Braga Braga 2013: PS

11-04-2019
marcar artigo

Por Lígia Portovedo (*)

                  

O Partido Socialista
de Braga continua, nesta data, sem candidato às Autárquicas de 2013. Como foi
possível chegar a esta situação? Isto, quando se fala há bastante tempo de,
pelo menos, quatro possíveis candidatos?

Recordem-se os
factos.

Em Outubro de 2011,
António Braga assumiu a disponibilidade para se candidatar à presidência do
Município e solicitou o apoio do partido. Logo invocaram alguns um alegado desconforto
pela transparência desta posição, argumentando mesmo que era cedo para o
partido tomar tais decisões e que se deveria aguardar pela eleição da nova
Comissão Política, essa sim com legitimidade para o fazer.

Aceitando as regras,
António Braga dedicou-se a trabalhar na sua candidatura e numa proposta de novo
rumo para o PS/Braga e para o concelho. Primeiro numa carta de princípios,
posteriormente numa moção de candidatura, enunciou propostas para resolver os
principais problemas que hoje enfrentamos, como o desemprego, o decréscimo da
actividade económica ou o cumprimento de novos direitos dos cidadãos, em
especial dos idosos, como o direito a não estar só.

Rodeou-se António
Braga de um grupo de militantes imbuído de um espírito republicano de servir a
causa pública e, semana após semana, foi discutindo e anotando ideias e linhas
de orientação que pudessem fazer do nosso concelho um exemplo na qualidade-de-vida
e na criação de riqueza com distribuição equilibrada, assim cumprindo os termos
ideológicos do Partido Socialista.

Para o PS/Braga,
propôs a discussão frequente de temas relevantes para a sociedade portuguesa e
para a cidade, envolvendo todos os militantes e promovendo o debate contínuo
junto dos restantes cidadãos para uma reflexão conjunta.

Convém lembrar que alguns
dos militantes que se foram juntando a António Braga estavam há largos anos
arredados da actividade partidária, desencantados com a participação política
tal como muitos outros portugueses. Reconhecendo o espírito do grupo, foram passando
a palavra e entusiasmaram-se com o trabalho de produzir uma moção que propunha
o direito a uma vida com qualidade para todos os cidadãos, baseada numa
disponibilidade desinteressada, onde cada um contribui para o bem-comum com as
competências que desenvolveu na sua vida privada, profissional e académica.
Trata-se, portanto, de privilegiar as qualidades do cidadão e do profissional,
em vez das qualidades do político de carreira,
desenvolvidas, muitas vezes, num ambiente pouco saudável de intriga palaciana
onde se esquece o que deve ser verdadeiramente importante: o governo competente
da nossa sociedade.

Foi este
enquadramento ideológico e esta forma de viver a política que permitiu trazer
ao trabalho, no grupo de António Braga, vários militantes então desmobilizados,
desagradados com a política e também com o Partido Socialista em Braga, fruto
de alguns anos de diminuta participação cívica e pouca discussão interna em
torno dos reais problemas do concelho e das suas possíveis soluções.

Entretanto, foram
nascendo no PS/Braga outras duas possíveis candidaturas, lideradas por Vítor
Sousa e por Hugo Pires. E há quem diga que uma outra, com liderança não
definida. Confrontados com a crescente adesão à Candidatura de António Braga,
todas as outras se coligaram, apresentando uma única candidatura à Comissão Política
da Secção de Braga.

Conseguida a
vitória, Vítor Sousa – que durante a campanha chegou a declarar por mais do que
uma vez que seria ele o próximo candidato socialista à Câmara Municipal –
vacila, actualmente, talvez perante a evidência de que as outras duas facções
também têm aspirações à liderança da candidatura, tendo que dividir os seus 72%
por três, o que pode tornar os 28% de António Braga na maior, digamos facção,
de todas.

Ultrapassadas
eventuais objecções de outra natureza, como desejo, Vítor Sousa, tendo sido o
cabeça-de-lista, está, pois, legitimado para ser o candidato do PS à Câmara de
Braga. Em 2 de Junho passado, o boletim eleitoral não contemplava escolha múltipla,
pelo que mais ninguém está objectivamente ratificado para assumir tal
representação colectiva.

Se Vítor Sousa não
for o candidato do PS, é sinal de que os 72% que obteve resultaram de um
casamento de conveniência, que não tem tradução real e, nesse caso, o candidato
preferido por mais de um quarto dos militantes, António Braga, é uma opção que
tem que ser tida em conta. Entre outras, se as houver. A bem do PS/Braga e a
bem da cidade.

Posso ser suspeita,
por ser sua apoiante, mas estamos, como é quase unanimemente aceite, perante um
dos melhores quadros do Partido Socialista, eventualmente aquele que pode levar
o partido a revalidar o exercício da governação na Câmara Municipal de Braga.

A democracia tem de
ser o princípio básico dos partidos. Que dela devem fazer prova contínua. Bem
além de qualquer argumento circunstancial.

(*) Artigo de opinião publicado na edição de 10 de Agosto do "Diário do Minho".

