“Quem tremer é culpado”

12-07-2017
marcar artigo

Bom dia,

Não sabemos se Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes são leitores de Gonçalo M. Tavares. Não sabemos também como está António Costa a acompanhar, à distância, a partir de Palma de Maiorca, os casos dos incêndios e de Tancos que têm animado a agenda política em Portugal. Mas sabemos que as polémicas estão instaladas, que o mal-estar entre os militares é visível apesar da desconvocação da manifestação e que não vão morrer por aqui. “Quem tremer é culpado”, gritavam os homens da Revolução n´ “A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado”, o último livro do escritor português. A ministra da Administração Interna e o ministro da Defesa, aparentemente pelo menos, não tremem ou fingem não tremer. Será que chega? Talvez não. O tempo o dirá.

Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa, comandante supremo das Forças Armadas, foi a Tancos e levou consigo o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior. Ambos vão ser ouvidos no Parlamento esta semana. Rovisco Duarte na quinta-feira, Azeredo Lopes na sexta. O presidente quer uma “investigação total”, “doa a quem doer”, como mostra a reportagem da SIC.

Augusto Santos Silva, que assume a liderança do governo durante a ausência de António Costa, insistiu ontem que quando fala é o governo que está a falar. É uma espécie de “eu é que sou o presidente da junta”, célebre sketch de Herman José, agora em versão “eu é que sou o Primeiro-ministro interino”. Santos Silva garantiu também que os dois ministros “estão à altura”. Ao final da tarde, no entanto, a CMTV avançava que estava uma remodelação em curso e que Jorge Lacão poderia ser o próximo ministro da Administração Interna. Uma informação que não foi confirmada até ao momento.

Quem está encarregue de tentar saber mais sobre o que aconteceu em Tancos onde desapareceu um arsenal digno de um Rambo (verifique aqui) é o Ministério Público. As suspeitas, para já, recaem no tráfico de armas e terrorismo internacional.

Um dos dados surpreendentes deste caso, pelo menos para quem olha de fora e não está ao corrente dos procedimentos militares, é o facto de os homens de serviço na base de Tancos não terem munições nas armas. Ao que parece, é um procedimento que já dura há bastante tempo mas que não deixa de ser estranho.

Já agora, para quem gosta de estar informado sobre política portuguesa e/ou para eventuais ministros ou colaboradores de Costa que queiram reunir com o Primeiro-ministro durante estes dias, aqui fica a previsão do estado do tempo para Palma de Maiorca (cortesia weather.com): temperaturas máximas entre 28º e 35º e céu pouco ou nada nublado. Nuvens só sobre São Bento.

Bom dia,

Não sabemos se Constança Urbano de Sousa e Azeredo Lopes são leitores de Gonçalo M. Tavares. Não sabemos também como está António Costa a acompanhar, à distância, a partir de Palma de Maiorca, os casos dos incêndios e de Tancos que têm animado a agenda política em Portugal. Mas sabemos que as polémicas estão instaladas, que o mal-estar entre os militares é visível apesar da desconvocação da manifestação e que não vão morrer por aqui. “Quem tremer é culpado”, gritavam os homens da Revolução n´ “A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado”, o último livro do escritor português. A ministra da Administração Interna e o ministro da Defesa, aparentemente pelo menos, não tremem ou fingem não tremer. Será que chega? Talvez não. O tempo o dirá.

Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa, comandante supremo das Forças Armadas, foi a Tancos e levou consigo o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior. Ambos vão ser ouvidos no Parlamento esta semana. Rovisco Duarte na quinta-feira, Azeredo Lopes na sexta. O presidente quer uma “investigação total”, “doa a quem doer”, como mostra a reportagem da SIC.

Augusto Santos Silva, que assume a liderança do governo durante a ausência de António Costa, insistiu ontem que quando fala é o governo que está a falar. É uma espécie de “eu é que sou o presidente da junta”, célebre sketch de Herman José, agora em versão “eu é que sou o Primeiro-ministro interino”. Santos Silva garantiu também que os dois ministros “estão à altura”. Ao final da tarde, no entanto, a CMTV avançava que estava uma remodelação em curso e que Jorge Lacão poderia ser o próximo ministro da Administração Interna. Uma informação que não foi confirmada até ao momento.

Quem está encarregue de tentar saber mais sobre o que aconteceu em Tancos onde desapareceu um arsenal digno de um Rambo (verifique aqui) é o Ministério Público. As suspeitas, para já, recaem no tráfico de armas e terrorismo internacional.

Um dos dados surpreendentes deste caso, pelo menos para quem olha de fora e não está ao corrente dos procedimentos militares, é o facto de os homens de serviço na base de Tancos não terem munições nas armas. Ao que parece, é um procedimento que já dura há bastante tempo mas que não deixa de ser estranho.

Já agora, para quem gosta de estar informado sobre política portuguesa e/ou para eventuais ministros ou colaboradores de Costa que queiram reunir com o Primeiro-ministro durante estes dias, aqui fica a previsão do estado do tempo para Palma de Maiorca (cortesia weather.com): temperaturas máximas entre 28º e 35º e céu pouco ou nada nublado. Nuvens só sobre São Bento.

marcar artigo