Pressão turística em Loures coloca taxa turística em cima da mesa

14-03-2019
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O Bloco de Esquerda (BE) apresenta amanhã, quinta-feira, na Assembleia Municipal de Loures uma recomendação para que seja criada uma taxa turística neste concelho. No documento, a que o Expresso teve acesso, o BE menciona que “o concelho de Loures começa a ser afetado, direta e indiretamente, pelos efeitos do crescimento da pressão turística na região de Lisboa”, frisando que “o turismo começa a crescer” também nesta localidade, “sobretudo, nos territórios mais próximos do Aeroporto Humberto Delgado”.

São “exemplos claros” deste contágio vindo de Lisboa, “o nascimento de várias unidades hoteleiras nas freguesias de Moscavide e Portela e de Sacavém e do Prior Velho”.

Além disso, no concelho de Loures já existem 81 alojamentos locais registados, a maioria nascidos nos últimos dois anos, de acordo com fonte do BE. E os impactos do turismo acarretam “consequências, nem todas positivas, para a população e território de um concelho, sobretudo no que se refere à limpeza urbana, transportes e especulação imobiliária”.

A sugestão do Bloco é que “o valor inicial da taxa seja fixado num montante nunca inferior a um euro, passível de atualização anual” e que passe a vigorar a partir de 1 de janeiro de 2020.

O presidente da Câmara de Loures é Bernardino Soares, eleito pela CDU - Coligação Democrática Unitária, partido que é avesso à criação deste tipo de taxa. Recorde-se que no Algarve foi aprovada a criação de uma taxa turística em sede da AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve (que reúne 16 municípios), numa votação que obteve um voto contra, da presidente da câmara de Silves, Rosa Palma, também da CDU.

Mesmo assim, o líder da concelhia de Loures do BE, Fabian Figueiredo acredita que os argumentos do Bloco podem vingar, frisando que em Lisboa e Mafra, concelhos vizinhos de Loures, já existem taxas turísticas. “Em Lisboa [liderada pelo PS, partido que tem um acordo de governação do concelho com o BE], a taxa turística revelou-se bastante virtuosa porque permitiu reforçar a capacidade de intervenção na reabilitação urbana e na requalificação de alguns espaços. E Mafra, que é presidida pelo PSD, entendeu recorrer à mesma ferramenta para reforçar o orçamento municipal e para mitigar a pressão turística”, refere, frisando que a expectativa é a CDU “acompanhe” esta tendência e que “possa haver um trabalho conjunto” para que esta proposta de taxa turística “seja concretizada”.

Fabian Figueiredo sustenta ainda que se torna “cada vez mais difícil explicar ao cidadão que nos demitimos de cobrar uma taxa por dormida para reforçar a limpeza urbana, para reforçar a capacidade dos transportes, para intervir no mercado de arrendamento”.

“Com a previsão do novo aeroporto, no Montijo, essa pressão [do turismo] ainda se vai adensar mais e faz pouco sentido que nos Olivais [concelho de Lisboa] um alojamento local pague 2 euros por dormida e, do outro lado, da rua, em Moscavide ou na Portela não paga nada”, sublinha o bloquista, acrescentando que esta é uma potencial receita municipal que a “autarquia está a dispensar cobrar, quando está a crescer a pressão sobre o território, sobre a população e sobre o mercado de arrendamento, em particular, sobretudo em Moscavide, Portela, Sacavém e Prior Velho. Subiram muito as rendas e os despejos”.

Ainda sobre o alojamento local, Fabian Figueiredo ilustra que “há uma saturação em Lisboa e, agora, a mancha de óleo está a alastrar sobre o concelho de Loures”.

Novos hotéis em antigos bairros de lata

Além disso, o ex-candidato à Câmara de Loures lembra que há novos projetos hoteleiros previstos para o concelho e que estão localizados, precisamente nas freguesias mais próximas de Lisboa e do aeroporto.

Estão projetados novos hotéis, entre os quais, um no Prior Velho, nas instalações da Seaside e promovido pelo dono desta marca de calçado, outro em Sacavém, junto às antigas instalações da fábrica da empresa alemã Triumph, e um terceiro na Portela, no ex-bairro de lata da Quinta da Vitória.

Também está prevista a criação de um centro de congressos nos terrenos do antigo bairro de barracas da Quinta da Serra, no Prior Velho, onde deverá nascer também uma outra unidade hoteleira.

O Expresso contactou, sem sucesso, a assessoria de imprensa da Câmara de Loures, para questionar sobre a viabilidade da proposta do BE.

