Dizer adeus a Lenine para dizer olá a Fabian Figueiredo?

07-09-2019
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Segue uma “crítica gratuita e tendencialmente corriqueira”, com apenas duas intenções: perceber por intermédio de um study-case mas, afinal, o que quer, o que é o Bloco de Esquerda? e lembrar ao study-case que por estas bandas há o terrível hábito de fazer críticas relativamente bem fundamentadas, onde a boa disposição não deve ser confundida com falta de conhecimento. Ao contrário dos blogs partido que proliferam na praça, este tem dado lições de convívio e de debate no campo da esquerda à esquerda do socialismo democrático. Ao contrário das pretensas colagens que tentam fazer, ora ao nacionalismo árabe ora ao PCP, qualquer leitor atento perceberá pelo que lê todos os dias que há mais cores no 5dias do que alguma vez houve no BE. Será porventura essa uma das características mais apreciadas do vinho desta tasca e um dos aromas que leva até os mais cépticos a voltar todos os dias.

Ao ganhar a juventude do BE em Coimbra, único organismo que não era controlado pela direcção, Fabian Figueiredo mostrou ao seu Comité Central o dote que lhe pode valer uma meteórica ascensão na hierarquia do partido. Não é para menos. Durante quase dez anos este núcleo de jovens foi o único bastião que não dizia ámen a cada devaneio social democrático da Mesa Nacional (uma espécie de internacional dos quatro partidos federados com meia dúzia de observadores normalmente pouco satisfeitos mas relativamente bem comportados).

Para quem esteja baralhado importa dizer que sim, é verdade, o BE tem jota, e que sim, é verdade, o BE não tem um mas quatro Comités Centrais. Não creio contudo que seja o espírito clássico da nomenclatura, o problema de um partido que se constrói mais como uma marca do que como organização, embora tenha 100 funcionários para 500 militantes (os outros oito mil são aderentes).

Quando tanto se fala de pluralismo no interior dos partidos, está visto, o BE terá sempre grandes lições a dar a todos os outros. Haverá algum onde a sua direcção de turno domine cada uma das estruturas? Do movimento estudantil ao trabalho, das autarquias ao aparelho burocrático da capital? Haverá algum que tenha tido em toda a sua vida apenas uma direcção?

O Playback do Carlos Paião bastaria para responder a esta espécie de aderente de quem ainda muito se há-de falar. Que chegará ao Parlamento sobram poucas dúvidas, resta saber se vai ser pelo engenho no mata-mata do jogo do tacho em que se transformou o BE desde que teve 16 deputados, se por ter dado o corpo ao manifesto na luta política. Confesso que do personagem conheço apenas o rumor do seu ego, que é amigo do amigo e que milita contra a violência policial (pelo menos contra alguma), mas depois da sua interpelação parece não haver razões para acreditar que valha a pena dizer adeus a Lenine para dizer olá ao Fabian Figueiredo.

Playback Composição: Carlos Paião

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

Põe o microfone à frente,

Muito disfarçadamente,

Vai sorrindo, que é p’ra gente

Lá presente

Não notar!…

Em play-back tu és alguém

Mesmo afónico cantas bem…

Em play-back,

A fazer play-back

E viva o play-back

Hás-de sempre cantar

em play-back, respirar p’ra quê?

Quem não sabe também não vê…

Em play-back,

A fazer play-back

E viva o play-back

Dá p’ra toda uma soirée!..

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

.

Abre a boca, fecha a boca

Não te enganes, não te esganes,

Vais ter uma apoteose,

Põe-te em pose

P´ra agradar!…

Em play-back é que tu és bom,

A cantar sem fugir do tom…

Em play-back

A fazer play-back

E viva o play-back

Hás-de sempre cantar

com play-back até pedem bis:

Mas decerto, dirás feliz…

Em play-back

A fazer play-back

E viva o play-back

Agradeces e sorris!!

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

Em play-back, em play back, em play-back!

Em play-back, em play back, em play-back!

