SOCIEDADE & PAÍS

20-07-2018
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SOCIEDADE & PAÍS

Vasco Lourenço revela

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS VAI TER MEMORIAL NA EXPO'98

O 25 de Abril vai ter um memorial na Expo'98 e uma exposição alusiva ao tema na Gare do Oriente.

A revelação foi feita no dia 21 pelo «capitão de Abril» Vasco Lourenço que falava após a inauguração da delegação do Norte da Associação 25 de Abril, num espaço junto à Ribeira portuense, cedido pela Câmara Municipal do Porto.

Segundo referiu, estão já em preparação as comemorações do 25 de Abril para 1999, ano em que se celebram os 25 anos da Revolução dos Cravos que libertou o País de meio século de ditadura, obscurantismo e subdesenvolvimento.

Nesse sentido, vai ser criada uma comissão, presidida por Vasco Lourenço e integrada por representantes dos três órgãos de soberania - Presidente da República, Assembleia da Republica e Governo - e outras entidades ligadas ao poder local.

Quanto às comemorações deste ano, o presidente da Associação 25 de Abril disse que «há um empenho muito grande por parte da Câmara de Lisboa, em particular de João Soares, na realização de algumas iniciativas», e que as duas entidades ainda vão manter contactos para a definição do programa.

Relativamente à polémica surgida com a entrevista do ex-inspector da PIDE Rosa Casaco ao «Expresso», Vasco Lourenço lamentou que «o poder democrático saído do 25 de Abril não tenha procurado responsabilizar os responsáveis maiores pelo regime fascista».

«O julgamento (dos responsáveis pela morte de Humberto Delgado) foi uma autêntica farsa e, mesmo assim, nada foi feito para os obrigar a cumprir a pena ridícula a que foram condenados», disse.

Branqueamento do fascismo

Considerou, por outro lado, que a entrevista pode enquadrar-se «na exploração da onda de branqueamento que tem surgido em relação ao fascismo», salientando, no entanto, que tal entendimento nada tem a ver com o jornalista José Pedro Castanheira, por quem, disse, tem «a maior consideração».

Vasco Lourenço disse ter «sentimentos contraditórios» quanto a esta questão porque, «no fundo, Rosa Casaco é um pobre diabo que, se ainda diz que voltaria a ser da PIDE, é porque é um doente mental».

No acto de inauguração da sede do Norte da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço salientou que esta é «a primeira sede» da instituição, já que as instalações de Lisboa são arrendadas.

«Há um projecto para uma sede nacional, em Lisboa, que espero seja concluído a tempo das comemorações do próximo ano», afirmou.

Antero Ribeiro da Silva, que foi reconduzido como presidente da delegação Norte, por mais um mandato de dois anos, disse que entre os vários projectos em carteira esta realização de três colóquios, nos dias 4, 11 e 18 de Abril, sobre os Direitos do Homem.

Esta iniciativa insere-se no âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos e coincide com o 50º aniversário da proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Ribeiro da Silva lançou um desafio ao município do Porto, no sentido de este vir a inaugurar um monumento à Revolução e convidou a autarquia a integrar-se nos preparativos das comemorações do 25 de Abril para 1999.

TUDO A POSTOS PARA A AVENTURA

O Ministério da Educação (ME) garantiu, no dia 21 de Fevereiro, que dará todo o apoio necessário para a participação das escolas na Exposição Mundial de Lisboa 1998.

A mesma fonte informou que essa participação está a ser preparada desde 1994 com o Programa Oceanofilia da Expo'98. Trata-se de uma iniciativa que envolve alunos de escolas dos 2º e 3º ciclos dos ensinos básico e secundário que privilegiaram a temática «Os Oceanos: Um Património para o futuro» nos seus planos de actividades e que, anualmente, se submeteram a concursos nacionais de selecção, pelo que existem hoje 98 estabelecimentos de ensino que integram a Rede de Escolas Expo'98.

