Carlos Encarnação. “O PSD está numa posição de imensa fragilidade”

30-07-2019
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A polémica na elaboração das listas não surpreende o histórico do PSD Carlos Encarnação. Já esteve envolvido em processos idênticos e “as listas sempre foram um problema sério”. O ex-presidente da Câmara de Coimbra confessa, porém, que é “muito grande” a sua preocupação com a situação do partido.

Encarnação, que foi deputado durante várias legislaturas e um dirigente com peso dentro do partido, considera que o essencial, nesta altura, é responder a três perguntas: “Para que serve o PSD agora? O que diz o PSD às pessoas? O que entendem as pessoas daquilo que o PSD lhes diz?”

As respostas são dadas pelo próprio e não abonam a favor da atual direção. “O PSD, nesta altura, dificilmente serve para alguma coisa. Não diz nada às pessoas e as pessoas não entendem o que ele diz. Isto é que me preocupa”, afirma, em declarações ao i, o ex-dirigente social-democrata.

Para o ex-autarca de Coimbra, o PSD está numa “posição de imensa fragilidade” porque não consegue chegar ao eleitorado. “Se as pessoas não ouvem o PSD, se a mensagem que o partido está a passar não galvaniza as pessoas, o caminho natural será uma fraca adesão eleitoral”.

A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, o PSD não conseguiu evitar um clima de guerra interna por causa das listas. Carlos Encarnação considera que “esta forma de constituir as listas não é a mais correta quando se procura ter um partido unido e a funcionar”. O ex-dirigente do partido lembra, porém, que as “divergências são naturais” porque não há lugar para todos. “Nem queira saber como são as guerras num partido por causa das listas. Há pessoas que choram para entrar nas listas, há pessoas que metem cunhas, é uma coisa inacreditável”, diz.

CONSELHO NACIONAL É neste clima de tensão que se reúne hoje à noite, em Guimarães, o conselho nacional do PSD para aprovar as linhas gerais do programa eleitoral e as listas de deputados.

O processo de escolha dos candidatos foi tudo menos pacífico. De fora ficaram nomes como Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças e deputada, Hugo Soares, ex-líder do grupo parlamentar, ou Miguel Pinto Luz, autarca em Cascais. Carlos Carreiras, ex-vice-presidente do partido e presidente da Câmara de Cascais, comparou, em declarações ao Sol, a direção do PSD a uma “comissão liquidatária”.

A discussão aqueceu em vários distritos, mas em Santarém atingiu níveis insólitos, com muitos gritos à mistura. No centro da polémica entre a distrital e Morais Sarmento esteve a continuidade de Duarte Marques no Parlamento. O ex-líder da JSD deverá, porém, permanecer em lugar elegível, em detrimento da escolha da distrital de Santarém. Rui Rio evitou assim um conflito sério com um vice-presidente, depois da demissão de Castro Almeida.

O fraco resultado nas eleições europeias e as sondagens que já apontam para a maioria absoluta do PS não ajudam à mobilização. As guerras internas, muito menos. “Apoio o PSD, mas é difícil perceber o que se está a passar nesta confusão toda”, desabafou, num comentário nas redes sociais, o deputado Carlos Abreu Amorim.

Mas Rui Rio não abdicou de fazer uma forte renovação e excluiu nomes com peso dentro do partido. Contas feitas, entre os 22 cabeças-de-lista escolhidos pelo presidente do partido, só sete são atualmente deputados. Adão Silva, vice-presidente do grupo parlamentar e um dos deputados da confiança de Rui Rio, ou a líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, são alguns desses casos. Entre as novidades estão a arquiteta Filipa Roseta, o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Hugo Carvalho, a advogada Mónica Quintela e a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais.

A polémica na elaboração das listas não surpreende o histórico do PSD Carlos Encarnação. Já esteve envolvido em processos idênticos e “as listas sempre foram um problema sério”. O ex-presidente da Câmara de Coimbra confessa, porém, que é “muito grande” a sua preocupação com a situação do partido.

Encarnação, que foi deputado durante várias legislaturas e um dirigente com peso dentro do partido, considera que o essencial, nesta altura, é responder a três perguntas: “Para que serve o PSD agora? O que diz o PSD às pessoas? O que entendem as pessoas daquilo que o PSD lhes diz?”

As respostas são dadas pelo próprio e não abonam a favor da atual direção. “O PSD, nesta altura, dificilmente serve para alguma coisa. Não diz nada às pessoas e as pessoas não entendem o que ele diz. Isto é que me preocupa”, afirma, em declarações ao i, o ex-dirigente social-democrata.

Para o ex-autarca de Coimbra, o PSD está numa “posição de imensa fragilidade” porque não consegue chegar ao eleitorado. “Se as pessoas não ouvem o PSD, se a mensagem que o partido está a passar não galvaniza as pessoas, o caminho natural será uma fraca adesão eleitoral”.

A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, o PSD não conseguiu evitar um clima de guerra interna por causa das listas. Carlos Encarnação considera que “esta forma de constituir as listas não é a mais correta quando se procura ter um partido unido e a funcionar”. O ex-dirigente do partido lembra, porém, que as “divergências são naturais” porque não há lugar para todos. “Nem queira saber como são as guerras num partido por causa das listas. Há pessoas que choram para entrar nas listas, há pessoas que metem cunhas, é uma coisa inacreditável”, diz.

CONSELHO NACIONAL É neste clima de tensão que se reúne hoje à noite, em Guimarães, o conselho nacional do PSD para aprovar as linhas gerais do programa eleitoral e as listas de deputados.

O processo de escolha dos candidatos foi tudo menos pacífico. De fora ficaram nomes como Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças e deputada, Hugo Soares, ex-líder do grupo parlamentar, ou Miguel Pinto Luz, autarca em Cascais. Carlos Carreiras, ex-vice-presidente do partido e presidente da Câmara de Cascais, comparou, em declarações ao Sol, a direção do PSD a uma “comissão liquidatária”.

A discussão aqueceu em vários distritos, mas em Santarém atingiu níveis insólitos, com muitos gritos à mistura. No centro da polémica entre a distrital e Morais Sarmento esteve a continuidade de Duarte Marques no Parlamento. O ex-líder da JSD deverá, porém, permanecer em lugar elegível, em detrimento da escolha da distrital de Santarém. Rui Rio evitou assim um conflito sério com um vice-presidente, depois da demissão de Castro Almeida.

O fraco resultado nas eleições europeias e as sondagens que já apontam para a maioria absoluta do PS não ajudam à mobilização. As guerras internas, muito menos. “Apoio o PSD, mas é difícil perceber o que se está a passar nesta confusão toda”, desabafou, num comentário nas redes sociais, o deputado Carlos Abreu Amorim.

Mas Rui Rio não abdicou de fazer uma forte renovação e excluiu nomes com peso dentro do partido. Contas feitas, entre os 22 cabeças-de-lista escolhidos pelo presidente do partido, só sete são atualmente deputados. Adão Silva, vice-presidente do grupo parlamentar e um dos deputados da confiança de Rui Rio, ou a líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, são alguns desses casos. Entre as novidades estão a arquiteta Filipa Roseta, o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Hugo Carvalho, a advogada Mónica Quintela e a presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais.

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