A hipocrisia da abstenção e o PCP vítima do Chega

12-10-2019
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Na noite eleitoral há unanimidade quanto ao flagelo da abstenção e todos lamentam que tantos eleitores fujam das mesas de voto como o Diabo foge da cruz. Embora muitos saibam que tudo não passa de uma grande mentira, alimentam-na, não sei bem com que objetivo. Na noite de domingo estavam inscritos em território nacional 9 343 084 eleitores quando o último Censos, de 2011, só regista a viver em território nacional menos de nove milhões de pessoas com mais de 15 anos! Sabendo-se que Portugal tem tido um decréscimo de população, percebe-se facilmente que estamos perante um embuste. E qual a razão para isso acontecer? É muito simples. As câmaras não atualizam os seus cadernos eleitorais porque sabem perfeitamente que vão perder subsídios com a diminuição de eleitores, quando procurarem os vários subsídios estatais. Por isso, são poucos os autarcas que abatem os mortos e os que vão viver para fora do país para não perderem verbas. Quando existir honestidade intelectual desses políticos, veremos que a abstenção não é assim tão alta.

Mas vamos aos resultados do último domingo. O PS canta vitória, e desta vez ficou mesmo à frente, mas só teve mais cerca de 125 mil votos do que em 2015. Para quem governou numa situação internacional tão favorável não deixa de ser uma vitória com um sabor a poucochinho. Ganhou, é certo, mas ficou longe da maioria absoluta. Porém, um dos fenómenos mais surpreendentes foi a transferência de votos do PCP para o Chega. Veja-se o que se passou nos distritos de Portalegre, Évora e Beja, onde o PCP perdeu parte do seu eleitorado e o Chega de André Ventura teve bons resultados. O mesmo se passou em Santarém e Setúbal: aqui o PS também ganhou sete mil novos eleitores, quase o mesmo número de votos do Chega. O PCP aqui perdeu mais de 17 mil votos... Já no Alentejo, o PS perdeu votos nos três distritos referidos. O fenómeno é em tudo idêntico ao que se passou em França com a transferência dos votos dos PC para a FN de Marine Le Pen. E esta?

Na noite eleitoral há unanimidade quanto ao flagelo da abstenção e todos lamentam que tantos eleitores fujam das mesas de voto como o Diabo foge da cruz. Embora muitos saibam que tudo não passa de uma grande mentira, alimentam-na, não sei bem com que objetivo. Na noite de domingo estavam inscritos em território nacional 9 343 084 eleitores quando o último Censos, de 2011, só regista a viver em território nacional menos de nove milhões de pessoas com mais de 15 anos! Sabendo-se que Portugal tem tido um decréscimo de população, percebe-se facilmente que estamos perante um embuste. E qual a razão para isso acontecer? É muito simples. As câmaras não atualizam os seus cadernos eleitorais porque sabem perfeitamente que vão perder subsídios com a diminuição de eleitores, quando procurarem os vários subsídios estatais. Por isso, são poucos os autarcas que abatem os mortos e os que vão viver para fora do país para não perderem verbas. Quando existir honestidade intelectual desses políticos, veremos que a abstenção não é assim tão alta.

Mas vamos aos resultados do último domingo. O PS canta vitória, e desta vez ficou mesmo à frente, mas só teve mais cerca de 125 mil votos do que em 2015. Para quem governou numa situação internacional tão favorável não deixa de ser uma vitória com um sabor a poucochinho. Ganhou, é certo, mas ficou longe da maioria absoluta. Porém, um dos fenómenos mais surpreendentes foi a transferência de votos do PCP para o Chega. Veja-se o que se passou nos distritos de Portalegre, Évora e Beja, onde o PCP perdeu parte do seu eleitorado e o Chega de André Ventura teve bons resultados. O mesmo se passou em Santarém e Setúbal: aqui o PS também ganhou sete mil novos eleitores, quase o mesmo número de votos do Chega. O PCP aqui perdeu mais de 17 mil votos... Já no Alentejo, o PS perdeu votos nos três distritos referidos. O fenómeno é em tudo idêntico ao que se passou em França com a transferência dos votos dos PC para a FN de Marine Le Pen. E esta?

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