Ribatejo debate República com António Gameiro e Raimundo Noras

12-12-2019
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No passado Domingo, dia 21, no Auditório Municipal de Alcanena a Federação Distrital da JS (JS/Ribatejo) promoveu um debate sobre a República com o deputado António Gameiro e o historiador José Raimundo Noras. Na abertura da sessão usaram da palavra Hugo Costa, presidente da JS/Ribatejo, Luís Henriques coordenador da JS/Alcanena e Hugo Santarém, membro da concelhia do PS/Alcanena e vereador da Câmara Municipal de Alcanena.Raimundo Noras iniciou a sessão com alocução centrada no impacto das ideias republicanas no distrito de Santarém, detendo-se na acção de líderes republicanos ligados à lavoura com José Relvas ou o menos conhecido Anselmo da Costa Xavier. O investigador também ressalvou o exemplo de resistência republicana do concelho de Alcanena e suas ligações das suas gentes, ainda pouco estudadas, à causa da República, que prolongaram para além de 1926. Raimundo Noras deixou no ar a questão “porquê comemorar a I República?” Sustentando, que a liberdade de participação democrática e, sobretudo, a ideia de escola pública, foram os principais legados dos republicanos. Por fim, defendeu que a comemoração da República não deve nunca esconder ou branquear a História, sendo objectiva na análise do que falhou nesse primeiro regime republicano.António Gameiro, depois de um breve e objectiva análise história, centrou a sua intervenção na construção dos valores republicanos e na aproximação destes aos do socialismo democrático. Desta forma, “liberdade”, “igualdade”, “fraternidade” e “cidadania” serão dos principais valores herdados da I República. Esses valores materializam no primado da lei, na separação de poderes, na legitimação do poder pelo voto popular e na igualdade dos cidadãos perante a lei. De facto, os valores republicanos estão integrados na matriz do socialismo democrático, até porque a I República trouxe-nos, ainda que forma imberbe um vislumbre de políticas sociais (como a regulamentação do trabalho ou a lei da reforma), defendeu o deputado socialista.No período de debate, tanto Noras como Gameiro, concordaram em estarmos a viver na II República, já devido à sua natureza anti-democrática o “Estado Novo” (ainda que mantendo a organização republicana do Estado) não deve, pela carga ideológica do termo, ser considerado uma República. Os oradores perante as questões do público também se referiram à situação crítica que atravessamos. Foi sugerido que os partidos políticos, com outras estratégias de contacto com os cidadãos devem promover a intervenção cívica. Sendo que o PS será o partido com mais obrigações nesse aspecto e também em melhores condições para estimular essa participação pública, consideram os conferencistas. A falta de proximidade entre a UE e os cidadãos portugueses também foi abordado, considerando-se que é necessário consultar mais os portugueses sobre a nossa participação europeia, bem como criar formas mais próximas de relação entre os cidadãos e as instituições da UE.A presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira, ainda participou nos trabalhos encerrando a sessão. JS Ribatejo


No passado Domingo, dia 21, no Auditório Municipal de Alcanena a Federação Distrital da JS (JS/Ribatejo) promoveu um debate sobre a República com o deputado António Gameiro e o historiador José Raimundo Noras. Na abertura da sessão usaram da palavra Hugo Costa, presidente da JS/Ribatejo, Luís Henriques coordenador da JS/Alcanena e Hugo Santarém, membro da concelhia do PS/Alcanena e vereador da Câmara Municipal de Alcanena.Raimundo Noras iniciou a sessão com alocução centrada no impacto das ideias republicanas no distrito de Santarém, detendo-se na acção de líderes republicanos ligados à lavoura com José Relvas ou o menos conhecido Anselmo da Costa Xavier. O investigador também ressalvou o exemplo de resistência republicana do concelho de Alcanena e suas ligações das suas gentes, ainda pouco estudadas, à causa da República, que prolongaram para além de 1926. Raimundo Noras deixou no ar a questão “porquê comemorar a I República?” Sustentando, que a liberdade de participação democrática e, sobretudo, a ideia de escola pública, foram os principais legados dos republicanos. Por fim, defendeu que a comemoração da República não deve nunca esconder ou branquear a História, sendo objectiva na análise do que falhou nesse primeiro regime republicano.António Gameiro, depois de um breve e objectiva análise história, centrou a sua intervenção na construção dos valores republicanos e na aproximação destes aos do socialismo democrático. Desta forma, “liberdade”, “igualdade”, “fraternidade” e “cidadania” serão dos principais valores herdados da I República. Esses valores materializam no primado da lei, na separação de poderes, na legitimação do poder pelo voto popular e na igualdade dos cidadãos perante a lei. De facto, os valores republicanos estão integrados na matriz do socialismo democrático, até porque a I República trouxe-nos, ainda que forma imberbe um vislumbre de políticas sociais (como a regulamentação do trabalho ou a lei da reforma), defendeu o deputado socialista.No período de debate, tanto Noras como Gameiro, concordaram em estarmos a viver na II República, já devido à sua natureza anti-democrática o “Estado Novo” (ainda que mantendo a organização republicana do Estado) não deve, pela carga ideológica do termo, ser considerado uma República. Os oradores perante as questões do público também se referiram à situação crítica que atravessamos. Foi sugerido que os partidos políticos, com outras estratégias de contacto com os cidadãos devem promover a intervenção cívica. Sendo que o PS será o partido com mais obrigações nesse aspecto e também em melhores condições para estimular essa participação pública, consideram os conferencistas. A falta de proximidade entre a UE e os cidadãos portugueses também foi abordado, considerando-se que é necessário consultar mais os portugueses sobre a nossa participação europeia, bem como criar formas mais próximas de relação entre os cidadãos e as instituições da UE.A presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira, ainda participou nos trabalhos encerrando a sessão. JS Ribatejo

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