Um pedido nas ruas de Lisboa: "Ó Costa! Não vires as costas" aos trabalhadores da PT

21-07-2017
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Mais de 2 mil trabalhadores da PT/MEO de todo o país, segundo as organizações sindicais, iniciaram esta sexta-feira, pelas 14h10, uma marcha de protesto da sede da empresa, em Picoas, Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro.

Munida de centenas de apitos, bandeiras e dezenas de tarjas, a multidão começou a descer a avenida Fontes Pereira de Melo, escoltada pela polícia, em direcção à praça Marquês de Pombal, seguindo depois pela rua de São Bento, passando pela Assembleia da República até à Calçada da Estrela. "Ó Costa! Não vires as costas", lia-se numa t-shirt.

Os trabalhadores estão esta sexta-feira em greve de 24 horas contra a transferência de funcionários para empresas parceiras (Visabeira) e outras empresas do grupo.

Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.

O chefe do executivo, o socialista António Costa, fez declarações de apreensão para com o futuro da PT e a qualidade dos seus serviços, incluindo no debate parlamentar sobre o estado da nação. As palavras do primeiro-ministro mereceram críticas por parte da oposição (PSD/CDS-PP), por intromissão em negócios privados, enquanto BE e PCP exigiram a defesa dos direitos dos trabalhadores.

O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou quarta-feira, no Parlamento, que "está já em curso uma acção inspectiva" desencadeada pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.

O português e co-fundador da Altice Armando Pereira declarou entretanto que o Governo português, "muitas vezes, não vê essa importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.

O grupo gaulês, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de Julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital SGPS, SA, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).

Centrais sindicais e partidos da esquerda apelam à intervenção do Governo

As centrais sindicais, o BE e o PCP apelaram à intervenção política do Governo do PS para travar o processo de transferência de trabalhadores da PT/MEO entre empresas do grupo da multinacional de origem francesa Altice.

Presentes na manifestação de Lisboa, os dirigentes da UGT e da CGTP e os elementos bloquistas e comunistas, cumprimentaram e incitaram as muitas centenas de manifestantes, que envergaram camisolas pretas com o logótipo do grupo de comunicações e o conteúdo adulterado para "Aldrabice".

"O Governo tem de se chegar à frente e não confiar apenas nas entidades reguladoras porque a Altice tem instrumentos para parar o país. Está em causa o interesse nacional e os direitos dos trabalhadores. Ninguém pode ficar em cima do muro. É uma grande empresa que está a ser destruída paulatinamente", disse o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ladeado pelo deputado Bruno Dias, na defesa do "controlo público" (daquela empresa) por parte do Estado.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou que "têm de ser os trabalhadores a tomar as rédeas do seu próprio futuro contra este crime social", classificando a situação como "uma das maiores selvajarias" que "tem de ser travada, hoje e aqui", pois "não é só a PT que está em causa, mas este modelo sanguinário".

"Se tiver sucesso, este modelo empresarial pode abrir a porta a outras empresas para fazerem o mesmo e isso não pode vingar em Portugal e na Europa", afirmou, apelando para a intervenção de Governo e Presidência da República.

O líder da CGTP, Arménio Carlos, não se opôs a uma eventual renacionalização da PT, apontando o exemplo da intervenção estatal no setor bancário para a qual todos os portugueses então contribuíram.

"O Governo não pode estar à margem dos acontecimentos e tem de fazer a Altice obedecer à sua autoridade porque ela não está acima da lei", insurgiu-se, enquanto vários trabalhadores empunhavam cartazes com a inscrição "Oh, Costa, não vires as costas!", dirigidos ao primeiro-ministro, também visado nas diversas palavras de ordem: "Costa, escuta, o povo está em luta", "trabalhadores da MEO sim, vigarices não" ou "Governo, ouve bem, compra a PT".

O deputado do BE José Soeiro criticou, por seu turno, as "medidas absolutamente inaceitáveis" introduzidas pela Altice contra os funcionários, reiterando a necessidade de "intervenção do Governo para parar esta fraude que tem vindo a desmembrar a PT", além da "pressão e artimanhas sobre os trabalhadores".

"Portugal não é o faroeste. O país tem leis e a Altice tem de ser impedida de fazer esta forma encapotada de despedimentos", afirmou, acompanhado pela eurodeputada Marisa Matias, a parlamentar Isabel Pires e o candidato autárquico a Lisboa Ricardo Robles.

Mais de 2 mil trabalhadores da PT/MEO de todo o país, segundo as organizações sindicais, iniciaram esta sexta-feira, pelas 14h10, uma marcha de protesto da sede da empresa, em Picoas, Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro.

