PSD. Rio queria “menos tumultos” internos e critica oportunismos

12-07-2019
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O presidente do PSD, Rui Rio, assumiu ontem que “tem havido tumultos a mais no PSD, para aquilo que é o desejo, não só dos militantes do PSD, como dos portugueses como todo”. A frase foi proferida numa entrevista à Rádio Renascença, em que o mote era o Estado da Nação. E o estado do PSD também foi avaliado. Rio desejou mesmo que “dentro do partido houvesse menos tumultos” e assegurou que faz tudo para os evitar, mas deixou alguns recados a quem, alegadamente, tem provocado tais tumultos: “As pessoas quando estão na política têm de se reger por convicções, não pode ser simplesmente por táticas e oportunismo”. O aviso está dado numa altura em que a direção nacional social já está a receber as distritais para avaliar as listas de candidatos a deputados nas eleições de 6 de outubro.

Primeiro foi a de Viseu e na sexta-feira será a vez da distrital de Braga. De acordo com informações recolhidas pelo i os encontros servem, sobretudo, para a equipa de Rio tomar nota das opções do aparelho, sem fechar as listas por cada círculo. Ou seja, são reuniões para se fazer o papel de ouvidor e dar algumas pistas. Nada mais.

Sobre esta matéria o líder do partido também quis explicar o que o levou a abdicar do lugar de cabeça-de-lista no Porto. “Há sempre muitas guerras dentro dos partidos, há muitos a querer ser deputados e não há lugar para todos e depois há algumas vaidades e eu dei um exemplo: começa já por mim, não vou ser primeiro. É um ato simbólico”. Ou seja, o presidente do PSD quis dar um sinal claro: “ Não tenho cá peneiras”. Além disso, assegurou que integrará a lista pelo Porto, num lugar ainda a ser escolhido (segundo ou décimo quinto na equipa pelo círculo eleitoral da Invicta). A pergunta impunha-se porque chegou a criar-se uma tese interna no PSD de que o próprio poderia nem sequer ser candidato nas listas. Tecnicamente a lei não obriga a que o nome a designar para primeiro-ministro tenha de ser deputado do partido mais votado em eleições. Esclarecimento dado, Rio fez o discurso do voto útil, sem nunca o referir.

Só PS ou PSD podem ganhar

Na mesma entrevista, Rio considerou que não vale a pena fazer muitas contas: “As próximas eleições ou são ganhas pelo PS ou são ganhas pelo PSD, não são ganhas por mais ninguém”.

Mais tarde, no final do debate do Estado da Nação, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, deu o respaldo ao líder do partido. Em declarações à RTP e à SIC, Negrão admitiu que os tumultos a que Rio aludia podem ser prejudiciais ao partido, mas tal não deve fazer alterar a estratégia do presidente do PSD, porque “ há situações em que mais vale pagar com alguns tumultos, alguma mudança”. Por outro lado, Negrão sinalizou que a atual direção do partido não fará purgas internas, mas “quem estiver fora desta linha” [ a definida e legitimada nos órgãos do partido] não faz muito sentido manter-se nas listas. Ou seja, alinhou na tese de Rio já explicada, em entrevista à TVI, de que haverá críticos internos nas listas, (não se sabe quais), desde que haja lealdade interna.

Por fim, Negrão disse acreditar numa vitória do PSD nas eleições legislativas: “Temos de acreditar, se não não podemos estar na política”, concluiu. Também Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional da Madeira, pediu unidade interna no PSD. Nas jornadas parlamentares do PSD/Madeira, em plena pré-campanha eleitoral para as regionais de 22 de setembro, Jardim sublinhou, citado pela Lusa, que Rio “tem uma estratégia muito complicada num país como Portugal, em que os partidos só pensam em eleições”. E defendeu uma estratégia no PSD de “longo prazo” para que o País seja governado ao centro, sem o PCP e o BE no poder. Mais, deixou um recado interno: “Se continuarem lá [no PSD nacional] a brincar às ‘coboiadas’, (eu agora também tenho mais tempo para brincar aos ‘cowboys’) para voltarmos ao conservadorismo neoliberal do senhor [antigo primeiro-ministro] Passos Coelho, isso é que não!”, declarou.

No que toca às listas, a distrital de Viseu teve sinais da direção de que Fernando Ruas (ex-eurodeputado) será cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral.

De acordo com informações recolhidas pelo i, a decisão de Rui Rio ainda não está tomada. E o que está a criar alguma tensão ( e atenção) interna é a de saber se o presidente do PSD coloca ou não João Montenegro, antigo diretor de campanha de Passos Coelho, na lista por aquele círculo eleitoral. Certo é que a distrital, liderada por Pedro Alves, não o indicou e se, entrar, será sempre por vontade do líder do PSD. Que não deu qualquer passo nesse sentido.

Entretanto, nos Açores, há sinais de divergência interna, com uma demissão, a de Cláudio Almeida, da direção por considerar que a equipa não tem condições para liderar a estrutura regional até 2020. Isto depois de ter sido aprovada a continuidade de Alexandre Gaudêncio, o presidente local, arguido num processo sobre suspeita de abuso de poder.