Acesso à Exposição

O acordo de colaboração entre o ME e a Sociedade Parque Expo'98, assinado no passado dia 19 de Janeiro, formalizou a cooperação entre as partes, incluindo a educação pré-escolar e o 1º ciclo.

Proporcionar ao maior número possível de escolas a participação na Exposição Mundial e assegurar que as visitas de grupos escolares organizados são os objectivos deste acordo.

As visitas serão realizadas dentro de quotas que têm em conta possibilidades logísticas e operacionais.

Pretende-se que a experiência seja inserida em programas que, sem esquecer a componente lúdica do evento, motivem o desenvolvimento cultural educativo e científico dos alunos.

No âmbito do referido acordo estão previstas visitas diárias de cerca de 190 grupos de 25 elementos, exceptuando os sábados domingos e feriados.

Durante o mês de Agosto esse número reduzir-se-á para 12 e, na última quinzena de Setembro, já não estão programadas visitas de grupos escolares organizados.

Os grupos integram, igualmente, os alunos dos núcleos de ensino português no estrangeiro e alunos estrangeiros com projectos de intercâmbio consolidado com escolas portuguesas e por elas acolhidos.

Todos os alunos integrados nestas condições beneficiarão de bilhetes com preço bonificado (1.250 escudos por dia).

Apoios logísticos

O Ministério da Educação, com a colaboração do Ministério da Defesa Nacional, proporcionará alojamento e pequeno-almoço gratuito, dentro de limites logísticos, a grupos de jovens visitantes.

Está em fase final de preparação um protocolo que o ME assinará com a Caminhos de Ferro Portugueses (CP) para oferecer facilidades especiais de transporte a grupos escolares, mesmo que não abrangidos pelo acordo ME/Expo'98

CAMIÃO PROMOCIONAL INICIOU PÉRIPLO EUROPEU

Um camião promocional da Expo'98, transportando uma exposição itinerante, partiu, no dia 23, de Lisboa em direcção a Paris, primeiro destino de um périplo por 18 cidades europeias que terminará a 28 de Junho, em Sevilha.

Bruxelas, Londres, Manchester, Amesterdão, Colónia, Hamburgo, Berlim, Munique, Zurique, Milão, Roma, Lion, Marselha, Barcelona, Valência e Madrid completam a lista das cidades que vão receber a visita do Camião Expo'98.

Divulgar a última exposição mundial do século, que decorre de Maio a Setembro, em Lisboa, e captar mais visitantes para o evento são os objectivos desta iniciativa.

Imagens alusivas à Expo'98 decoram a parte exterior do camião, cujo interior é constituído por uma sala de exposições contendo fotografias, maquetas e vídeos através dos quais os visitantes podem obter as informações mais diversificadas.

O veículo permanecerá cinco dias em cada cidade, o primeiro dos quais será sempre dedicado à visita dos jornalistas locais.

Para despertar a atenção da população em geral, nos restantes quatro dias desenvolvem-se iniciativas de carácter apelativo, que incluirão a participação de pessoas ligadas ao turismo, membros de associações portuguesas e líderes de opinião.

(MJR/JCCB)

Negócios Estrangeiros

SUBSÍDIOS PARA AS COMUNIDADES EM 1997 - MAIS DE 100 MIL CONTOS EM APOIOS

O Governo concedeu, em 1997, mais de 100 mil contos de subsídios a associações, colectividades e iniciativas portuguesas na diáspora, dos quais 30 mil foram gastos em França.

As estatísticas da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares revelam que a verba contemplou 25 países, incluindo Portugal, num total de 75 mil contos, tendo o restante valor sido aplicado em várias iniciativas, nomeadamente, «Portugal no Coração» ou o «Prémio de Jornalismo Comunidades Portuguesas/1997».

A Europa, com 14 países, foi o continente que mais beneficiou das ajudas financeiras concedidas pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), em 1997, ao receber cerca de 51 mil contos, mais de metade do total distribuído.

