Mãe e filhas 'despejadas' de bairro de Lisboa. “Não sei onde vamos dormir esta noite”

01-11-2018
marcar artigo

Sociedade Mãe e filhas 'despejadas' de bairro de Lisboa. “Não sei onde vamos dormir esta noite” 15.10.2018 às 15h34 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: Rita Vieira e as duas filhas, de três e nove anos, foram hoje forçadas a sair da casa que ocupavam num bairro em Telheiras. “Esta semana pressenti que se ia passar alguma coisa e, por isso, fui por as minhas filhas mais cedo à escola, para não assistirem. Não sei onde vamos dormir esta noite” Carolina Reis Jornalista Foi por "desespero" que Rita Vieira ocupou um apartamento abandonado num bairro social, em Telheiras. Ao fim de dois meses, a ocupação chegou ao fim, com a Polícia Municipal e uma empresa de mudanças a tirarem-na, a ela e a todos os seus pertences, de casa. A Câmara Municipal de Lisboa diz que a casa vai entrar em obras para ser ocupada por outra família carenciada. "Já é a terceira vez que nos tentam despejar e agora conseguiram. Esta semana pressenti que se ia passar alguma coisa e, por isso, fui por as minhas filhas mais cedo à escola, para não assistirem. Não sei onde vamos dormir esta noite", conta ao Expresso Rita que pediu a amigos e familiares que lhe guardassem os móveis que tinha em casa. Quando as duas crianças, de três e nove anos, voltarem a casa da escola vão saber que não têm onde morar. "Ninguém da Segurança Social esteve presente durante o despejo. Esta família não tem nenhuma resposta, ocupou uma casa porque não tinha alternativa", frisa Isabel Pires, deputada municipal do Bloco de Esquerda, que esteve presente quando a família foi forçada a desocupar a casa. Os bloquistas enviaram um requerimento à autarquia questionando que medidas foram tomadas para encontrar uma solução para a família e que tipo de acompanhamento esta está a ter. Rita chegou com as filhas ao bairro municipal de Telheiras, onde vive a sogra, despejadas de outra casa, por não conseguir pagar a renda. "Eu estava desempregada, não consegui pagar as rendas e o meu senhorio pôs-me uma ação de despejo", conta. Entretanto, Rita arranjou trabalho mas os 580€ são insuficientes para pagar uma renda em Lisboa. Por várias vezes, Rita candidatou-se a uma casa camarária, mas não conseguiu ser elegível. Amanhã irá expor a sua situação à Assembleia Municipal, mas até agora tem ficado fora dos concursos para casa municipal. Fonte oficial da autarquia justifica a desocupação com a necessidade da casa entrar em obras para poder ser entregue a outra família carenciada que também está numa situação dramática. Esta família, oriunda do bairro da Boavista, está à espera há quase um ano de um apartamento T3. Em Lisboa, 15% da população vive em bairros municipais, um número muito superior ao de outras capitais europeias, como é o caso de Madrid onde há 2% de moradores nessa situação. "Esta não foi uma situação isolada. É preciso aumentar o investimento na habitação municipal, aumentar o número de fogos", frisa Isabel Pires. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

Sociedade Mãe e filhas 'despejadas' de bairro de Lisboa. “Não sei onde vamos dormir esta noite” 15.10.2018 às 15h34 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: Rita Vieira e as duas filhas, de três e nove anos, foram hoje forçadas a sair da casa que ocupavam num bairro em Telheiras. “Esta semana pressenti que se ia passar alguma coisa e, por isso, fui por as minhas filhas mais cedo à escola, para não assistirem. Não sei onde vamos dormir esta noite” Carolina Reis Jornalista Foi por "desespero" que Rita Vieira ocupou um apartamento abandonado num bairro social, em Telheiras. Ao fim de dois meses, a ocupação chegou ao fim, com a Polícia Municipal e uma empresa de mudanças a tirarem-na, a ela e a todos os seus pertences, de casa. A Câmara Municipal de Lisboa diz que a casa vai entrar em obras para ser ocupada por outra família carenciada. "Já é a terceira vez que nos tentam despejar e agora conseguiram. Esta semana pressenti que se ia passar alguma coisa e, por isso, fui por as minhas filhas mais cedo à escola, para não assistirem. Não sei onde vamos dormir esta noite", conta ao Expresso Rita que pediu a amigos e familiares que lhe guardassem os móveis que tinha em casa. Quando as duas crianças, de três e nove anos, voltarem a casa da escola vão saber que não têm onde morar. "Ninguém da Segurança Social esteve presente durante o despejo. Esta família não tem nenhuma resposta, ocupou uma casa porque não tinha alternativa", frisa Isabel Pires, deputada municipal do Bloco de Esquerda, que esteve presente quando a família foi forçada a desocupar a casa. Os bloquistas enviaram um requerimento à autarquia questionando que medidas foram tomadas para encontrar uma solução para a família e que tipo de acompanhamento esta está a ter. Rita chegou com as filhas ao bairro municipal de Telheiras, onde vive a sogra, despejadas de outra casa, por não conseguir pagar a renda. "Eu estava desempregada, não consegui pagar as rendas e o meu senhorio pôs-me uma ação de despejo", conta. Entretanto, Rita arranjou trabalho mas os 580€ são insuficientes para pagar uma renda em Lisboa. Por várias vezes, Rita candidatou-se a uma casa camarária, mas não conseguiu ser elegível. Amanhã irá expor a sua situação à Assembleia Municipal, mas até agora tem ficado fora dos concursos para casa municipal. Fonte oficial da autarquia justifica a desocupação com a necessidade da casa entrar em obras para poder ser entregue a outra família carenciada que também está numa situação dramática. Esta família, oriunda do bairro da Boavista, está à espera há quase um ano de um apartamento T3. Em Lisboa, 15% da população vive em bairros municipais, um número muito superior ao de outras capitais europeias, como é o caso de Madrid onde há 2% de moradores nessa situação. "Esta não foi uma situação isolada. É preciso aumentar o investimento na habitação municipal, aumentar o número de fogos", frisa Isabel Pires. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

marcar artigo