SAPO Notícias

27-07-2018
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Os fogos que atingiram a Grécia nos últimos dias estão a chegar ao governo. O jornal de referência grego, Kathimerini, pediu a demissão de pelo menos um ministro do país no seu último editorial. No artigo de opinião, intitulado “A resignation is imperative”, o jornal refere a demissão de Constança Urbano de Sousa, ex-ministra da administração interna, como um exemplo a seguir.

No editorial do jornal grego, publicado na quarta-feira à tarde, lê-se:

“Exigimos uma demissão. Quando o número de mortos se aproxima dos 100, quando a tragédia atinge uma dimensão incompreensível, quando a insuficiência da máquina administrativa se traduz neste tipo de falhas incomportáveis, é legítimo responsabilizar os nossos políticos. Temos bastante presente na memória o exemplo da demissão da ministra da Administração Interna Portuguesa, Constança Urbano de Sousa, após os fogos que devastaram o seu país, em novembro do ano passado. Exige-se no mínimo a demissão de um membro do Ministério como demonstração de respeito pelas vidas perdidas nesta tragédia. O nosso primeiro-ministro descreveu a situação como uma “tragédia inqualificável”, e tal nível de desespero exige uma catarse política.”

Entretanto o primeiro-ministro Tsipras decretou três dias de luto nacional, com o número de vítimas confirmadas a atingir os 85, situação que tem vindo a revelar a insuficiência da máquina administrativa grega.

Grécia em Chamas, um autêntico “Armaggeddon”

O editorial do jornal grego estabelece um paralelismo entre a situação vivida na Grécia e a de, há pouco mais de um ano, em Portugal, alertando o seu governo para a necessidade de atuar com sensibilidade e em conformidade com o peso da perda de tantas vidas nos últimos dias.

Políticos estão “a fazer o que podem”. É preciso mais Ler Mais

O jornal grego aponta que “a demissão de, no mínimo, um ministro grego seria a única forma do país sentir que as vidas perdidas são devidamente homenageadas”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, descreveu os incêndios como “uma tragédia inqualificável”, que exige uma catarse política, sendo que esta palavra, em grego, simboliza limpeza, e aponta para a necessidade de uma extrema mudança que ocorrerá através da demissão de representantes do Ministério que assumam as falhas do sistema administrativo.

A unidade de combate ao terrorismo grega já confirmou que os incêndios foram resultado de uma explosão na área de Attica. O fogo posto está por detrás da maioria dos incêndios da região, segundo avançou o Kathimerini, tendo muitas vezes o propósito escondido de limpar o terreno para a construção de novos edifícios.

Com este editorial, o Kathimerini tenta prevenir o seu governo para o perigo da desresponsabilização dos políticos, mas não é o único. Outro jornal de referência grego, Ethnos, chamou à tragédia grega um autêntico “Armaggeddon”.

Paralelismos com a tragédia de Pedrógão

Portugal foi devastado pelos fogos de Pedrógão no verão do ano passado, uma tragédia que motivou uma onda de contestação sobre o desempenho das autoridades portuguesas perante situações de emergência civil.

Na altura, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, recusou assumir responsabilidades, admitindo que “as falhas de funcionamento do SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal] reveladas durante a tragédia, não eram um problema novo mas um fator latente no sistema há bastante tempo.”

“Chocado ficou o país com a tragédia vivida”, diz Marcelo Ler Mais

Em causa, revelaram as investigações, estiveram graves falhas de comunicação entre as entidades competentes, além da falta de meios, aéreos e terrestres no combate aos incêndios. O Presidente da Associação de Bombeiros, Fernando Curto, em entrevista à Antena 1 em março deste ano, admitiu mesmo que “com meios adequados não há combates impossíveis”, reforçando a ideia de que estas falhas tiveram como consequência a morte confirmada de pelo menos 116 vítimas.

A demissão da ministra acabaria por acontecer apenas no fim de outubro de 2017, após declarações do Presidente da República.

