A história de um touro votivo na região de Beja

05-08-2020
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A história de um touro votivo na região de Beja

A escultura foi encontrada num monumento funerário associado à sepultura de um adulto, “possivelmente um guerreiro, dado que ali se encontraram duas lanças, um punhal e um vaso cerâmico”, diz José António Pereira.

Na região de Beja, o touro é um elemento presente nas várias épocas de ocupação, com esculturas conhecidas dos períodos romanos, medieval, manuelino e da actualidade.

Fotografia António Cunha

Dificilmente, porém, a equipa de arqueólogos da empresa Novarqueologia, contratada pela Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) no âmbito do projecto de minimização do impacte da construção do adutor Pisão-Beja, esperaria encontrar esta escultura votiva de cerâmica no contexto da primeira Idade do Ferro, no século VII a.C. Tombado sobre a barriga, ligeiramente recostado e apoiado em apenas três pernas, dobradas pelo joelho, o animal poderá ter sido colado a uma base. Desconhece-se naturalmente a sua função, mas tem sido defendido que a atitude de repouso de esculturas votivas poderia estar associada à representação de um deus do mundo sobrenatural.

“As intervenções arqueológicas sustentadas pela EDIA aumentaram drasticamente a informação disponível sobre a primeira Idade do Ferro no Baixo Alentejo”, diz o arqueólogo Paulo Marques. Gradualmente, tem vindo a ganhar sustentação a tese de que, no Sudoeste da Península Ibérica, ocorreu uma complexificação social progressiva, expressa no mundo funerário. Este achado de Cinco Reis 8 e a descoberta de uma nova tipologia de necrópoles, construídas com recintos rectangulares limitados por fossos com inumações individuais, “sugerem que há ainda muito por desvendar”, completa o arqueólogo José António Pereira.

A história de um touro votivo na região de Beja

A escultura foi encontrada num monumento funerário associado à sepultura de um adulto, “possivelmente um guerreiro, dado que ali se encontraram duas lanças, um punhal e um vaso cerâmico”, diz José António Pereira.

Na região de Beja, o touro é um elemento presente nas várias épocas de ocupação, com esculturas conhecidas dos períodos romanos, medieval, manuelino e da actualidade.

Fotografia António Cunha

Dificilmente, porém, a equipa de arqueólogos da empresa Novarqueologia, contratada pela Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) no âmbito do projecto de minimização do impacte da construção do adutor Pisão-Beja, esperaria encontrar esta escultura votiva de cerâmica no contexto da primeira Idade do Ferro, no século VII a.C. Tombado sobre a barriga, ligeiramente recostado e apoiado em apenas três pernas, dobradas pelo joelho, o animal poderá ter sido colado a uma base. Desconhece-se naturalmente a sua função, mas tem sido defendido que a atitude de repouso de esculturas votivas poderia estar associada à representação de um deus do mundo sobrenatural.

“As intervenções arqueológicas sustentadas pela EDIA aumentaram drasticamente a informação disponível sobre a primeira Idade do Ferro no Baixo Alentejo”, diz o arqueólogo Paulo Marques. Gradualmente, tem vindo a ganhar sustentação a tese de que, no Sudoeste da Península Ibérica, ocorreu uma complexificação social progressiva, expressa no mundo funerário. Este achado de Cinco Reis 8 e a descoberta de uma nova tipologia de necrópoles, construídas com recintos rectangulares limitados por fossos com inumações individuais, “sugerem que há ainda muito por desvendar”, completa o arqueólogo José António Pereira.

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