A meta do défice de 1,6% vai permitir mexer nos escalões do IRS e descongelar os salários do Estado em 2018?
Esta foi uma grande vitória que se deve, também, ao sólido apoio dos partidos que sustentam esta solução governativa. Veio provar que esta solução é viável, promove o crescimento e a eventual saída do país do procedimento por défice excessivo. Em 2018, a nossa força resultará da continuação da estratégia assente em resultados.
Também prova que havia folga...
É muito fácil fazer previsões de resultados à segunda-feira... No OE de 2018 prevê-se o início de um caminho de reabertura de dinâmica das carreiras na Função Pública.
Há margem para ir mais rápido e mais longe, como pedem PCP e BE?
Não há compromissos quantificados para 2018. Queremos fechar com pleno sucesso 2016, porque o caso português é visto com muita atenção e quanto maior for o nosso sucesso, maior a nossa autonomia.
Autonomia para discutir a dívida?
Essa matéria só faz sentido ser analisada no quadro global europeu. Mas melhores resultados em matéria de défice permitem maior autoridade para falar no quadro europeu.
E as reivindicações dos parceiros de coligação?
Compreendo perfeitamente as suas expectativas, mas cumpriremos o tempo do programa do Governo. Este é um Governo prudente que gosta de cumprir a sua palavra e mostrar resultados em vez de fazer promessas que são retificadas a cada seis meses. O OE de 2018 irá tão longe quanto tivermos bons resultados em 2017.
Como conseguiu o PS convencer o PCP e o BE ?
Não temos uma visão missionária. Não aspiramos a converter-nos entre nós. Esses partidos são corresponsáveis pela estabilidade política, social e pela reposição de rendimentos, que promove o crescimento.
A geringonça vai chegar ao fim da legislatura?
Não tenho vocação de oráculo, mas seria muito bom para Portugal.
É preciso um novo acordo?
A ansiedade não é boa em política. Ainda é cedo para fazer projeções. Mas esta solução tem ultrapassado largamente os resultados esperados, marcados pelos melhores indicadores de confiança desde há muitos anos.
Como responde a Catarina Martins, que diz que o acordo não está esgotado e defende que a reestruturação da dívida deve deixar de ser tabu?
Concordo que o acordo está longe de estar esgotado. Mas não há tabu nenhum. Fui subscritor de um documento sobre a matéria [reestruturação da dívida] e defendo hoje o mesmo: a questão só tem uma resposta à escala europeia. Temos que ter mais cooperação e menos muros.
PCP e Bloco têm, nos últimos tempos, elevado a voz contra o Governo...
Não tenho essa valorização de decibéis. Há matérias em que expressam posições próprias, que são legítimas.
Críticas ao Novo Banco, ao aeroporto do Montijo, à TSU, aos precários...
Valorizo com atenção o que o PCP e o BE dizem, mas não devemos dar uma atenção que não corresponda ao pleno empenho nesta solução governativa. Ao longo destes 15 meses expressaram posições que se caracterizam pela coerência.
Como vê a campanha do PCP de defesa da saída do euro?
Não vejo aí nenhuma novidade. A posição do Governo é de participação ativa no debate europeu, de que Portugal esteve fora durante anos. Devem-se superar as insuficiências do euro, não destruindo este espaço.
Manuel Alegre e Francisco Assis, um defensor da ‘geringonça’, o outro crítico, convergem no reparo à paralisia do reformismo por parte do Governo.
São visões estimulantes que só nos ajudam. O Governo tem uma dinâmica de tal forma reformista que até a comunicação social tem dificuldade em acompanhar.
Manuel Alegre está a ser injusto?
Não faço valorações morais.
Se o PS tiver maioria absoluta, convida PCP e BE para apoiar o Governo no Parlamento?
É fundamental um compromisso social e político alargado. Cria estabilidade social, é bom para os empresários. Temos menos conflitualidade social do que a Alemanha, França ou Espanha, e isso contribui para a confiança coletiva.
A evolução da ‘geringonça’ pode passar por incluir no futuro ministros do PCP ou do BE?
Não vamos antecipar. Vamos primeiro consolidar estes quatro anos. A cooperação no respeito pela diferença tem superado as melhores expectativas.
Não exclui essa possibilidade?
Não excluo, porque num quadro democrático todos os partidos parlamentares devem contribuir para a construção de soluções políticas.
A continuar a boa coabitação com o PR, admite que o PS apoie uma recandidatura?
Cada coisa a seu tempo. Faço uma avaliação muito positiva do seu mandato. Fui aluno dele em 1980/81 e tenho desde aí uma relação muito cordial com Marcelo Rebelo de Sousa. Na Presidência tem correspondido ao homem que conheci. Não vamos antecipar. Seria mais emocionante fazer algum anúncio, mas cada coisa a seu tempo. Nem sabemos ainda se há recandidatura.