Os fogos que atingiram a Grécia nos últimos dias estão a chegar ao governo. O jornal de referência grego, Kathimerini, pediu a demissão de pelo menos um ministro do país no seu último editorial. No artigo de opinião, intitulado “A resignation is imperative”, o jornal refere a demissão de Constança Urbano de Sousa, ex-ministra da administração interna, como um exemplo a seguir.

No editorial do jornal grego, publicado na quarta-feira à tarde, lê-se:

“Exigimos uma demissão. Quando o número de mortos se aproxima dos 100, quando a tragédia atinge uma dimensão incompreensível, quando a insuficiência da máquina administrativa se traduz neste tipo de falhas incomportáveis, é legítimo responsabilizar os nossos políticos. Temos bastante presente na memória o exemplo da demissão da ministra da Administração Interna Portuguesa, Constança Urbano de Sousa, após os fogos que devastaram o seu país, em novembro do ano passado. Exige-se no mínimo a demissão de um membro do Ministério como demonstração de respeito pelas vidas perdidas nesta tragédia. O nosso primeiro-ministro descreveu a situação como uma “tragédia inqualificável”, e tal nível de desespero exige uma catarse política.”

Entretanto o primeiro-ministro Tsipras decretou três dias de luto nacional, com o número de vítimas confirmadas a atingir os 85, situação que tem vindo a revelar a insuficiência da máquina administrativa grega.

Grécia em Chamas, um autêntico “Armaggeddon”

O editorial do jornal grego estabelece um paralelismo entre a situação vivida na Grécia e a de, há pouco mais de um ano, em Portugal, alertando o seu governo para a necessidade de atuar com sensibilidade e em conformidade com o peso da perda de tantas vidas nos últimos dias.

Políticos estão “a fazer o que podem”. É preciso mais Ler Mais

O jornal grego aponta que “a demissão de, no mínimo, um ministro grego seria a única forma do país sentir que as vidas perdidas são devidamente homenageadas”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, descreveu os incêndios como “uma tragédia inqualificável”, que exige uma catarse política, sendo que esta palavra, em grego, simboliza limpeza, e aponta para a necessidade de uma extrema mudança que ocorrerá através da demissão de representantes do Ministério que assumam as falhas do sistema administrativo.

A unidade de combate ao terrorismo grega já confirmou que os incêndios foram resultado de uma explosão na área de Attica. O fogo posto está por detrás da maioria dos incêndios da região, segundo avançou o Kathimerini, tendo muitas vezes o propósito escondido de limpar o terreno para a construção de novos edifícios.

Com este editorial, o Kathimerini tenta prevenir o seu governo para o perigo da desresponsabilização dos políticos, mas não é o único. Outro jornal de referência grego, Ethnos, chamou à tragédia grega um autêntico “Armaggeddon”.

Paralelismos com a tragédia de Pedrógão

Portugal foi devastado pelos fogos de Pedrógão no verão do ano passado, uma tragédia que motivou uma onda de contestação sobre o desempenho das autoridades portuguesas perante situações de emergência civil.

Na altura, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, recusou assumir responsabilidades, admitindo que “as falhas de funcionamento do SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal] reveladas durante a tragédia, não eram um problema novo mas um fator latente no sistema há bastante tempo.”

“Chocado ficou o país com a tragédia vivida”, diz Marcelo Ler Mais

Em causa, revelaram as investigações, estiveram graves falhas de comunicação entre as entidades competentes, além da falta de meios, aéreos e terrestres no combate aos incêndios. O Presidente da Associação de Bombeiros, Fernando Curto, em entrevista à Antena 1 em março deste ano, admitiu mesmo que “com meios adequados não há combates impossíveis”, reforçando a ideia de que estas falhas tiveram como consequência a morte confirmada de pelo menos 116 vítimas.

A demissão da ministra acabaria por acontecer apenas no fim de outubro de 2017, após declarações do Presidente da República.

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