Dos 14 países europeus, só a França arrecadou cerca de 30 mil contos, ou seja, 60 por cento do total distribuído na Europa e 30 por cento da totalidade da verba disponibilizada (100 mil contos) pelo Governo no ano passado.

O Luxemburgo ocupa a segunda posição dos países mais beneficiados, com cerca de 6.500 contos distribuídos por várias associações e iniciativas, surgindo logo depois a Alemanha, que recebeu ao longo de 1997 mais de 5 400 contos.

Ainda na Europa, aparece a Suíça (com 4 mil contos), Bélgica (com dois mil contos), Espanha (com 1 700 contos), Holanda (650 contos), Portugal (500 contos), Suécia (400 contos) e Grã-Bretanha (300 contos).

A Áustria (200 contos), a Noruega (153 contos), Andorra (150 contos) e a Itália (com 40 contos) são os países da Europa que menos receberam da SECP o ano passado em termos de subsídios.

O continente americano é o segundo mais favorecido com apoios do Executivo, tendo recebido, em 1997, um total de 19 mil contos distribuídos por seis países, sendo de reter que os EUA receberam a maior fatia, cerca de 8 mil contos.

O Brasil foi contemplado com quase quatro mil contos, logo seguido pelo Canadá (3 300 contos), a Venezuela (800 contos) e por fim o Uruguai com cerca de 500 contos.

Também as comunidades portuguesas radicadas no continente africano receberam, em 1997, ajudas financeiras para poder levar a cabo algumas iniciativas, mas apenas quatro países receberam cerca de 2 800 contos.

A África do Sul destaca-se ao receber cerca de 1 600 contos, mais de metade da verba disponibilizada para os quatro países, enquanto na segunda posição se encontra Moçambique, com cerca de 600 contos, logo seguido pelo Zimbabwe com 400 contos e Angola que recebeu apenas 150 contos.

A Austrália recebeu, durante o ano passado, um total de dois mil contos, enquanto a Ásia não registou, nesse mesmo ano, qualquer apoio financeiro do Governo português.

Os 100 mil contos concedidos pela SECP, em 1997, foram gastos em iniciativas ligadas aos jovens e à educação, como visitas e bolsas de estudo, e deslocações de organizações culturais, nomeadamente, ranchos folclóricos. No entanto, as associações e colectividades portuguesas no estrangeiro foram as principais beneficiárias.

Regiões

EDUARDO CABRITA DEFENDE REFORMA DO ESTADO E REGIONALIZAÇÃO

O alto-comissário para a Regionalização defendeu no dia 20, em Faro, a reforma do Estado e a consequente institucionalização das Regiões Administrativas.

«Mais de duas décadas sobre o estabelecimento do Estado democrático e de uma década sobre a participação de pleno direito de Portugal nas instituições europeias, há que saber dizer sim ao desafio da adiada reforma da administração pública de que a criação das regiões administrativas e uma componente indispensável», disse Eduardo Cabrita.

Intervindo na Universidade do Algarve numa conferência sobre «A afirmação das regiões como factor de coesão e desenvolvimento integrado», defendeu uma «Europa mais fraterna e com menos assimetrias».

«Numa visão institucional, a uma velha Europa feita de diálogo entre nações, hoje cabe-nos olhar cada vez mais para uma Europa complexa em que a realidade dos Estados nacionais e enriquecida pelo diálogo transfronteiriço, pela cooperação inter-regional e pela Europa das regiões», sublinhou.

Eduardo Cabrita, que representou na cerimónia o ministro do Equipamento, João Cravinho, disse ainda que «Portugal se distingue dos outros países da União Europeia por um défice de legitimidade resultante da ausência de uma plena representatividade regional».

«Nós não podemos defender a coesão económica e social à escala nacional e afastá-la à escala regional, esquecê-la e considerá-la um objecto distante, secundário e longínquo», disse.

«Não podemos exigir solidariedade europeia em Bruxelas ou Estrasburgo e esquecê-la em Lisboa, Faro ou Porto», disse ainda.