Por Lígia Portovedo (*)

                  

O Partido Socialista
de Braga continua, nesta data, sem candidato às Autárquicas de 2013. Como foi
possível chegar a esta situação? Isto, quando se fala há bastante tempo de,
pelo menos, quatro possíveis candidatos?

Recordem-se os
factos.

Em Outubro de 2011,
António Braga assumiu a disponibilidade para se candidatar à presidência do
Município e solicitou o apoio do partido. Logo invocaram alguns um alegado desconforto
pela transparência desta posição, argumentando mesmo que era cedo para o
partido tomar tais decisões e que se deveria aguardar pela eleição da nova
Comissão Política, essa sim com legitimidade para o fazer.

Aceitando as regras,
António Braga dedicou-se a trabalhar na sua candidatura e numa proposta de novo
rumo para o PS/Braga e para o concelho. Primeiro numa carta de princípios,
posteriormente numa moção de candidatura, enunciou propostas para resolver os
principais problemas que hoje enfrentamos, como o desemprego, o decréscimo da
actividade económica ou o cumprimento de novos direitos dos cidadãos, em
especial dos idosos, como o direito a não estar só.

Rodeou-se António
Braga de um grupo de militantes imbuído de um espírito republicano de servir a
causa pública e, semana após semana, foi discutindo e anotando ideias e linhas
de orientação que pudessem fazer do nosso concelho um exemplo na qualidade-de-vida
e na criação de riqueza com distribuição equilibrada, assim cumprindo os termos
ideológicos do Partido Socialista.

Para o PS/Braga,
propôs a discussão frequente de temas relevantes para a sociedade portuguesa e
para a cidade, envolvendo todos os militantes e promovendo o debate contínuo
junto dos restantes cidadãos para uma reflexão conjunta.

Convém lembrar que alguns
dos militantes que se foram juntando a António Braga estavam há largos anos
arredados da actividade partidária, desencantados com a participação política
tal como muitos outros portugueses. Reconhecendo o espírito do grupo, foram passando
a palavra e entusiasmaram-se com o trabalho de produzir uma moção que propunha
o direito a uma vida com qualidade para todos os cidadãos, baseada numa
disponibilidade desinteressada, onde cada um contribui para o bem-comum com as
competências que desenvolveu na sua vida privada, profissional e académica.
Trata-se, portanto, de privilegiar as qualidades do cidadão e do profissional,
em vez das qualidades do político de carreira,
desenvolvidas, muitas vezes, num ambiente pouco saudável de intriga palaciana
onde se esquece o que deve ser verdadeiramente importante: o governo competente
da nossa sociedade.

Foi este
enquadramento ideológico e esta forma de viver a política que permitiu trazer
ao trabalho, no grupo de António Braga, vários militantes então desmobilizados,
desagradados com a política e também com o Partido Socialista em Braga, fruto
de alguns anos de diminuta participação cívica e pouca discussão interna em
torno dos reais problemas do concelho e das suas possíveis soluções.

Entretanto, foram
nascendo no PS/Braga outras duas possíveis candidaturas, lideradas por Vítor
Sousa e por Hugo Pires. E há quem diga que uma outra, com liderança não
definida. Confrontados com a crescente adesão à Candidatura de António Braga,
todas as outras se coligaram, apresentando uma única candidatura à Comissão Política
da Secção de Braga.

Conseguida a
vitória, Vítor Sousa – que durante a campanha chegou a declarar por mais do que
uma vez que seria ele o próximo candidato socialista à Câmara Municipal –
vacila, actualmente, talvez perante a evidência de que as outras duas facções
também têm aspirações à liderança da candidatura, tendo que dividir os seus 72%
por três, o que pode tornar os 28% de António Braga na maior, digamos facção,
de todas.

Ultrapassadas
eventuais objecções de outra natureza, como desejo, Vítor Sousa, tendo sido o
cabeça-de-lista, está, pois, legitimado para ser o candidato do PS à Câmara de
Braga. Em 2 de Junho passado, o boletim eleitoral não contemplava escolha múltipla,
pelo que mais ninguém está objectivamente ratificado para assumir tal
representação colectiva.

Se Vítor Sousa não
for o candidato do PS, é sinal de que os 72% que obteve resultaram de um
casamento de conveniência, que não tem tradução real e, nesse caso, o candidato
preferido por mais de um quarto dos militantes, António Braga, é uma opção que
tem que ser tida em conta. Entre outras, se as houver. A bem do PS/Braga e a
bem da cidade.

Posso ser suspeita,
por ser sua apoiante, mas estamos, como é quase unanimemente aceite, perante um
dos melhores quadros do Partido Socialista, eventualmente aquele que pode levar
o partido a revalidar o exercício da governação na Câmara Municipal de Braga.

A democracia tem de
ser o princípio básico dos partidos. Que dela devem fazer prova contínua. Bem
além de qualquer argumento circunstancial.

(*) Artigo de opinião publicado na edição de 10 de Agosto do "Diário do Minho".

marcar artigo