Ricardo Araújo Pereira: “Na perspetiva de Neto de Moura, rebentar o tímpano ainda é como o outro. Agora escárnio, sarcasmo? Isso aleija”

14-04-2019
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“E o juiz Neto de Moura deve constar deste programa.“ A frase de José Alberto Carvalho no Jornal das 8, após o comentário 'Global' de Paulo Portas na TVI, serviu de teaser para 'Gente que não sabe estar'. E Ricardo Araújo Pereira não faltou à chamada.

No segmento humorístico do noticiário da estação de Queluz de Baixo, transmitido em direto a partir do Teatro Villaret, em Lisboa, Ricardo Araújo Pereira não perdeu a oportunidade de falar sobre o juiz desembargador Neto de Moura após uma primeira série de trechos humorísticos dedicados a outros temas.

"O juiz Neto de Moura escreveu mais um acórdão polémico”, começou por dizer, para depois descrever “o caso de um homem que ameaçou matar a mulher e o filho com uma catana” e que acabou por rebentar o tímpano da vítima. “É uma agressão mais pessoal”, disse, por esta não ter sido feita com um “objeto contundente” — como descreveu Neto de Moura. O tempo de 'Gente que não sabe estar' dedicado ao juiz estava longe de terminar. Após a primeira descrição houve espaço para uma experiência e até para um jogo.

Ricardo Araújo Pereira decidiu “vestir a pele do juiz numa experiência muito inteligente”. Com uma imagem próxima da conhecida da série “Looney Tunes”, “Juiz Neto de Moura desvaloriza violência” consistia no relato de duas cenas — uma da competição UFC, de artes marciais mistas e outra do rebentamento da bomba de Hiroxima — e que acabavam por ser desvalorizadas. “Isto para mim é fumo, uma nuvem em forma de cogumelo”, disse.

Era tempo de chegar à manchete do Expresso, apresentada também em direto no programa da TVI, e que Ricardo Araújo Pereira apresenta com um simples “o juiz ameaça agora processar-me”, mostrando a primeira página do semanário. “Na perspetiva dele, rebentar um timpano ainda é como o outro. Agora escárnio, sarcasmo? Isso aleija.”

Em causa está também o programa exibido a 10 de fevereiro na TVI, e durante o qual o humorista falou sobre a atuação do juiz. Na noite deste domingo, o caso foi posto em pratos limpos e Ricardo Araújo Pereira diz saber o que quer do destino caso chegue a ser julgado no processo de Neto de Moura. "Gostava de ser julgado pelo próprio Neto de Moura. Porque fui eu que o agredi e ele costuma estar ao lado dos agressores.”

Embora considere que “em princípio não acontece nada”, também não tem receio de ser preso: “Mesmo que eu vá preso, também não há perigo. Não estarão la desses crápulas que batem em mulheres, porque ele deixa-os todos cá fora.”

Antes de passar a outras temáticas, Ricardo Araújo Pereira apresentou ainda um site com um jogo dedicado a Neto de Moura. Salvaoneto.pt, que pode jogar abaixo neste artigo, tem como objetivo defender o juiz das opiniões contrárias às suas (“apresentadas em forma de rabos”).

FIM DE SEMANA INTENSO

Sem presença ativa nas redes sociais, Ricardo Araújo Pereira já tinha reagido este sábado à manchete do Expresso. Em declarações ao jornal “Público”, ao qual referiu que iria continuar a falar sobre o juiz — "É o meu trabalho”, expressou —, considerou que Neto de Moura até pode ter alguma razão: “Ele tem o direito de se sentir ofendido, eu tenho o direito de dizer coisas que potencialmente o ofendem. Há pessoas que acham que têm o direito a não ser ofendidas. É impossível não ofender pessoas. Ele ofende-me com as considerações que faz nos acórdãos. E tem todo o direito de se sentir ofendido com o que eu digo. Vivemos numa sociedade aberta e isso é mesmo assim!"

Também no programa “Governo Sombra”, gravado ainda antes de a manchete do Expresso ser conhecida, Ricardo Araújo Pereira falou de Neto de Moura “Eu gostava de estar cinco minutos numa sala escura com o juiz, só para termos uma conversa sobre o que constitui violência a sério. (…) Eu não sei se este juiz não precisava de cinco minutos comigo, acho que eram pedagógicos e até medicinais. Mas depois, se calhar, [precisava de] um internamento numa sala toda ela almofadada”.

A notícia do Expresso suscitou ainda reações de Bruno Nogueira, Mariana Mortágua e Joana Amaral Dias, entre outros, todos acentuando as críticas ao juiz, que a seu lado teve, contudo, a associação do setor, para quem "um juiz não é apenas um saco de pancada".

