As viagens da Galp e o estranho caso do deputado do PSD

12-12-2017
marcar artigo

Cristóvão Norte é deputado do PSD e ocupa vários cargos de direcção na estrutura do partido. Tal como os secretários de Estado de quem o seu partido pediu a cabeça, Cristóvão Norte também viajou para França a convite da Galp para assistir ao Portugal-Hungria. A diferença é que, ao contrário dos infames socialistas, o deputado do PSD alega ter sido convidado por um amigo, que por acaso até trabalha na Galp, pelo que aceitou um convite pessoal “e não de natureza institucional”, podemos ler no insuspeito Observador. Terá sido o amigo a pagar as despesas? Claro que não. Tal como com Rocha Andrade e seus camaradas, as despesas ficaram a cargo da petrolífera. Cristóvão Norte ainda tentou dar a volta á coisa, referindo que aceitou o convite por ser fruto de “uma relação de amizade que tem a ver com aquela pessoa e não com a empresa onde trabalha”. Está encontrada a melhor explicação de sempre para justificar presentes oferecidos pelo sector privado aos nossos políticos. Daqui para a frente será sempre um amigo a convidar. Quem paga a factura é irrelevante.

Porque não somos todos parvos, importa esclarecer se o PSD será igualmente implacável com o seu dirigente e deputado. Cristóvão Norte não exerce funções governativas, é certo, mas é titular do poder legislativo e o seu voto, no plenário como nas comissões em que participa, configura uma manifestação de poder. Governantes sérios não aceitam presentes de empresas privadas. E isto vale para membros do governo, deputados e autarcas.

Na reacção oficial do PSD ao caso que envolve os três secretários de Estado socialistas, Fernando Negrão coloca uma questão pertinente:

Como é possível que três governantes em áreas estratégicas e com ligações a essa empresa, podem continuar a exercer as suas competências numa situação em que de alguma forma estão comprometidos por terem aceite uma oferta dessa empresa?

Cristóvão Norte é deputado do PSD e ocupa vários cargos de direcção na estrutura do partido. Tal como os secretários de Estado de quem o seu partido pediu a cabeça, Cristóvão Norte também viajou para França a convite da Galp para assistir ao Portugal-Hungria. A diferença é que, ao contrário dos infames socialistas, o deputado do PSD alega ter sido convidado por um amigo, que por acaso até trabalha na Galp, pelo que aceitou um convite pessoal “e não de natureza institucional”, podemos ler no insuspeito Observador. Terá sido o amigo a pagar as despesas? Claro que não. Tal como com Rocha Andrade e seus camaradas, as despesas ficaram a cargo da petrolífera. Cristóvão Norte ainda tentou dar a volta á coisa, referindo que aceitou o convite por ser fruto de “uma relação de amizade que tem a ver com aquela pessoa e não com a empresa onde trabalha”. Está encontrada a melhor explicação de sempre para justificar presentes oferecidos pelo sector privado aos nossos políticos. Daqui para a frente será sempre um amigo a convidar. Quem paga a factura é irrelevante.

Porque não somos todos parvos, importa esclarecer se o PSD será igualmente implacável com o seu dirigente e deputado. Cristóvão Norte não exerce funções governativas, é certo, mas é titular do poder legislativo e o seu voto, no plenário como nas comissões em que participa, configura uma manifestação de poder. Governantes sérios não aceitam presentes de empresas privadas. E isto vale para membros do governo, deputados e autarcas.

Na reacção oficial do PSD ao caso que envolve os três secretários de Estado socialistas, Fernando Negrão coloca uma questão pertinente:

Como é possível que três governantes em áreas estratégicas e com ligações a essa empresa, podem continuar a exercer as suas competências numa situação em que de alguma forma estão comprometidos por terem aceite uma oferta dessa empresa?

marcar artigo