A frase do dia:
"Gostámos da geringonça. É um passado respeitável, que queremos continuar, é um caminho a prosseguir”
Fernando Rosas, fundador do BE, no comício em Torres Novas
O momento:
A ida de Catarina Martins à EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) do Entroncamento, ao início da tarde, é assumido pelo BE como um “virar de agulha” no fogo cruzado com o PS sobre a paternidade da geringonça. Fim da linha na polémica?
O personagem:
Não é um, são dois. Nenhum de carne e osso nas iniciativas, mas ambos a marcarem o dia do Bloco. Um pela manhã/tarde, outro pela noite. Ambos ausentes, mas omnipresentes. António Costa foi o primeiro a entrar em cena virtual, ainda sob os ecos de debate televisivo de segunda-feira e dos repiques com Catarina Martins, que se prolongaram na manhã desta terça-feira. O segundo, o mais procurado pelos jornalistas no comício de Torres Novas, foi o presidente da distrital de Santarém do BE, Carlos Matias. Deputado na legislatura que termina, foi indicado pela estrutura local para se recandidatar, mas teve o veto da direção nacional. Entretanto eleito presidente da distrital, primou pela falta de comparência no distrito onde tem responsabilidades políticas.
A fotografia:
jose fernandes
No primeiro comício do período oficial de campanha, em Torres Novas, na noite desta terça-feira, o BE quis afastar as nuvens que ensombraram os últimos dias e horas da relação bilateral com o PS. Ao invés, a ordem foi para destacar as paisagens radiosas que devem a sua existência à geringonça (e em especial ao dedo bloquista).
Fernando Rosas, o fundador do Bloco que fez a primeira intervenção da sessão, no antigo mercado do peixe de Torres Novas, assumiu o discurso político da noite.
Primeiro, fez o o inventário de ganhos que o país deve ao apoio dado por BE (e PCP, como mencionou amiúde) ao governo do PS. Desde a baixa do IRS ao combate à precariedade, da descida dos passes sociais à gratuitidade dos manuais escolares, do estatuto dos cuidadores informais à lei que “afastou” o SNS do modelo “liberal”, da genérica “devolução de rendimentos a quem trabalha”, além de “tanta coisa que ficou por fazer e o desejo de ir mais longe”.
De seguida, veio o balanço e o compromisso: “Gostámos da geringonça. É um passado respeitável, que queremos continuar, é um caminho a prosseguir”. Um contexto, destacou Rosas, em que houve um “papel essencial” do Bloco, e também do PCP, “para vencer as hesitações do PS”.
E esse desempenho, disse o histórico militante e dirigente do Bloco, é agora mais crucial do que nunca, num cenário, que bloquistas querem dissipar a todo o custo, que é o PS depender só de si próprio.
“Facilmente se compreende que com uma maioria absoluta é irrepetível a experiência da geringonça”, afirmou Rosas. Falando das três maiorias absolutas (duas de Cavaco e uma de Sócrates), o fundador do Bloco elencou os riscos dessas soluções de hegemonia: “o arbítrio absoluto, o compadrio absoluto, o nepotismo absoluto, a corrupção absoluta”.
“Por isso”, rematou, “não queremos repetir uma maioria absoluta”.
E por fim, Rosas fez o humilde e sábio endosso da decisão a quem vota. “O Bloco não reivindica a paternidade de tudo e mais alguma coisa. Não queremos colocar bandeirinhas. O povo sabe”, afirmou Fernando Rosas.
Em Torres Novas, com cerca de 200 pessoas presentes, depois de Rosas e antes de Catarina Martins falaram os dois primeiros elementos da lista pelo distrito, Fabíola Cardoso e Roberto Barata. Este referiu-se a Santarém como um “distrito de tradições arcaicas”, e percebeu-se depressa onde queria chegar: “O município dá centenas de milhares de euros às touradas e não tem apoio para o transporte escolar”.
Catarina Martins, que fez uma demorada intervenção sobre o Serviço Nacional de Saúde, essa “pérola da democracia” que “mudou o nosso país”.
Aproximavam-se já os relógios da onze da noite quando a líder do Bloco chancelou o programa verbalizado uma hora antes por Fernando Rosas. Para Catarina, os últimos quatro anos foram de “sucesso”. “Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do Bloco e orgulhamo-nos disso”, afirmou.
Estado de satisfação que no entanto, não deixa os bloquistas adormecer, pois há um perigo à espreita.
As baias estão bem definidas: “No dia 6 de outubro, se não regressarmos ao tempo das maiorias absolutas, cá estaremos. Sabemos o caminho que fizemos e o caminho que podemos fazer”.
