Debate pós-legislativas. "Costa não pode ficar refém da esquerda radical"

08-10-2019
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É unânime concluir, pelo menos nas hostes do PS, que o partido foi o grande vencedor da noite eleitoral de domingo. E concluem-no Francisco Assis e o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (que não garante se vai ser reconduzido no cargo) Duarte Cordeiro.

Onde não concordam é, por ora, em como deve, ou não, António Costa governar, se formando uma “gerigonça 2.0”, mais alargada – nomeadamente ao PAN e ao Livre –, ou desprender-se totalmente desse passado recente. Assis optaria pela segunda opção.

E explica: “O António Costa para ser primeiro-ministro há quatro anos dependia inteiramente do entendimento com os partidos da esquerda radical. Agora, ele ganhou as eleições, não está nem de longe nem de perto dependente deles. Ele diz que pretende reeditar a ‘geringonça’. E alargá-la. Mas o PS pode sempre apresentar um Governo minoritário. Não vejo com bons olhos nenhuma outra solução. A governação não pode ficar dependente de nenhum desses partidos.”

A Costa, Assis aponta um exemplo do passado. “Eu preferiria um Governo minoritário disponível para negociar [orçamento a orçamento], como aconteceu com Guterres, com sucesso, entre 1995 e 1999. Isso pode pôr em causa os quatro anos, [o Governo] pode não durar mais do que dois, mas prefiro isso.”

Por sua vez, Duarte Cordeiro não fecha a porta ao Bloco de Esquerda nem ao PCP, mas não rejeita, também, a abertura dessa mesma porta ao PAN e ao Livre. E não fecha porque a votação, no entender de Duarte Cordeiro, deixou isso bastante implícito. ´

“Os portugueses quiseram a continuidade da actual solução política. A interpretação que se faz é que deve haver entendimento com os partidos que durante a campanha mostraram disponibilidade para tal, neste caso, o PAN e o Livre. Bloco e PCP? Ainda é precoce falar disso. Esperamos que os entendimentos sejam no sentido da continuidade e da estabilidade”, conclui.

Por falar em nova "geringonça", o fundador do Livre (que elegeu Joacine Katar Moreira como deputada), Rui Tavares, garante que prefere isso mesmo: um acordo, escrito, de médio prazo, a ter que negociar orçamento a orçamento com António Costa.

E deixa um recado à esquerda, nomeadamente ao Bloco e ao PCP: numa nova solução governativa não podem caber partidos que estão a pensar derrubar essa mesma solução. “A geringonça foi importante para reverter medidas erradas da direita e da troika, mas não foi suficiente para fazer as reformas estruturantes de que o país precisa. A esquerda tem que assumir as suas responsabilidades. O que não pode haver é dois partidos a vigiarem-se mutuamente e pensar em derrubar o Governo para ir novamente a eleições”, lembra.

É unânime concluir, pelo menos nas hostes do PS, que o partido foi o grande vencedor da noite eleitoral de domingo. E concluem-no Francisco Assis e o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (que não garante se vai ser reconduzido no cargo) Duarte Cordeiro.

Onde não concordam é, por ora, em como deve, ou não, António Costa governar, se formando uma “gerigonça 2.0”, mais alargada – nomeadamente ao PAN e ao Livre –, ou desprender-se totalmente desse passado recente. Assis optaria pela segunda opção.

E explica: “O António Costa para ser primeiro-ministro há quatro anos dependia inteiramente do entendimento com os partidos da esquerda radical. Agora, ele ganhou as eleições, não está nem de longe nem de perto dependente deles. Ele diz que pretende reeditar a ‘geringonça’. E alargá-la. Mas o PS pode sempre apresentar um Governo minoritário. Não vejo com bons olhos nenhuma outra solução. A governação não pode ficar dependente de nenhum desses partidos.”

A Costa, Assis aponta um exemplo do passado. “Eu preferiria um Governo minoritário disponível para negociar [orçamento a orçamento], como aconteceu com Guterres, com sucesso, entre 1995 e 1999. Isso pode pôr em causa os quatro anos, [o Governo] pode não durar mais do que dois, mas prefiro isso.”

Por sua vez, Duarte Cordeiro não fecha a porta ao Bloco de Esquerda nem ao PCP, mas não rejeita, também, a abertura dessa mesma porta ao PAN e ao Livre. E não fecha porque a votação, no entender de Duarte Cordeiro, deixou isso bastante implícito. ´

“Os portugueses quiseram a continuidade da actual solução política. A interpretação que se faz é que deve haver entendimento com os partidos que durante a campanha mostraram disponibilidade para tal, neste caso, o PAN e o Livre. Bloco e PCP? Ainda é precoce falar disso. Esperamos que os entendimentos sejam no sentido da continuidade e da estabilidade”, conclui.

Por falar em nova "geringonça", o fundador do Livre (que elegeu Joacine Katar Moreira como deputada), Rui Tavares, garante que prefere isso mesmo: um acordo, escrito, de médio prazo, a ter que negociar orçamento a orçamento com António Costa.

E deixa um recado à esquerda, nomeadamente ao Bloco e ao PCP: numa nova solução governativa não podem caber partidos que estão a pensar derrubar essa mesma solução. “A geringonça foi importante para reverter medidas erradas da direita e da troika, mas não foi suficiente para fazer as reformas estruturantes de que o país precisa. A esquerda tem que assumir as suas responsabilidades. O que não pode haver é dois partidos a vigiarem-se mutuamente e pensar em derrubar o Governo para ir novamente a eleições”, lembra.

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