disse que Portugal venceria a Eurovisão; e arrancou aplausos quando atacou o Bloco de Esquerda, dizendo que “o dinheiro [do Estado] não é para o BE”. Sobre o PS, novo soundbite que fez efeito: “Se o PS quer ser resgatado, chame a polícia e não chame o CDS”. E quanto a “roubar” votos à esquerda ou à direita, a pergunta retórica: “Há algum partido que seja dono dos votos?”.

Adolfo Mesquita Nunes foi ainda muito aplaudido quando, indo ao encontro da moção de Assunção Cristas (em que a líder diz querer livrar-se dos rótulos do partido ‘dos ricos’), lembrou que “o empreendedorismo não é só para sobrinhos e filhos de empresários”, defendendo a igualdade de oportunidades.

A felicidade de Adriano Moreira

Um dos momentos mais marcantes do Congresso – e que foi repetidamente mencionado nos discursos que se seguiram – foi a homenagem ao histórico Adriano Moreira, no contexto da qual se anunciaram os nomes para o Senado do partido. Também Adriano Moreira abordou a questão da matriz democrata-cristã do partido, defendendo que o legado e os valores estão a ser assumidos e defendidos pela liderança atual e mostrando-se ‘“feliz” por assistir ao “renascimento do partido”. As suas palavras foram recebidas com prolongados aplausos e elogios. Para finalizar, um demorado abraço a Cristas, que lhe colocou um pin do CDS na lapela.

O eixo da roda

A discussão sobre o pragmatismo de Assunção Cristas – e a dúvida sobre se a líder do CDS estará a deixar a ideologia desvanecer – dominou os dias que antecederam o congresso. Por isso, quando finalmente a própria falou do assunto, os congressistas manifestaram-se de forma clara.

“Que não haja qualquer dúvida: o meu CDS é o CDS que tem a democracia-cristã como eixo da roda e se assume como a casa do centro e da direita das liberdades”, disse Cristas. A resposta que os congressistas esperavam, juntamente com a citação de Adriano Moreira, trouxe a euforia e os aplausos ao centro Multiusos de Lamego. Para a líder do CDS, os valores não servem para estar “numa prateleira ou vitrine”: “Não esqueço nem o nosso programa nem a nossa história, mas não me peçam, por um segundo que seja, que me perca em discussões e me esqueça de quem precisa de ajuda”.

“Não há nada que a páre”

No segundo dia, Assunção Cristas voltou ao palco com uma banda sonora sugestiva: “There's nothing holding me back” (algo como “Não há nada que me páre”) e muitos aplausos. Um dos momentos que provocaram uma reação mais efusiva durante o seu discurso foi uma “nota pessoal” que fez questão de deixar: “Tomei a decisão de não responder mais a questões sobre como concilio trabalho e família, até ao momento em que essa mesma questão seja colocada aos homens que são país e têm uma vida profissional e pública ativa”.

Belmiro vs Fidel

‘Chicão’, alcunha por que é conhecido o líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, interveio depois dos nomes mais conhecidos do congresso e teve uma casa composta a ouvi-lo. Foram vários os momentos de aplausos entusiásticos – incluindo uma ovação de pé, no final do discurso – mas talvez não tenha havido maior do que quando atacou a esquerda por chumbar votos de pesar pela morte de “grandes empresários”, como foi o caso de Belmiro de Azevedo, no Parlamento, e por outro lado apresentar votos a favor de “ditadores” como Fidel Castro, “esse grande democrata”.

O momento discoteca

O pavilhão pareceu transformar-se numa discoteca a meio da tarde, quando chegou o momento de homenagear os militantes que se juntaram ao partido recentemente (até porque o CDS se orgulha de ter somado 4 mil novos militantes nos últimos dois anos). A um vídeo que mostrava homens e mulheres de diferentes profissões, idades e locais a mostrarem o seu apoio ao CDS, seguiu-se a chamada para que os novos militantes que estivessem no palco subissem ao palco. Até Assunção Cristas subiu, ao som de música de discoteca alta, para desejar “força” e dizer aos novos membros do partido: “Estamos juntos!”. Quem assistia levantou-se e bateu palmas com vigor, num momento que rompeu a sucessão de discursos e chamou a atenção dos congressistas.

O kung-fu de Cristas e Costa

Não foi a única ocasião em que os centristas preferiram as imagens às palavras: horas antes, Assunção Cristas prescindia da palavra (estava prevista uma intervenção em que resumiria as atividades da Comissão Política do partido) e preferia mostrar uma montagem onde se viam os seus embates acesos com António Costa no Parlamento. As trocas de bocas foram apimentadas com escolhas sugestivas para a banda sonora do vídeo: ouviram-se ‘Eye of the Tiger’ e ‘Kung-fu Fighting’ enquanto no ecrã passavam as imagens de Cristas a oferecer ao primeiro-ministro um par de óculos pelo Natal, para o fazer ver melhor a realidade.

A caridade cristã de Nuno Melo

Nuno Melo foi anunciado como cabeça de lista para as próximas eleições europeias ao início da noite, o que desde logo entusiasmou as hostes. Depois, tomou a palavra para fazer um dos discursos mais longos do dia e recebeu vários aplausos entusiásticos. O maior foi depois de atacar a bloquista Joana Mortágua, que há dias publicou um tweet em que dizia ‘gostar” de não ver o Cristo-rei na viagem para Almada, em dias de nevoeiro. “Queria ao Bloco de Esquerda deixar toda a nossa caridade cristã”, declarou Nuno Melo, conseguindo que os congressistas se levantassem das cadeiras. E acrescentou: “O BE significa a tentativa de destruir tudo aquilo em que nós acreditamos”.

“ O PS que chame a polícia ”

O vice-presidente e coordenador do programa eleitoral do CDS Adolfo Mesquita Nunes foi outro dos nomes que puseram o público de pé, não uma mas várias vezes. Fez sucesso quando apresentou Cristas como verdadeira representante da matriz democrata-cristã do partido; fez os congressistas rir quando apostou que ‘Chicão’ será deputado em breve, comparando esta aposta à que fez quando disse que Portugal venceria a Eurovisão; e arrancou aplausos quando atacou o Bloco de Esquerda, dizendo que “o dinheiro [do Estado] não é para o BE”. Sobre o PS, novo soundbite que fez efeito: “Se o PS quer ser resgatado, chame a polícia e não chame o CDS”. E quanto a “roubar” votos à esquerda ou à direita, a pergunta retórica: “Há algum partido que seja dono dos votos?”.

Adolfo Mesquita Nunes foi ainda muito aplaudido quando, indo ao encontro da moção de Assunção Cristas (em que a líder diz querer livrar-se dos rótulos do partido ‘dos ricos’), lembrou que “o empreendedorismo não é só para sobrinhos e filhos de empresários”, defendendo a igualdade de oportunidades.

A felicidade de Adriano Moreira

Um dos momentos mais marcantes do Congresso – e que foi repetidamente mencionado nos discursos que se seguiram – foi a homenagem ao histórico Adriano Moreira, no contexto da qual se anunciaram os nomes para o Senado do partido. Também Adriano Moreira abordou a questão da matriz democrata-cristã do partido, defendendo que o legado e os valores estão a ser assumidos e defendidos pela liderança atual e mostrando-se ‘“feliz” por assistir ao “renascimento do partido”. As suas palavras foram recebidas com prolongados aplausos e elogios. Para finalizar, um demorado abraço a Cristas, que lhe colocou um pin do CDS na lapela.

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