CDS desafia partidos a trazerem propostas para a Justiça ao Parlamento

03-09-2019
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Há precisamente um ano, em janeiro de 2018, Assunção Cristas dava o pontapé de saída para uma proposta de reforma na Justiça, em resposta a um apelo de Marcelo Rebelo de Sousa. Fê-lo então nas jornadas parlamentares do CDS, em Setúbal, apresentando de seguida uma série de projetos no Parlamento. Desde então, não houve avanços: as propostas continuam a marinar na respetiva comissão, não há outras iniciativas apresentadas e a reforma que o PSD queria fazer no setor parece ter caído em saco roto - mas o partido de Cristas não quer esperar mais.

“O CDS irá desafiar os grupos parlamentares para que de uma vez por todas se agende um debate e cada um venha a jogo”, anunciou esta segunda-feira, na abertura de mais umas jornadas parlamentares - desta vez no distrito de Braga - o líder parlamentar, Nuno Magalhães. E pareceu lançar uma farpa ao PSD, que apresentou uma proposta que se pretendia ser de consenso a todos os partidos, em reuniões bilaterais, mas não a levou ao Parlamento: “É através do voto que se decide em democracia”, sublinhou Magalhães.

“País vê atos de vandalismo dia após dia”

Num discurso breve, o líder da bancada parlamentar aproveitou ainda para abordar uma variedade de temas quentes - sempre na linha do ataque ao Governo. Por um lado, a situação no bairro da Jamaica, que dramatizou para pintar um retrato de um país em que os atos de vandalismo se sucedem: “Cada vez é mais patente o que era latente: a criação de bolsas [nas grandes áreas metropolitanas] em que a impunidade é regra e a cultura de transgressão é um culto”, afirmou, lamentando que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, diga que “o país está sereno”: “O país vê noite após noite, dia após dia, atos de vandalismo, com partidos que apoiam o Governo a serem, no mínimo, complacentes”. E assegurou que, na área da segurança, o CDS “fala claro e fala duro”.

Também em relação à auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que revelou um buraco financeiro de 1,2 mil milhões de euros, Nuno Magalhães atacou o Governo e a maioria que o apoia, prometendo “fiscalizar, doa a quem doer”, a sua ação e prometendo usar “qualquer instrumento regimental que seja útil” - isto numa altura em que o PSD também admite propor uma comissão parlamentar de inquérito com base nas conclsões da auditoria, sendo que ambos os partidos de direita acusam a esquerda de, com a insistência na defesa da imagem do banco público, terem bloqueado as investigações nas duas comissões já concluídas sobre a CGD.

As críticas ao Governo são, de resto, para o CDS sinal de liderança, uma ambição que Nuno Magalhães afirmou uma e outra vez durante esta intervenção. “Temos liderado a oposição”, garantiu. Não terminou sem uma farpa a Costa e à referência que o próprio primeiro-ministro, irritado com Cristas, fez à sua própria cor de pele no último debate quinzenal: “Com mais ou menos irritação, podem contar com os dezoito deputados do CDS”.

Há precisamente um ano, em janeiro de 2018, Assunção Cristas dava o pontapé de saída para uma proposta de reforma na Justiça, em resposta a um apelo de Marcelo Rebelo de Sousa. Fê-lo então nas jornadas parlamentares do CDS, em Setúbal, apresentando de seguida uma série de projetos no Parlamento. Desde então, não houve avanços: as propostas continuam a marinar na respetiva comissão, não há outras iniciativas apresentadas e a reforma que o PSD queria fazer no setor parece ter caído em saco roto - mas o partido de Cristas não quer esperar mais.

“O CDS irá desafiar os grupos parlamentares para que de uma vez por todas se agende um debate e cada um venha a jogo”, anunciou esta segunda-feira, na abertura de mais umas jornadas parlamentares - desta vez no distrito de Braga - o líder parlamentar, Nuno Magalhães. E pareceu lançar uma farpa ao PSD, que apresentou uma proposta que se pretendia ser de consenso a todos os partidos, em reuniões bilaterais, mas não a levou ao Parlamento: “É através do voto que se decide em democracia”, sublinhou Magalhães.

“País vê atos de vandalismo dia após dia”

Num discurso breve, o líder da bancada parlamentar aproveitou ainda para abordar uma variedade de temas quentes - sempre na linha do ataque ao Governo. Por um lado, a situação no bairro da Jamaica, que dramatizou para pintar um retrato de um país em que os atos de vandalismo se sucedem: “Cada vez é mais patente o que era latente: a criação de bolsas [nas grandes áreas metropolitanas] em que a impunidade é regra e a cultura de transgressão é um culto”, afirmou, lamentando que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, diga que “o país está sereno”: “O país vê noite após noite, dia após dia, atos de vandalismo, com partidos que apoiam o Governo a serem, no mínimo, complacentes”. E assegurou que, na área da segurança, o CDS “fala claro e fala duro”.

Também em relação à auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que revelou um buraco financeiro de 1,2 mil milhões de euros, Nuno Magalhães atacou o Governo e a maioria que o apoia, prometendo “fiscalizar, doa a quem doer”, a sua ação e prometendo usar “qualquer instrumento regimental que seja útil” - isto numa altura em que o PSD também admite propor uma comissão parlamentar de inquérito com base nas conclsões da auditoria, sendo que ambos os partidos de direita acusam a esquerda de, com a insistência na defesa da imagem do banco público, terem bloqueado as investigações nas duas comissões já concluídas sobre a CGD.

As críticas ao Governo são, de resto, para o CDS sinal de liderança, uma ambição que Nuno Magalhães afirmou uma e outra vez durante esta intervenção. “Temos liderado a oposição”, garantiu. Não terminou sem uma farpa a Costa e à referência que o próprio primeiro-ministro, irritado com Cristas, fez à sua própria cor de pele no último debate quinzenal: “Com mais ou menos irritação, podem contar com os dezoito deputados do CDS”.

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