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Segue uma “crítica gratuita e tendencialmente corriqueira”, com apenas duas intenções: perceber por intermédio de um study-case mas, afinal, o que quer, o que é o Bloco de Esquerda? e lembrar ao study-case que por estas bandas há o terrível hábito de fazer críticas relativamente bem fundamentadas, onde a boa disposição não deve ser confundida com falta de conhecimento. Ao contrário dos blogs partido que proliferam na praça, este tem dado lições de convívio e de debate no campo da esquerda à esquerda do socialismo democrático. Ao contrário das pretensas colagens que tentam fazer, ora ao nacionalismo árabe ora ao PCP, qualquer leitor atento perceberá pelo que lê todos os dias que há mais cores no 5dias do que alguma vez houve no BE. Será porventura essa uma das características mais apreciadas do vinho desta tasca e um dos aromas que leva até os mais cépticos a voltar todos os dias.

Ao ganhar a juventude do BE em Coimbra, único organismo que não era controlado pela direcção, Fabian Figueiredo mostrou ao seu Comité Central o dote que lhe pode valer uma meteórica ascensão na hierarquia do partido. Não é para menos. Durante quase dez anos este núcleo de jovens foi o único bastião que não dizia ámen a cada devaneio social democrático da Mesa Nacional (uma espécie de internacional dos quatro partidos federados com meia dúzia de observadores normalmente pouco satisfeitos mas relativamente bem comportados).

Para quem esteja baralhado importa dizer que sim, é verdade, o BE tem jota, e que sim, é verdade, o BE não tem um mas quatro Comités Centrais. Não creio contudo que seja o espírito clássico da nomenclatura, o problema de um partido que se constrói mais como uma marca do que como organização, embora tenha 100 funcionários para 500 militantes (os outros oito mil são aderentes).

Quando tanto se fala de pluralismo no interior dos partidos, está visto, o BE terá sempre grandes lições a dar a todos os outros. Haverá algum onde a sua direcção de turno domine cada uma das estruturas? Do movimento estudantil ao trabalho, das autarquias ao aparelho burocrático da capital? Haverá algum que tenha tido em toda a sua vida apenas uma direcção?

O Playback do Carlos Paião bastaria para responder a esta espécie de aderente de quem ainda muito se há-de falar. Que chegará ao Parlamento sobram poucas dúvidas, resta saber se vai ser pelo engenho no mata-mata do jogo do tacho em que se transformou o BE desde que teve 16 deputados, se por ter dado o corpo ao manifesto na luta política. Confesso que do personagem conheço apenas o rumor do seu ego, que é amigo do amigo e que milita contra a violência policial (pelo menos contra alguma), mas depois da sua interpelação parece não haver razões para acreditar que valha a pena dizer adeus a Lenine para dizer olá ao Fabian Figueiredo.

Playback Composição: Carlos Paião

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

Põe o microfone à frente,

Muito disfarçadamente,

Vai sorrindo, que é p’ra gente

Lá presente

Não notar!…

Em play-back tu és alguém

Mesmo afónico cantas bem…

Em play-back,

A fazer play-back

E viva o play-back

Hás-de sempre cantar

em play-back, respirar p’ra quê?

Quem não sabe também não vê…

Em play-back,

A fazer play-back

E viva o play-back

Dá p’ra toda uma soirée!..

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

.

Abre a boca, fecha a boca

Não te enganes, não te esganes,

Vais ter uma apoteose,

Põe-te em pose

P´ra agradar!…

Em play-back é que tu és bom,

A cantar sem fugir do tom…

Em play-back

A fazer play-back

E viva o play-back

Hás-de sempre cantar

com play-back até pedem bis:

Mas decerto, dirás feliz…

Em play-back

A fazer play-back

E viva o play-back

Agradeces e sorris!!

Podes não saber cantar,

Nem sequer assobiar

Com certeza que não vais desafinar

Em play-back, em play back, em play-back!

Só precisas de acertar,

Não tem nada que enganar,

E, assim mesmo, sem cantar vais encantar

Em play-back, em play back, em play-back!

Em play-back, em play back, em play-back!

Em play-back, em play back, em play-back!

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