Munida de centenas de apitos, bandeiras e dezenas de tarjas, a multidão começou a descer a avenida Fontes Pereira de Melo, escoltada pela polícia, em direcção à praça Marquês de Pombal, seguindo depois pela rua de São Bento, passando pela Assembleia da República até à Calçada da Estrela. "Ó Costa! Não vires as costas", lia-se numa t-shirt.

Os trabalhadores estão esta sexta-feira em greve de 24 horas contra a transferência de funcionários para empresas parceiras (Visabeira) e outras empresas do grupo.

Em causa está a mudança de mais de 150 trabalhadores para empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos de origem francesa Altice, que detém a PT Portugal, como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit e ainda para a parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento, prevendo-se a conclusão do processo até final do mês.

O chefe do executivo, o socialista António Costa, fez declarações de apreensão para com o futuro da PT e a qualidade dos seus serviços, incluindo no debate parlamentar sobre o estado da nação. As palavras do primeiro-ministro mereceram críticas por parte da oposição (PSD/CDS-PP), por intromissão em negócios privados, enquanto BE e PCP exigiram a defesa dos direitos dos trabalhadores.

O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou quarta-feira, no Parlamento, que "está já em curso uma acção inspectiva" desencadeada pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) sobre o processo de transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas.

O português e co-fundador da Altice Armando Pereira declarou entretanto que o Governo português, "muitas vezes, não vê essa importância" do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.

O grupo gaulês, que comprou há dois anos a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em 14 de Julho que chegou a acordo com a Prisa para a compra, por 440 milhões de euros, da Media Capital SGPS, SA, que detém a TVI, mas o negócio aguarda ainda pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Autoridade da Concorrência (AdC).

Centrais sindicais e partidos da esquerda apelam à intervenção do Governo

As centrais sindicais, o BE e o PCP apelaram à intervenção política do Governo do PS para travar o processo de transferência de trabalhadores da PT/MEO entre empresas do grupo da multinacional de origem francesa Altice.

Presentes na manifestação de Lisboa, os dirigentes da UGT e da CGTP e os elementos bloquistas e comunistas, cumprimentaram e incitaram as muitas centenas de manifestantes, que envergaram camisolas pretas com o logótipo do grupo de comunicações e o conteúdo adulterado para "Aldrabice".

"O Governo tem de se chegar à frente e não confiar apenas nas entidades reguladoras porque a Altice tem instrumentos para parar o país. Está em causa o interesse nacional e os direitos dos trabalhadores. Ninguém pode ficar em cima do muro. É uma grande empresa que está a ser destruída paulatinamente", disse o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ladeado pelo deputado Bruno Dias, na defesa do "controlo público" (daquela empresa) por parte do Estado.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou que "têm de ser os trabalhadores a tomar as rédeas do seu próprio futuro contra este crime social", classificando a situação como "uma das maiores selvajarias" que "tem de ser travada, hoje e aqui", pois "não é só a PT que está em causa, mas este modelo sanguinário".

"Se tiver sucesso, este modelo empresarial pode abrir a porta a outras empresas para fazerem o mesmo e isso não pode vingar em Portugal e na Europa", afirmou, apelando para a intervenção de Governo e Presidência da República.

O líder da CGTP, Arménio Carlos, não se opôs a uma eventual renacionalização da PT, apontando o exemplo da intervenção estatal no setor bancário para a qual todos os portugueses então contribuíram.

"O Governo não pode estar à margem dos acontecimentos e tem de fazer a Altice obedecer à sua autoridade porque ela não está acima da lei", insurgiu-se, enquanto vários trabalhadores empunhavam cartazes com a inscrição "Oh, Costa, não vires as costas!", dirigidos ao primeiro-ministro, também visado nas diversas palavras de ordem: "Costa, escuta, o povo está em luta", "trabalhadores da MEO sim, vigarices não" ou "Governo, ouve bem, compra a PT".

O deputado do BE José Soeiro criticou, por seu turno, as "medidas absolutamente inaceitáveis" introduzidas pela Altice contra os funcionários, reiterando a necessidade de "intervenção do Governo para parar esta fraude que tem vindo a desmembrar a PT", além da "pressão e artimanhas sobre os trabalhadores".

"Portugal não é o faroeste. O país tem leis e a Altice tem de ser impedida de fazer esta forma encapotada de despedimentos", afirmou, acompanhado pela eurodeputada Marisa Matias, a parlamentar Isabel Pires e o candidato autárquico a Lisboa Ricardo Robles.

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