Sal de Portugal: Tema do dia... Falta de liberdade marcou debate sobre Estado da Nação

01-09-2020
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O debate sobre o Estado da Nação, que decorreu no Parlamento, ficou marcado pelas críticas da oposição, à esquerda e à direita, sobre a falta de liberdade em Portugal. Em resposta, o primeiro-ministro José Sócrates recusou receber lições de democracia de qualquer bancada.A primeira acusação partiu do líder do PSD, Marques Mendes, ao dizer que "a nação não vai bem" e que "há 30 anos que não se via esta atmosfera em Portugal", numa intervenção em que atacou o Governo na área económica, considerando que "o país está mais pobre".Na resposta, José Sócrates refutou as acusações, salientando que, ao contrário do líder do PSD, nunca chamou "guerrilheiros" aos que o criticaram dentro do PS. "Ó senhor deputado Marques Mendes, gostava de saber onde está a sua autoridade moral. Lembro-me que foi num Governo onde esteve que o Nobel José Saramago foi censurado num livro e impedido de concorrer a um prémio", frisou.Francisco Louçã, pelo BE, confrontou o chefe do Executivo com o clima de "atrofia dos direitos essenciais na política portuguesa", dando como exemplo o caso que envolveu a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e o ex-deputado do PSD Fernando Charrua."Não aceitaremos que um processo disciplinar seja usado para dar lições de boa educação, por muito mal educado que se seja. Mas haveremos de falar nisso" mais tarde, respondeu José Sócrates, de forma algo enigmática.BE e também o PCP enumeraram exemplos dessa "atrofia": o caso de Fernando Charrua por alegadamente ter insultado o primeiro-ministro, a exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por não ter agido contra a colocação de um cartaz 'jocoso' para o ministro da Saúde ou a instauração de processos disciplinares a militares através da sua identificação por fotografia num protesto."Não estamos cá para dar lições de coisa nenhuma (...) mas acha que estas atitudes do Governo dão alguma saúde à democracia?", questionou o comunista António Filipe.José Sócrates reiterou que "o Governo não permitirá que nenhum funcionário seja penalizado apenas por razões que têm a ver com a expressão da sua opinião".Também o líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou que "multiplicam-se os exemplos" de perseguição na Administração Pública liderados por "sócratinhos" porque o primeiro-ministro "não matou o ovo", e alertou o chefe do Governo que poderá ficar conhecido como "picareta arrogante". DISCURSO do primeiro-ministro no debate sobre o Estado da Nação Jornal de NotíciasEtiquetas: Portugal, Tema do Dia

O debate sobre o Estado da Nação, que decorreu no Parlamento, ficou marcado pelas críticas da oposição, à esquerda e à direita, sobre a falta de liberdade em Portugal. Em resposta, o primeiro-ministro José Sócrates recusou receber lições de democracia de qualquer bancada.A primeira acusação partiu do líder do PSD, Marques Mendes, ao dizer que "a nação não vai bem" e que "há 30 anos que não se via esta atmosfera em Portugal", numa intervenção em que atacou o Governo na área económica, considerando que "o país está mais pobre".Na resposta, José Sócrates refutou as acusações, salientando que, ao contrário do líder do PSD, nunca chamou "guerrilheiros" aos que o criticaram dentro do PS. "Ó senhor deputado Marques Mendes, gostava de saber onde está a sua autoridade moral. Lembro-me que foi num Governo onde esteve que o Nobel José Saramago foi censurado num livro e impedido de concorrer a um prémio", frisou.Francisco Louçã, pelo BE, confrontou o chefe do Executivo com o clima de "atrofia dos direitos essenciais na política portuguesa", dando como exemplo o caso que envolveu a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) e o ex-deputado do PSD Fernando Charrua."Não aceitaremos que um processo disciplinar seja usado para dar lições de boa educação, por muito mal educado que se seja. Mas haveremos de falar nisso" mais tarde, respondeu José Sócrates, de forma algo enigmática.BE e também o PCP enumeraram exemplos dessa "atrofia": o caso de Fernando Charrua por alegadamente ter insultado o primeiro-ministro, a exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por não ter agido contra a colocação de um cartaz 'jocoso' para o ministro da Saúde ou a instauração de processos disciplinares a militares através da sua identificação por fotografia num protesto."Não estamos cá para dar lições de coisa nenhuma (...) mas acha que estas atitudes do Governo dão alguma saúde à democracia?", questionou o comunista António Filipe.José Sócrates reiterou que "o Governo não permitirá que nenhum funcionário seja penalizado apenas por razões que têm a ver com a expressão da sua opinião".Também o líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou que "multiplicam-se os exemplos" de perseguição na Administração Pública liderados por "sócratinhos" porque o primeiro-ministro "não matou o ovo", e alertou o chefe do Governo que poderá ficar conhecido como "picareta arrogante". DISCURSO do primeiro-ministro no debate sobre o Estado da Nação Jornal de NotíciasEtiquetas: Portugal, Tema do Dia

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