SOCIEDADE & PAÍS

Vasco Lourenço revela

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS VAI TER MEMORIAL NA EXPO'98

O 25 de Abril vai ter um memorial na Expo'98 e uma exposição alusiva ao tema na Gare do Oriente.

A revelação foi feita no dia 21 pelo «capitão de Abril» Vasco Lourenço que falava após a inauguração da delegação do Norte da Associação 25 de Abril, num espaço junto à Ribeira portuense, cedido pela Câmara Municipal do Porto.

Segundo referiu, estão já em preparação as comemorações do 25 de Abril para 1999, ano em que se celebram os 25 anos da Revolução dos Cravos que libertou o País de meio século de ditadura, obscurantismo e subdesenvolvimento.

Nesse sentido, vai ser criada uma comissão, presidida por Vasco Lourenço e integrada por representantes dos três órgãos de soberania - Presidente da República, Assembleia da Republica e Governo - e outras entidades ligadas ao poder local.

Quanto às comemorações deste ano, o presidente da Associação 25 de Abril disse que «há um empenho muito grande por parte da Câmara de Lisboa, em particular de João Soares, na realização de algumas iniciativas», e que as duas entidades ainda vão manter contactos para a definição do programa.

Relativamente à polémica surgida com a entrevista do ex-inspector da PIDE Rosa Casaco ao «Expresso», Vasco Lourenço lamentou que «o poder democrático saído do 25 de Abril não tenha procurado responsabilizar os responsáveis maiores pelo regime fascista».

«O julgamento (dos responsáveis pela morte de Humberto Delgado) foi uma autêntica farsa e, mesmo assim, nada foi feito para os obrigar a cumprir a pena ridícula a que foram condenados», disse.

Branqueamento do fascismo

Considerou, por outro lado, que a entrevista pode enquadrar-se «na exploração da onda de branqueamento que tem surgido em relação ao fascismo», salientando, no entanto, que tal entendimento nada tem a ver com o jornalista José Pedro Castanheira, por quem, disse, tem «a maior consideração».

Vasco Lourenço disse ter «sentimentos contraditórios» quanto a esta questão porque, «no fundo, Rosa Casaco é um pobre diabo que, se ainda diz que voltaria a ser da PIDE, é porque é um doente mental».

No acto de inauguração da sede do Norte da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço salientou que esta é «a primeira sede» da instituição, já que as instalações de Lisboa são arrendadas.

«Há um projecto para uma sede nacional, em Lisboa, que espero seja concluído a tempo das comemorações do próximo ano», afirmou.

Antero Ribeiro da Silva, que foi reconduzido como presidente da delegação Norte, por mais um mandato de dois anos, disse que entre os vários projectos em carteira esta realização de três colóquios, nos dias 4, 11 e 18 de Abril, sobre os Direitos do Homem.

Esta iniciativa insere-se no âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos e coincide com o 50º aniversário da proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Ribeiro da Silva lançou um desafio ao município do Porto, no sentido de este vir a inaugurar um monumento à Revolução e convidou a autarquia a integrar-se nos preparativos das comemorações do 25 de Abril para 1999.

TUDO A POSTOS PARA A AVENTURA

O Ministério da Educação (ME) garantiu, no dia 21 de Fevereiro, que dará todo o apoio necessário para a participação das escolas na Exposição Mundial de Lisboa 1998.

A mesma fonte informou que essa participação está a ser preparada desde 1994 com o Programa Oceanofilia da Expo'98. Trata-se de uma iniciativa que envolve alunos de escolas dos 2º e 3º ciclos dos ensinos básico e secundário que privilegiaram a temática «Os Oceanos: Um Património para o futuro» nos seus planos de actividades e que, anualmente, se submeteram a concursos nacionais de selecção, pelo que existem hoje 98 estabelecimentos de ensino que integram a Rede de Escolas Expo'98.

