Já foi apelidado de “Ronaldo das finanças” por causa dos resultados conseguidos na frente económica, e de “supermário”, por causa dos superpoderes que o cargo, por inerência, lhe confere. Mas, para o PSD, o cognome que melhor assenta ao ministro das Finanças é “Mário, o cativador”.
Na origem da alcunha está uma crítica que tanto o PSD como o CDS vêm fazendo recorrentemente a Mário Centeno: a de que só tem conseguido cumprir as metas orçamentais a que se propõe porque estrangula os serviços públicos e lança mão de cativações.
Duarte Pacheco, deputado do PSD, abriu as hostilidades esta sexta-feira durante o debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019, apelidando o documento de “ manhoso, porque proclama uma coisa e consta lá outra”.
Por exemplo, os social-democratas duvidam que para o ano a economia cresça 2,2%, como antecipa o Governo e lembra que, se essa meta falhar, também o défice estimado de 0,2% do PIB derrapará. Apesar disso, o PSD acredita que Mário Centeno consiga na mesma cumprir os seus objetivos, porque, como fez até aqui, vai lançar mão de cortes, transformando a proposta de Orçamento para 2019 num exercício de ficção que apenas serve para “atirar areia para os olhos da coligação”.
“Acredito que cumpra a meta, mas diga-nos onde vai cortar. Onde estão as cativações?”, perguntou Duarte Pacheco, para de seguida alcunhar o ministro das Finanças de “Mário, o cativador”.
Centeno, que até agora ainda não revelou qual o valor de cativações com que conta para o ano, não respondeu diretamente à pergunta, mas, no seu discurso inicial, já havia antecipado os argumentos da direita.
Acusando o PSD de usar “argumentos desesperados” sem qualquer adesão à realidade do país, o ministro das finanças reforçou que “não há cortes nenhuns, não há nenhum programa orçamental em que se veja que a despesa cai”. Administração Central, serviço nacional de saúde, Comboios de Portugal, Infra-estruturas de Portugal, Polícia Judiciaria, Ministério da Administração Interna, Educação, são tudo áreas onde o investimento público e a despesa aumentam significativamente, enunciou.
Bloco: “É obvio que o Governo inscreve uma meta para cumprir outra”
Mais adiante no debate, Mariana Mortágua validaria os argumentos do PSD, dizendo que “é evidente, já toda a gente percebeu, que o Governo inscreve uma meta orçamental para cumprir outra”. O importante, segundo a deputada, será perceber se os reforços orçamentais que são anunciados para as diversas áreas setoriais serão efetivamente gastos.
A bloquista também voltou a insistir nas cativações, nomeadamente para saber quais os montantes cativados em 2018 e qual a previsão para 2019.
Na resposta, Mário Centeno garantiu que, neste momento, 99% da despesa orçamentada está executada, e que, à exceção de 2016, ano em que houve uma “perturbação”, os níveis de investimento recuperaram de forma “muito significativa”.
Sobre o valor das cativações, diz que este ano ele ronda os 500 milhões de euros mas, para 2019, "infelizmente" ainda não tem esse número hoje", o que levaria João Almeida, do CDS/PP, a insitir na pergunta: “Diga-nos: vamos ter outro ano extraordinário de cativações para que o défice seja cumprido?”
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Já foi apelidado de “Ronaldo das finanças” por causa dos resultados conseguidos na frente económica, e de “supermário”, por causa dos superpoderes que o cargo, por inerência, lhe confere. Mas, para o PSD, o cognome que melhor assenta ao ministro das Finanças é “Mário, o cativador”.
Na origem da alcunha está uma crítica que tanto o PSD como o CDS vêm fazendo recorrentemente a Mário Centeno: a de que só tem conseguido cumprir as metas orçamentais a que se propõe porque estrangula os serviços públicos e lança mão de cativações.
Duarte Pacheco, deputado do PSD, abriu as hostilidades esta sexta-feira durante o debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019, apelidando o documento de “ manhoso, porque proclama uma coisa e consta lá outra”.
Por exemplo, os social-democratas duvidam que para o ano a economia cresça 2,2%, como antecipa o Governo e lembra que, se essa meta falhar, também o défice estimado de 0,2% do PIB derrapará. Apesar disso, o PSD acredita que Mário Centeno consiga na mesma cumprir os seus objetivos, porque, como fez até aqui, vai lançar mão de cortes, transformando a proposta de Orçamento para 2019 num exercício de ficção que apenas serve para “atirar areia para os olhos da coligação”.
“Acredito que cumpra a meta, mas diga-nos onde vai cortar. Onde estão as cativações?”, perguntou Duarte Pacheco, para de seguida alcunhar o ministro das Finanças de “Mário, o cativador”.
Centeno, que até agora ainda não revelou qual o valor de cativações com que conta para o ano, não respondeu diretamente à pergunta, mas, no seu discurso inicial, já havia antecipado os argumentos da direita.
Acusando o PSD de usar “argumentos desesperados” sem qualquer adesão à realidade do país, o ministro das finanças reforçou que “não há cortes nenhuns, não há nenhum programa orçamental em que se veja que a despesa cai”. Administração Central, serviço nacional de saúde, Comboios de Portugal, Infra-estruturas de Portugal, Polícia Judiciaria, Ministério da Administração Interna, Educação, são tudo áreas onde o investimento público e a despesa aumentam significativamente, enunciou.
Bloco: “É obvio que o Governo inscreve uma meta para cumprir outra”
Mais adiante no debate, Mariana Mortágua validaria os argumentos do PSD, dizendo que “é evidente, já toda a gente percebeu, que o Governo inscreve uma meta orçamental para cumprir outra”. O importante, segundo a deputada, será perceber se os reforços orçamentais que são anunciados para as diversas áreas setoriais serão efetivamente gastos.
A bloquista também voltou a insistir nas cativações, nomeadamente para saber quais os montantes cativados em 2018 e qual a previsão para 2019.
Na resposta, Mário Centeno garantiu que, neste momento, 99% da despesa orçamentada está executada, e que, à exceção de 2016, ano em que houve uma “perturbação”, os níveis de investimento recuperaram de forma “muito significativa”.
Sobre o valor das cativações, diz que este ano ele ronda os 500 milhões de euros mas, para 2019, "infelizmente" ainda não tem esse número hoje", o que levaria João Almeida, do CDS/PP, a insitir na pergunta: “Diga-nos: vamos ter outro ano extraordinário de cativações para que o défice seja cumprido?”