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A meta do défice de 1,6% vai permitir mexer nos escalões do IRS e descongelar os salários do Estado em 2018?
Esta foi uma grande vitória que se deve, também, ao sólido apoio dos partidos que sustentam esta solução governativa. Veio provar que esta solução é viável, promove o crescimento e a eventual saída do país do procedimento por défice excessivo. Em 2018, a nossa força resultará da continuação da estratégia assente em resultados.
Também prova que havia folga...
É muito fácil fazer previsões de resultados à segunda-feira... No OE de 2018 prevê-se o início de um caminho de reabertura de dinâmica das carreiras na Função Pública.
Há margem para ir mais rápido e mais longe, como pedem PCP e BE?
Não há compromissos quantificados para 2018. Queremos fechar com pleno sucesso 2016, porque o caso português é visto com muita atenção e quanto maior for o nosso sucesso, maior a nossa autonomia.
Autonomia para discutir a dívida?
Essa matéria só faz sentido ser analisada no quadro global europeu. Mas melhores resultados em matéria de défice permitem maior autoridade para falar no quadro europeu.
E as reivindicações dos parceiros de coligação?
Compreendo perfeitamente as suas expectativas, mas cumpriremos o tempo do programa do Governo. Este é um Governo prudente que gosta de cumprir a sua palavra e mostrar resultados em vez de fazer promessas que são retificadas a cada seis meses. O OE de 2018 irá tão longe quanto tivermos bons resultados em 2017.
Como conseguiu o PS convencer o PCP e o BE ?
Não temos uma visão missionária. Não aspiramos a converter-nos entre nós. Esses partidos são corresponsáveis pela estabilidade política, social e pela reposição de rendimentos, que promove o crescimento.
A geringonça vai chegar ao fim da legislatura?
Não tenho vocação de oráculo, mas seria muito bom para Portugal.
É preciso um novo acordo?
A ansiedade não é boa em política. Ainda é cedo para fazer projeções. Mas esta solução tem ultrapassado largamente os resultados esperados, marcados pelos melhores indicadores de confiança desde há muitos anos.
Como responde a Catarina Martins, que diz que o acordo não está esgotado e defende que a reestruturação da dívida deve deixar de ser tabu?
Concordo que o acordo está longe de estar esgotado. Mas não há tabu nenhum. Fui subscritor de um documento sobre a matéria [reestruturação da dívida] e defendo hoje o mesmo: a questão só tem uma resposta à escala europeia. Temos que ter mais cooperação e menos muros.
PCP e Bloco têm, nos últimos tempos, elevado a voz contra o Governo...
Não tenho essa valorização de decibéis. Há matérias em que expressam posições próprias, que são legítimas.
Críticas ao Novo Banco, ao aeroporto do Montijo, à TSU, aos precários...
Valorizo com atenção o que o PCP e o BE dizem, mas não devemos dar uma atenção que não corresponda ao pleno empenho nesta solução governativa. Ao longo destes 15 meses expressaram posições que se caracterizam pela coerência.
Como vê a campanha do PCP de defesa da saída do euro?
Não vejo aí nenhuma novidade. A posição do Governo é de participação ativa no debate europeu, de que Portugal esteve fora durante anos. Devem-se superar as insuficiências do euro, não destruindo este espaço.
Manuel Alegre e Francisco Assis, um defensor da ‘geringonça’, o outro crítico, convergem no reparo à paralisia do reformismo por parte do Governo.
São visões estimulantes que só nos ajudam. O Governo tem uma dinâmica de tal forma reformista que até a comunicação social tem dificuldade em acompanhar.
Manuel Alegre está a ser injusto?
Não faço valorações morais.
Se o PS tiver maioria absoluta, convida PCP e BE para apoiar o Governo no Parlamento?
É fundamental um compromisso social e político alargado. Cria estabilidade social, é bom para os empresários. Temos menos conflitualidade social do que a Alemanha, França ou Espanha, e isso contribui para a confiança coletiva.
A evolução da ‘geringonça’ pode passar por incluir no futuro ministros do PCP ou do BE?
Não vamos antecipar. Vamos primeiro consolidar estes quatro anos. A cooperação no respeito pela diferença tem superado as melhores expectativas.
Não exclui essa possibilidade?
Não excluo, porque num quadro democrático todos os partidos parlamentares devem contribuir para a construção de soluções políticas.
A continuar a boa coabitação com o PR, admite que o PS apoie uma recandidatura?
Cada coisa a seu tempo. Faço uma avaliação muito positiva do seu mandato. Fui aluno dele em 1980/81 e tenho desde aí uma relação muito cordial com Marcelo Rebelo de Sousa. Na Presidência tem correspondido ao homem que conheci. Não vamos antecipar. Seria mais emocionante fazer algum anúncio, mas cada coisa a seu tempo. Nem sabemos ainda se há recandidatura.