“E o juiz Neto de Moura deve constar deste programa.“ A frase de José Alberto Carvalho no Jornal das 8, após o comentário 'Global' de Paulo Portas na TVI, serviu de teaser para 'Gente que não sabe estar'. E Ricardo Araújo Pereira não faltou à chamada.

No segmento humorístico do noticiário da estação de Queluz de Baixo, transmitido em direto a partir do Teatro Villaret, em Lisboa, Ricardo Araújo Pereira não perdeu a oportunidade de falar sobre o juiz desembargador Neto de Moura após uma primeira série de trechos humorísticos dedicados a outros temas.

"O juiz Neto de Moura escreveu mais um acórdão polémico”, começou por dizer, para depois descrever “o caso de um homem que ameaçou matar a mulher e o filho com uma catana” e que acabou por rebentar o tímpano da vítima. “É uma agressão mais pessoal”, disse, por esta não ter sido feita com um “objeto contundente” — como descreveu Neto de Moura. O tempo de 'Gente que não sabe estar' dedicado ao juiz estava longe de terminar. Após a primeira descrição houve espaço para uma experiência e até para um jogo.

Ricardo Araújo Pereira decidiu “vestir a pele do juiz numa experiência muito inteligente”. Com uma imagem próxima da conhecida da série “Looney Tunes”, “Juiz Neto de Moura desvaloriza violência” consistia no relato de duas cenas — uma da competição UFC, de artes marciais mistas e outra do rebentamento da bomba de Hiroxima — e que acabavam por ser desvalorizadas. “Isto para mim é fumo, uma nuvem em forma de cogumelo”, disse.

Era tempo de chegar à manchete do Expresso, apresentada também em direto no programa da TVI, e que Ricardo Araújo Pereira apresenta com um simples “o juiz ameaça agora processar-me”, mostrando a primeira página do semanário. “Na perspetiva dele, rebentar um timpano ainda é como o outro. Agora escárnio, sarcasmo? Isso aleija.”

Em causa está também o programa exibido a 10 de fevereiro na TVI, e durante o qual o humorista falou sobre a atuação do juiz. Na noite deste domingo, o caso foi posto em pratos limpos e Ricardo Araújo Pereira diz saber o que quer do destino caso chegue a ser julgado no processo de Neto de Moura. "Gostava de ser julgado pelo próprio Neto de Moura. Porque fui eu que o agredi e ele costuma estar ao lado dos agressores.”

Embora considere que “em princípio não acontece nada”, também não tem receio de ser preso: “Mesmo que eu vá preso, também não há perigo. Não estarão la desses crápulas que batem em mulheres, porque ele deixa-os todos cá fora.”

Antes de passar a outras temáticas, Ricardo Araújo Pereira apresentou ainda um site com um jogo dedicado a Neto de Moura. Salvaoneto.pt, que pode jogar abaixo neste artigo, tem como objetivo defender o juiz das opiniões contrárias às suas (“apresentadas em forma de rabos”).

FIM DE SEMANA INTENSO

Sem presença ativa nas redes sociais, Ricardo Araújo Pereira já tinha reagido este sábado à manchete do Expresso. Em declarações ao jornal “Público”, ao qual referiu que iria continuar a falar sobre o juiz — "É o meu trabalho”, expressou —, considerou que Neto de Moura até pode ter alguma razão: “Ele tem o direito de se sentir ofendido, eu tenho o direito de dizer coisas que potencialmente o ofendem. Há pessoas que acham que têm o direito a não ser ofendidas. É impossível não ofender pessoas. Ele ofende-me com as considerações que faz nos acórdãos. E tem todo o direito de se sentir ofendido com o que eu digo. Vivemos numa sociedade aberta e isso é mesmo assim!"

Também no programa “Governo Sombra”, gravado ainda antes de a manchete do Expresso ser conhecida, Ricardo Araújo Pereira falou de Neto de Moura “Eu gostava de estar cinco minutos numa sala escura com o juiz, só para termos uma conversa sobre o que constitui violência a sério. (…) Eu não sei se este juiz não precisava de cinco minutos comigo, acho que eram pedagógicos e até medicinais. Mas depois, se calhar, [precisava de] um internamento numa sala toda ela almofadada”.

A notícia do Expresso suscitou ainda reações de Bruno Nogueira, Mariana Mortágua e Joana Amaral Dias, entre outros, todos acentuando as críticas ao juiz, que a seu lado teve, contudo, a associação do setor, para quem "um juiz não é apenas um saco de pancada".

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