O presidente do PSD, Rui Rio, assumiu ontem que “tem havido tumultos a mais no PSD, para aquilo que é o desejo, não só dos militantes do PSD, como dos portugueses como todo”. A frase foi proferida numa entrevista à Rádio Renascença, em que o mote era o Estado da Nação. E o estado do PSD também foi avaliado. Rio desejou mesmo que “dentro do partido houvesse menos tumultos” e assegurou que faz tudo para os evitar, mas deixou alguns recados a quem, alegadamente, tem provocado tais tumultos: “As pessoas quando estão na política têm de se reger por convicções, não pode ser simplesmente por táticas e oportunismo”. O aviso está dado numa altura em que a direção nacional social já está a receber as distritais para avaliar as listas de candidatos a deputados nas eleições de 6 de outubro.

Primeiro foi a de Viseu e na sexta-feira será a vez da distrital de Braga. De acordo com informações recolhidas pelo i os encontros servem, sobretudo, para a equipa de Rio tomar nota das opções do aparelho, sem fechar as listas por cada círculo. Ou seja, são reuniões para se fazer o papel de ouvidor e dar algumas pistas. Nada mais.

Sobre esta matéria o líder do partido também quis explicar o que o levou a abdicar do lugar de cabeça-de-lista no Porto. “Há sempre muitas guerras dentro dos partidos, há muitos a querer ser deputados e não há lugar para todos e depois há algumas vaidades e eu dei um exemplo: começa já por mim, não vou ser primeiro. É um ato simbólico”. Ou seja, o presidente do PSD quis dar um sinal claro: “ Não tenho cá peneiras”. Além disso, assegurou que integrará a lista pelo Porto, num lugar ainda a ser escolhido (segundo ou décimo quinto na equipa pelo círculo eleitoral da Invicta). A pergunta impunha-se porque chegou a criar-se uma tese interna no PSD de que o próprio poderia nem sequer ser candidato nas listas. Tecnicamente a lei não obriga a que o nome a designar para primeiro-ministro tenha de ser deputado do partido mais votado em eleições. Esclarecimento dado, Rio fez o discurso do voto útil, sem nunca o referir.

Só PS ou PSD podem ganhar

Na mesma entrevista, Rio considerou que não vale a pena fazer muitas contas: “As próximas eleições ou são ganhas pelo PS ou são ganhas pelo PSD, não são ganhas por mais ninguém”.

Mais tarde, no final do debate do Estado da Nação, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, deu o respaldo ao líder do partido. Em declarações à RTP e à SIC, Negrão admitiu que os tumultos a que Rio aludia podem ser prejudiciais ao partido, mas tal não deve fazer alterar a estratégia do presidente do PSD, porque “ há situações em que mais vale pagar com alguns tumultos, alguma mudança”. Por outro lado, Negrão sinalizou que a atual direção do partido não fará purgas internas, mas “quem estiver fora desta linha” [ a definida e legitimada nos órgãos do partido] não faz muito sentido manter-se nas listas. Ou seja, alinhou na tese de Rio já explicada, em entrevista à TVI, de que haverá críticos internos nas listas, (não se sabe quais), desde que haja lealdade interna.

Por fim, Negrão disse acreditar numa vitória do PSD nas eleições legislativas: “Temos de acreditar, se não não podemos estar na política”, concluiu. Também Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional da Madeira, pediu unidade interna no PSD. Nas jornadas parlamentares do PSD/Madeira, em plena pré-campanha eleitoral para as regionais de 22 de setembro, Jardim sublinhou, citado pela Lusa, que Rio “tem uma estratégia muito complicada num país como Portugal, em que os partidos só pensam em eleições”. E defendeu uma estratégia no PSD de “longo prazo” para que o País seja governado ao centro, sem o PCP e o BE no poder. Mais, deixou um recado interno: “Se continuarem lá [no PSD nacional] a brincar às ‘coboiadas’, (eu agora também tenho mais tempo para brincar aos ‘cowboys’) para voltarmos ao conservadorismo neoliberal do senhor [antigo primeiro-ministro] Passos Coelho, isso é que não!”, declarou.

No que toca às listas, a distrital de Viseu teve sinais da direção de que Fernando Ruas (ex-eurodeputado) será cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral.

De acordo com informações recolhidas pelo i, a decisão de Rui Rio ainda não está tomada. E o que está a criar alguma tensão ( e atenção) interna é a de saber se o presidente do PSD coloca ou não João Montenegro, antigo diretor de campanha de Passos Coelho, na lista por aquele círculo eleitoral. Certo é que a distrital, liderada por Pedro Alves, não o indicou e se, entrar, será sempre por vontade do líder do PSD. Que não deu qualquer passo nesse sentido.

Entretanto, nos Açores, há sinais de divergência interna, com uma demissão, a de Cláudio Almeida, da direção por considerar que a equipa não tem condições para liderar a estrutura regional até 2020. Isto depois de ter sido aprovada a continuidade de Alexandre Gaudêncio, o presidente local, arguido num processo sobre suspeita de abuso de poder.

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