Acesso à Exposição

O acordo de colaboração entre o ME e a Sociedade Parque Expo'98, assinado no passado dia 19 de Janeiro, formalizou a cooperação entre as partes, incluindo a educação pré-escolar e o 1º ciclo.

Proporcionar ao maior número possível de escolas a participação na Exposição Mundial e assegurar que as visitas de grupos escolares organizados são os objectivos deste acordo.

As visitas serão realizadas dentro de quotas que têm em conta possibilidades logísticas e operacionais.

Pretende-se que a experiência seja inserida em programas que, sem esquecer a componente lúdica do evento, motivem o desenvolvimento cultural educativo e científico dos alunos.

No âmbito do referido acordo estão previstas visitas diárias de cerca de 190 grupos de 25 elementos, exceptuando os sábados domingos e feriados.

Durante o mês de Agosto esse número reduzir-se-á para 12 e, na última quinzena de Setembro, já não estão programadas visitas de grupos escolares organizados.

Os grupos integram, igualmente, os alunos dos núcleos de ensino português no estrangeiro e alunos estrangeiros com projectos de intercâmbio consolidado com escolas portuguesas e por elas acolhidos.

Todos os alunos integrados nestas condições beneficiarão de bilhetes com preço bonificado (1.250 escudos por dia).

Apoios logísticos

O Ministério da Educação, com a colaboração do Ministério da Defesa Nacional, proporcionará alojamento e pequeno-almoço gratuito, dentro de limites logísticos, a grupos de jovens visitantes.

Está em fase final de preparação um protocolo que o ME assinará com a Caminhos de Ferro Portugueses (CP) para oferecer facilidades especiais de transporte a grupos escolares, mesmo que não abrangidos pelo acordo ME/Expo'98

CAMIÃO PROMOCIONAL INICIOU PÉRIPLO EUROPEU

Um camião promocional da Expo'98, transportando uma exposição itinerante, partiu, no dia 23, de Lisboa em direcção a Paris, primeiro destino de um périplo por 18 cidades europeias que terminará a 28 de Junho, em Sevilha.

Bruxelas, Londres, Manchester, Amesterdão, Colónia, Hamburgo, Berlim, Munique, Zurique, Milão, Roma, Lion, Marselha, Barcelona, Valência e Madrid completam a lista das cidades que vão receber a visita do Camião Expo'98.

Divulgar a última exposição mundial do século, que decorre de Maio a Setembro, em Lisboa, e captar mais visitantes para o evento são os objectivos desta iniciativa.

Imagens alusivas à Expo'98 decoram a parte exterior do camião, cujo interior é constituído por uma sala de exposições contendo fotografias, maquetas e vídeos através dos quais os visitantes podem obter as informações mais diversificadas.

O veículo permanecerá cinco dias em cada cidade, o primeiro dos quais será sempre dedicado à visita dos jornalistas locais.

Para despertar a atenção da população em geral, nos restantes quatro dias desenvolvem-se iniciativas de carácter apelativo, que incluirão a participação de pessoas ligadas ao turismo, membros de associações portuguesas e líderes de opinião.

(MJR/JCCB)

Negócios Estrangeiros

SUBSÍDIOS PARA AS COMUNIDADES EM 1997 - MAIS DE 100 MIL CONTOS EM APOIOS

O Governo concedeu, em 1997, mais de 100 mil contos de subsídios a associações, colectividades e iniciativas portuguesas na diáspora, dos quais 30 mil foram gastos em França.

As estatísticas da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares revelam que a verba contemplou 25 países, incluindo Portugal, num total de 75 mil contos, tendo o restante valor sido aplicado em várias iniciativas, nomeadamente, «Portugal no Coração» ou o «Prémio de Jornalismo Comunidades Portuguesas/1997».

A Europa, com 14 países, foi o continente que mais beneficiou das ajudas financeiras concedidas pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), em 1997, ao receber cerca de 51 mil contos, mais de metade do total distribuído.