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A frase do dia:
"Gostámos da geringonça. É um passado respeitável, que queremos continuar, é um caminho a prosseguir”
Fernando Rosas, fundador do BE, no comício em Torres Novas
O momento:
A ida de Catarina Martins à EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) do Entroncamento, ao início da tarde, é assumido pelo BE como um “virar de agulha” no fogo cruzado com o PS sobre a paternidade da geringonça. Fim da linha na polémica?
O personagem:
Não é um, são dois. Nenhum de carne e osso nas iniciativas, mas ambos a marcarem o dia do Bloco. Um pela manhã/tarde, outro pela noite. Ambos ausentes, mas omnipresentes. António Costa foi o primeiro a entrar em cena virtual, ainda sob os ecos de debate televisivo de segunda-feira e dos repiques com Catarina Martins, que se prolongaram na manhã desta terça-feira. O segundo, o mais procurado pelos jornalistas no comício de Torres Novas, foi o presidente da distrital de Santarém do BE, Carlos Matias. Deputado na legislatura que termina, foi indicado pela estrutura local para se recandidatar, mas teve o veto da direção nacional. Entretanto eleito presidente da distrital, primou pela falta de comparência no distrito onde tem responsabilidades políticas.
A fotografia:
jose fernandes
No primeiro comício do período oficial de campanha, em Torres Novas, na noite desta terça-feira, o BE quis afastar as nuvens que ensombraram os últimos dias e horas da relação bilateral com o PS. Ao invés, a ordem foi para destacar as paisagens radiosas que devem a sua existência à geringonça (e em especial ao dedo bloquista).
Fernando Rosas, o fundador do Bloco que fez a primeira intervenção da sessão, no antigo mercado do peixe de Torres Novas, assumiu o discurso político da noite.
Primeiro, fez o o inventário de ganhos que o país deve ao apoio dado por BE (e PCP, como mencionou amiúde) ao governo do PS. Desde a baixa do IRS ao combate à precariedade, da descida dos passes sociais à gratuitidade dos manuais escolares, do estatuto dos cuidadores informais à lei que “afastou” o SNS do modelo “liberal”, da genérica “devolução de rendimentos a quem trabalha”, além de “tanta coisa que ficou por fazer e o desejo de ir mais longe”.
De seguida, veio o balanço e o compromisso: “Gostámos da geringonça. É um passado respeitável, que queremos continuar, é um caminho a prosseguir”. Um contexto, destacou Rosas, em que houve um “papel essencial” do Bloco, e também do PCP, “para vencer as hesitações do PS”.
E esse desempenho, disse o histórico militante e dirigente do Bloco, é agora mais crucial do que nunca, num cenário, que bloquistas querem dissipar a todo o custo, que é o PS depender só de si próprio.
“Facilmente se compreende que com uma maioria absoluta é irrepetível a experiência da geringonça”, afirmou Rosas. Falando das três maiorias absolutas (duas de Cavaco e uma de Sócrates), o fundador do Bloco elencou os riscos dessas soluções de hegemonia: “o arbítrio absoluto, o compadrio absoluto, o nepotismo absoluto, a corrupção absoluta”.
“Por isso”, rematou, “não queremos repetir uma maioria absoluta”.
E por fim, Rosas fez o humilde e sábio endosso da decisão a quem vota. “O Bloco não reivindica a paternidade de tudo e mais alguma coisa. Não queremos colocar bandeirinhas. O povo sabe”, afirmou Fernando Rosas.
Em Torres Novas, com cerca de 200 pessoas presentes, depois de Rosas e antes de Catarina Martins falaram os dois primeiros elementos da lista pelo distrito, Fabíola Cardoso e Roberto Barata. Este referiu-se a Santarém como um “distrito de tradições arcaicas”, e percebeu-se depressa onde queria chegar: “O município dá centenas de milhares de euros às touradas e não tem apoio para o transporte escolar”.
Catarina Martins, que fez uma demorada intervenção sobre o Serviço Nacional de Saúde, essa “pérola da democracia” que “mudou o nosso país”.
Aproximavam-se já os relógios da onze da noite quando a líder do Bloco chancelou o programa verbalizado uma hora antes por Fernando Rosas. Para Catarina, os últimos quatro anos foram de “sucesso”. “Tudo o que esta solução política mudou no país tem a marca do Bloco e orgulhamo-nos disso”, afirmou.
Estado de satisfação que no entanto, não deixa os bloquistas adormecer, pois há um perigo à espreita.
As baias estão bem definidas: “No dia 6 de outubro, se não regressarmos ao tempo das maiorias absolutas, cá estaremos. Sabemos o caminho que fizemos e o caminho que podemos fazer”.