Marisa Matias: “Juncker foi o criador e mentor da roubalheira fiscal no Luxemburgo e na Europa”

22-05-2019
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Europeias 2019 Marisa Matias: “Juncker foi o criador e mentor da roubalheira fiscal no Luxemburgo e na Europa” 18.05.2019 às 9h31 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: PAULO NOVAIS/Lusa Para a candidata do Bloco, houve outro ‘plano’ do presidente da Comissão Europeia: enquanto governante do seu país, abriu portas à evasão fiscal de duas centenas de empresas, exemplo que medrou noutros pontos da UE Paulo Paixão Jornalista Foi num tom inusual em Marisa Matias nesta campanha que a candidata do BE se referiu ao presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker. À primeira vista até pode parecer uma referência meramente pessoal, mas a crítica feita no comício da noite desta sexta-feira em Aveiro foi política e institucional. “Juncker foi o criador e o mentor da roubalheira fiscal que se fez no Luxemburgo e na Europa”, disse a candidata do Bloco, a respeito da realidade desvendada pelo LuxLeaks. Quando o escândalo foi revelado, ficou a saber-se que Juncker governante doméstico (ministro das Finanças e depois primeiro ministro) negociou com duas centenas de grandes empresas a domicialização destas no Luxemburgo, a troco do pagamento de impostos muito inferiores ao que pagavam nos locais onde se encontravam. Com a deslocalização da sede dessas companhias, muitos estados europeus (e não só) viram-se privados de uma receita fiscal que foi parar aos cofres do pequeno país do centro da Europa. Marisa trouve Juncker à baila no final do quinto dia de campanha do Bloco para lembrar que quando o LuxLeaks rebentou se ergueu um muro em defesa de Juncker, então já presidente da Comissão. E a referência serviu para dizer o nome que de quem esteve ao lado do ex-chefe do Governo do Luxemburgo: “Socialistas e a direita uniram-se no Parlamento Europeu para impedir uma comissão de inquérito a Juncker”, afirmou a candidata do Bloco. O tema da política fiscal é “o retrato de uma das maiores vergonhas que se enfrenta” na Europa, sublinhou. Os números referidos pela eurodeputada bloquista dão bem conta da dimensão do fenómeno. Na UE, a evasão e a fraude fiscal atingem uma valor tão astronómico que o melhor é convertê-lo numa unidade mais entendível: o equivalente a sete orçamentos comunitários. Já Portugal “perde todos os anos 780 milhões de euros de IRC para paraísos fiscais”, disse Marisa Matias. Um valor que daria para pagar “quase uma década de aumentos extraordinários de pensões”, explicou. Antes de Marisa Matias, no que foi talvez o mais concorrido comício desta campanha (muitas pessoas tiveram de se acantonar nos corredores laterais e no hall de entrada da sala do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro), interveio Catarina Martins. A coordenadora nacional do Bloco escolheu como tema central dos seus discurso outro ponto de desigualdade na Europa e em Portugal: as condições laborais. Catarina Martins lembrou as pressões e as políticas exteriores que puxam os salários para baixo. “A UE quer que Portugal e outros países da periferia sejam o exército de mão de obra barata da Europa”, disse. De seguida, lembrou o aumento do salário mínimo em Portugal durante esta legislatura e reivindicou os louros dessa decisão, na negociação mantida com o PS para o BE viabilizar o atual Governo. “Foi uma luta que teve oposição no país e nas instâncias europeias. Mas hoje ninguém diz que foi errado aumentar o salário mínimo, nem mesmo a Comissão Europeia”, prosseguiu. A campanha do Bloco de Esquerda está neste sábado em Lisboa. Um mega-almoço no Parque das Nações, seguido de arruada, com início às 15:30. A tempo de uma debandada geral para quem pretende ir para casa, ou ao Estádio da Luz, ver a decisão de liga de futebol. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

Europeias 2019 Marisa Matias: “Juncker foi o criador e mentor da roubalheira fiscal no Luxemburgo e na Europa” 18.05.2019 às 9h31 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: PAULO NOVAIS/Lusa Para a candidata do Bloco, houve outro ‘plano’ do presidente da Comissão Europeia: enquanto governante do seu país, abriu portas à evasão fiscal de duas centenas de empresas, exemplo que medrou noutros pontos da UE Paulo Paixão Jornalista Foi num tom inusual em Marisa Matias nesta campanha que a candidata do BE se referiu ao presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker. À primeira vista até pode parecer uma referência meramente pessoal, mas a crítica feita no comício da noite desta sexta-feira em Aveiro foi política e institucional. “Juncker foi o criador e o mentor da roubalheira fiscal que se fez no Luxemburgo e na Europa”, disse a candidata do Bloco, a respeito da realidade desvendada pelo LuxLeaks. Quando o escândalo foi revelado, ficou a saber-se que Juncker governante doméstico (ministro das Finanças e depois primeiro ministro) negociou com duas centenas de grandes empresas a domicialização destas no Luxemburgo, a troco do pagamento de impostos muito inferiores ao que pagavam nos locais onde se encontravam. Com a deslocalização da sede dessas companhias, muitos estados europeus (e não só) viram-se privados de uma receita fiscal que foi parar aos cofres do pequeno país do centro da Europa. Marisa trouve Juncker à baila no final do quinto dia de campanha do Bloco para lembrar que quando o LuxLeaks rebentou se ergueu um muro em defesa de Juncker, então já presidente da Comissão. E a referência serviu para dizer o nome que de quem esteve ao lado do ex-chefe do Governo do Luxemburgo: “Socialistas e a direita uniram-se no Parlamento Europeu para impedir uma comissão de inquérito a Juncker”, afirmou a candidata do Bloco. O tema da política fiscal é “o retrato de uma das maiores vergonhas que se enfrenta” na Europa, sublinhou. Os números referidos pela eurodeputada bloquista dão bem conta da dimensão do fenómeno. Na UE, a evasão e a fraude fiscal atingem uma valor tão astronómico que o melhor é convertê-lo numa unidade mais entendível: o equivalente a sete orçamentos comunitários. Já Portugal “perde todos os anos 780 milhões de euros de IRC para paraísos fiscais”, disse Marisa Matias. Um valor que daria para pagar “quase uma década de aumentos extraordinários de pensões”, explicou. Antes de Marisa Matias, no que foi talvez o mais concorrido comício desta campanha (muitas pessoas tiveram de se acantonar nos corredores laterais e no hall de entrada da sala do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro), interveio Catarina Martins. A coordenadora nacional do Bloco escolheu como tema central dos seus discurso outro ponto de desigualdade na Europa e em Portugal: as condições laborais. Catarina Martins lembrou as pressões e as políticas exteriores que puxam os salários para baixo. “A UE quer que Portugal e outros países da periferia sejam o exército de mão de obra barata da Europa”, disse. De seguida, lembrou o aumento do salário mínimo em Portugal durante esta legislatura e reivindicou os louros dessa decisão, na negociação mantida com o PS para o BE viabilizar o atual Governo. “Foi uma luta que teve oposição no país e nas instâncias europeias. Mas hoje ninguém diz que foi errado aumentar o salário mínimo, nem mesmo a Comissão Europeia”, prosseguiu. A campanha do Bloco de Esquerda está neste sábado em Lisboa. Um mega-almoço no Parque das Nações, seguido de arruada, com início às 15:30. A tempo de uma debandada geral para quem pretende ir para casa, ou ao Estádio da Luz, ver a decisão de liga de futebol. Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

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