Dos 14 países europeus, só a França arrecadou cerca de 30 mil contos, ou seja, 60 por cento do total distribuído na Europa e 30 por cento da totalidade da verba disponibilizada (100 mil contos) pelo Governo no ano passado.

O Luxemburgo ocupa a segunda posição dos países mais beneficiados, com cerca de 6.500 contos distribuídos por várias associações e iniciativas, surgindo logo depois a Alemanha, que recebeu ao longo de 1997 mais de 5 400 contos.

Ainda na Europa, aparece a Suíça (com 4 mil contos), Bélgica (com dois mil contos), Espanha (com 1 700 contos), Holanda (650 contos), Portugal (500 contos), Suécia (400 contos) e Grã-Bretanha (300 contos).

A Áustria (200 contos), a Noruega (153 contos), Andorra (150 contos) e a Itália (com 40 contos) são os países da Europa que menos receberam da SECP o ano passado em termos de subsídios.

O continente americano é o segundo mais favorecido com apoios do Executivo, tendo recebido, em 1997, um total de 19 mil contos distribuídos por seis países, sendo de reter que os EUA receberam a maior fatia, cerca de 8 mil contos.

O Brasil foi contemplado com quase quatro mil contos, logo seguido pelo Canadá (3 300 contos), a Venezuela (800 contos) e por fim o Uruguai com cerca de 500 contos.

Também as comunidades portuguesas radicadas no continente africano receberam, em 1997, ajudas financeiras para poder levar a cabo algumas iniciativas, mas apenas quatro países receberam cerca de 2 800 contos.

A África do Sul destaca-se ao receber cerca de 1 600 contos, mais de metade da verba disponibilizada para os quatro países, enquanto na segunda posição se encontra Moçambique, com cerca de 600 contos, logo seguido pelo Zimbabwe com 400 contos e Angola que recebeu apenas 150 contos.

A Austrália recebeu, durante o ano passado, um total de dois mil contos, enquanto a Ásia não registou, nesse mesmo ano, qualquer apoio financeiro do Governo português.

Os 100 mil contos concedidos pela SECP, em 1997, foram gastos em iniciativas ligadas aos jovens e à educação, como visitas e bolsas de estudo, e deslocações de organizações culturais, nomeadamente, ranchos folclóricos. No entanto, as associações e colectividades portuguesas no estrangeiro foram as principais beneficiárias.

Regiões

EDUARDO CABRITA DEFENDE REFORMA DO ESTADO E REGIONALIZAÇÃO

O alto-comissário para a Regionalização defendeu no dia 20, em Faro, a reforma do Estado e a consequente institucionalização das Regiões Administrativas.

«Mais de duas décadas sobre o estabelecimento do Estado democrático e de uma década sobre a participação de pleno direito de Portugal nas instituições europeias, há que saber dizer sim ao desafio da adiada reforma da administração pública de que a criação das regiões administrativas e uma componente indispensável», disse Eduardo Cabrita.

Intervindo na Universidade do Algarve numa conferência sobre «A afirmação das regiões como factor de coesão e desenvolvimento integrado», defendeu uma «Europa mais fraterna e com menos assimetrias».

«Numa visão institucional, a uma velha Europa feita de diálogo entre nações, hoje cabe-nos olhar cada vez mais para uma Europa complexa em que a realidade dos Estados nacionais e enriquecida pelo diálogo transfronteiriço, pela cooperação inter-regional e pela Europa das regiões», sublinhou.

Eduardo Cabrita, que representou na cerimónia o ministro do Equipamento, João Cravinho, disse ainda que «Portugal se distingue dos outros países da União Europeia por um défice de legitimidade resultante da ausência de uma plena representatividade regional».

«Nós não podemos defender a coesão económica e social à escala nacional e afastá-la à escala regional, esquecê-la e considerá-la um objecto distante, secundário e longínquo», disse.

«Não podemos exigir solidariedade europeia em Bruxelas ou Estrasburgo e esquecê-la em Lisboa, Faro ou Porto», disse ainda.

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