FMI prevê para a zona Euro o pior ano desde a recessão

30-09-2019
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Alemanha de Merkerl vai crescer uns 2meros2 0,7% em 2019, diz o FMI. Já as previsões para os EUA de Trump são bem mais otimistas: 2,6%

O crescimento mundial continua "precário" e atinge os países de forma diversa. Umas economias estão a ganhar alguma força em termos de crescimento, como é o caso do maior parceiro económico de Portugal (Espanha pode avançar 2,3% este ano, mais 0,2 pontos do que o esperado há três meses). Em contrapartida, Alemanha, o grande motor da zona euro e da Europa, vai crescer uns meros 0,7% (menos 0,1 pontos), anunciou o Fundo Monetário Internacional (FMI), esta terça-feira.

Na atualização intercalar do panorama (outlook) económico mundial, a instituição que pode vir a ser chefiada pelo ministro das Finanças português, Mário Centeno (uns dos nomes na corrida para substituir Christine Lagarde, que vai para o Banco Central Europeu), repete o quadro cinza escuro sobre as condições económicas mundiais.

O crescimento global vai piorar outra vez, tendo o FMI reduzido o ritmo de expansão numa décima, para 3,2%. A zona euro, atrapalhada pelo crescimento também muito fraco de França (1,3%) e pela estagnação italiana (0,1%), ressente-se, crescendo apenas 1,3%. É o pior registo desde a crise de 2012/2013, anos de recessão.

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Num panorama dominado pela guerra comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China, parece que os norte-americanos estão a sofrer menos, por enquanto. O crescimento dos EUA, a maior economia do mundo, sai reforçado face ao outlook de abril, podendo crescer 2,6% este ano (mais 0,3 pontos). A China perde uma décima de crescimento, aumentando a sua economia em 6,2% em 2019, calcula o FMI neste novo estudo.

O Brasil, outros dos parceiros de referência de muitas economias europeias, sobretudo de Portugal, leva um corte de 1,3 pontos percentuais no crescimento deste ano. A economia brasileira só deve crescer 0,8%.

"Nesta nossa atualização de julho do World Economic Outlook, revimos em baixa a projeção de crescimento global para 3,2% em 2019 e 3,5% em 2020. Embora seja uma revisão modesta de 0,1 pontos percentuais para os dois anos face às nossas projeções em abril, ela acumula com as revisões descendentes e significativas anteriores."

"A revisão para 2019 reflete surpresas negativas para o crescimento nalguns mercados emergentes e economias em desenvolvimento que compensaram fatores positivos nalgumas economias avançadas", explica a economista-chefe do Fundo, a indiana Gita Gopinath.

"Prevê-se que o crescimento melhore entre 2019 e 2020. No entanto, cerca de 70% deste aumento depende de uma melhoria do desempenho do crescimento nas economias emergentes e em desenvolvimento e, por isso, está sujeito a uma elevada incerteza."

Além do mais, continua Gopinath, este crescimento global "é lento e precário, mas não precisa ser assim porque parte do problema é autoinfligido".

"O dinamismo da economia global está a ser pressionado pela incerteza política prolongada e as tensões comerciais continuam elevadas". "Apesar da trégua recente entre EUA e China, as tensões tecnológicas surgiram, ameaçando as cadeias globais de fornecimento de tecnologia e as perspetivas de um brexit sem acordo aumentaram", alerta a economista-chefe.

Estas projeções intercalares só trazem números sobre as maiores economias do mundo. Portugal só vai aparecer no panorama mundial daqui a três meses, no outlook de outubro.

© FMI

Luís Reis Ribeiro é jornalista do Dinheiro Vivo

Alemanha de Merkerl vai crescer uns 2meros2 0,7% em 2019, diz o FMI. Já as previsões para os EUA de Trump são bem mais otimistas: 2,6%

O crescimento mundial continua "precário" e atinge os países de forma diversa. Umas economias estão a ganhar alguma força em termos de crescimento, como é o caso do maior parceiro económico de Portugal (Espanha pode avançar 2,3% este ano, mais 0,2 pontos do que o esperado há três meses). Em contrapartida, Alemanha, o grande motor da zona euro e da Europa, vai crescer uns meros 0,7% (menos 0,1 pontos), anunciou o Fundo Monetário Internacional (FMI), esta terça-feira.

Na atualização intercalar do panorama (outlook) económico mundial, a instituição que pode vir a ser chefiada pelo ministro das Finanças português, Mário Centeno (uns dos nomes na corrida para substituir Christine Lagarde, que vai para o Banco Central Europeu), repete o quadro cinza escuro sobre as condições económicas mundiais.

O crescimento global vai piorar outra vez, tendo o FMI reduzido o ritmo de expansão numa décima, para 3,2%. A zona euro, atrapalhada pelo crescimento também muito fraco de França (1,3%) e pela estagnação italiana (0,1%), ressente-se, crescendo apenas 1,3%. É o pior registo desde a crise de 2012/2013, anos de recessão.

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Num panorama dominado pela guerra comercial e tecnológica entre os Estados Unidos e a China, parece que os norte-americanos estão a sofrer menos, por enquanto. O crescimento dos EUA, a maior economia do mundo, sai reforçado face ao outlook de abril, podendo crescer 2,6% este ano (mais 0,3 pontos). A China perde uma décima de crescimento, aumentando a sua economia em 6,2% em 2019, calcula o FMI neste novo estudo.

O Brasil, outros dos parceiros de referência de muitas economias europeias, sobretudo de Portugal, leva um corte de 1,3 pontos percentuais no crescimento deste ano. A economia brasileira só deve crescer 0,8%.

"Nesta nossa atualização de julho do World Economic Outlook, revimos em baixa a projeção de crescimento global para 3,2% em 2019 e 3,5% em 2020. Embora seja uma revisão modesta de 0,1 pontos percentuais para os dois anos face às nossas projeções em abril, ela acumula com as revisões descendentes e significativas anteriores."

"A revisão para 2019 reflete surpresas negativas para o crescimento nalguns mercados emergentes e economias em desenvolvimento que compensaram fatores positivos nalgumas economias avançadas", explica a economista-chefe do Fundo, a indiana Gita Gopinath.

"Prevê-se que o crescimento melhore entre 2019 e 2020. No entanto, cerca de 70% deste aumento depende de uma melhoria do desempenho do crescimento nas economias emergentes e em desenvolvimento e, por isso, está sujeito a uma elevada incerteza."

Além do mais, continua Gopinath, este crescimento global "é lento e precário, mas não precisa ser assim porque parte do problema é autoinfligido".

"O dinamismo da economia global está a ser pressionado pela incerteza política prolongada e as tensões comerciais continuam elevadas". "Apesar da trégua recente entre EUA e China, as tensões tecnológicas surgiram, ameaçando as cadeias globais de fornecimento de tecnologia e as perspetivas de um brexit sem acordo aumentaram", alerta a economista-chefe.

Estas projeções intercalares só trazem números sobre as maiores economias do mundo. Portugal só vai aparecer no panorama mundial daqui a três meses, no outlook de outubro.

© FMI

Luís Reis Ribeiro é jornalista do Dinheiro Vivo

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