O Bloco de Esquerda (BE) apresenta amanhã, quinta-feira, na Assembleia Municipal de Loures uma recomendação para que seja criada uma taxa turística neste concelho. No documento, a que o Expresso teve acesso, o BE menciona que “o concelho de Loures começa a ser afetado, direta e indiretamente, pelos efeitos do crescimento da pressão turística na região de Lisboa”, frisando que “o turismo começa a crescer” também nesta localidade, “sobretudo, nos territórios mais próximos do Aeroporto Humberto Delgado”.

São “exemplos claros” deste contágio vindo de Lisboa, “o nascimento de várias unidades hoteleiras nas freguesias de Moscavide e Portela e de Sacavém e do Prior Velho”.

Além disso, no concelho de Loures já existem 81 alojamentos locais registados, a maioria nascidos nos últimos dois anos, de acordo com fonte do BE. E os impactos do turismo acarretam “consequências, nem todas positivas, para a população e território de um concelho, sobretudo no que se refere à limpeza urbana, transportes e especulação imobiliária”.

A sugestão do Bloco é que “o valor inicial da taxa seja fixado num montante nunca inferior a um euro, passível de atualização anual” e que passe a vigorar a partir de 1 de janeiro de 2020.

O presidente da Câmara de Loures é Bernardino Soares, eleito pela CDU - Coligação Democrática Unitária, partido que é avesso à criação deste tipo de taxa. Recorde-se que no Algarve foi aprovada a criação de uma taxa turística em sede da AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve (que reúne 16 municípios), numa votação que obteve um voto contra, da presidente da câmara de Silves, Rosa Palma, também da CDU.

Mesmo assim, o líder da concelhia de Loures do BE, Fabian Figueiredo acredita que os argumentos do Bloco podem vingar, frisando que em Lisboa e Mafra, concelhos vizinhos de Loures, já existem taxas turísticas. “Em Lisboa [liderada pelo PS, partido que tem um acordo de governação do concelho com o BE], a taxa turística revelou-se bastante virtuosa porque permitiu reforçar a capacidade de intervenção na reabilitação urbana e na requalificação de alguns espaços. E Mafra, que é presidida pelo PSD, entendeu recorrer à mesma ferramenta para reforçar o orçamento municipal e para mitigar a pressão turística”, refere, frisando que a expectativa é a CDU “acompanhe” esta tendência e que “possa haver um trabalho conjunto” para que esta proposta de taxa turística “seja concretizada”.

Fabian Figueiredo sustenta ainda que se torna “cada vez mais difícil explicar ao cidadão que nos demitimos de cobrar uma taxa por dormida para reforçar a limpeza urbana, para reforçar a capacidade dos transportes, para intervir no mercado de arrendamento”.

“Com a previsão do novo aeroporto, no Montijo, essa pressão [do turismo] ainda se vai adensar mais e faz pouco sentido que nos Olivais [concelho de Lisboa] um alojamento local pague 2 euros por dormida e, do outro lado, da rua, em Moscavide ou na Portela não paga nada”, sublinha o bloquista, acrescentando que esta é uma potencial receita municipal que a “autarquia está a dispensar cobrar, quando está a crescer a pressão sobre o território, sobre a população e sobre o mercado de arrendamento, em particular, sobretudo em Moscavide, Portela, Sacavém e Prior Velho. Subiram muito as rendas e os despejos”.

Ainda sobre o alojamento local, Fabian Figueiredo ilustra que “há uma saturação em Lisboa e, agora, a mancha de óleo está a alastrar sobre o concelho de Loures”.

Novos hotéis em antigos bairros de lata

Além disso, o ex-candidato à Câmara de Loures lembra que há novos projetos hoteleiros previstos para o concelho e que estão localizados, precisamente nas freguesias mais próximas de Lisboa e do aeroporto.

Estão projetados novos hotéis, entre os quais, um no Prior Velho, nas instalações da Seaside e promovido pelo dono desta marca de calçado, outro em Sacavém, junto às antigas instalações da fábrica da empresa alemã Triumph, e um terceiro na Portela, no ex-bairro de lata da Quinta da Vitória.

Também está prevista a criação de um centro de congressos nos terrenos do antigo bairro de barracas da Quinta da Serra, no Prior Velho, onde deverá nascer também uma outra unidade hoteleira.

O Expresso contactou, sem sucesso, a assessoria de imprensa da Câmara de Loures, para questionar sobre a viabilidade da proposta do BE.

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